Os piores momentos do Dream Theater foram nos anos 90, diz Portnoy
Por Igor Miranda
Fonte: Everyone Loves Guitar / UG
Postado em 29 de janeiro de 2020
O baterista Mike Portnoy relembrou dos primeiros anos de existência do Dream Theater, formado ainda na década de 1980, mas consolidado, em definitivo, nos anos 1990. Em entrevista ao Everyone Loves Guitar, transcrita pelo Ultimate Guitar, o ex-integrante da banda apontou as dificuldades pelas quais ele e seus colegas passaram para o trabalho chegar ao patamar que se encontra hoje.
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"Nos anos 80, era diferente. Não havia internet, então, você precisava de uma gravadora para qualquer coisa acontecer. Não dava nem para gravar um álbum sem uma gravadora. E assim que você conseguia um contrato e fazia um disco, era tudo direcionado ao marketing. Não dava para ir para lugar algum sem a MTV. Mesmo após o primeiro contrato de gravação, não rolava", afirmou Portnoy, inicialmente.
Em seguida, o músico destacou que foi necessário aprender a lidar com a indústria musical - que, segundo ele, pode ser "brutal". "Tivemos que abandonar nosso primeiro contrato para fazer outro, para 'Images and Words' (1992). Passamos por tantos cantores, advogados, mudanças de formação e processos que percebemos que o mercado musical era, realmente, um mercado", disse.
Portnoy comentou que muitas pessoas pensavam que ter um contrato com uma gravadora era o objetivo final e que, a partir dali, tudo estava assegurado. Porém, segundo ele, era apenas o "início dos problemas". "É logo após o contrato que tudo vira negócio, pois, antes, tudo era apenas pela música. Você faz som com seus amigos e, do nada, alguém pega uma fatia da sua torta. Nunca mais volta a ser algo inocente como era no começo, nunca mais é algo só pela música a menos que você lute por isso", afirmou.
O baterista relembrou das sessões de gravação de "Images and Words" com o produtor David Prater, que, segundo ele, complicava tudo. Há relatos de que Prater trancava a banda fora do estúdio para não acompanhar o direcionamento do trabalho, além de forçar Portnoy a usar samples de bateria.
"Por anos, trabalhávamos com produtores externos e gravadoras que tinham opiniões demais sobre nossa música. Apenas em 1999, quase 15 anos depois, nos livramos disso e fizemos 'Scenes From a Memory'", afirmou ele.
Antes disso, o Dream Theater estava "prestes a acabar" - provavelmente, após a decepção com "Falling Into Infinity" (1997), um trabalho de sonoridade mais comercial por orientação da própria gravadora. "Estávamos prestes a acabar e tivemos que bater o pé e dier: olha, se ainda querem nos ter em seu cast, é necessário nos dar espaço e deixar que a gente faça nosso trabalho. Daí, eu e (o guitarrista) John Petrucci começamos a produzir os álbuns. Assumi um papel de liderança muito maior na banda", disse.
Pontos baixos
Mike Portnoy foi pontual ao citar três momentos de "baixa" em sua carreira - e, consequentemente, no Dream Theater. São eles: antes de 'Images and Words', antes de 'Scenes From a Memory' e, claro, o momento em que ele saiu da banda, em 2010.
"Quando saí, foi difícil para mim, ter que lidar com as críticas e me recuperar. Foram esses os três grandes momentos de baixa na minha carreira. Na vida pessoal, perdi minha mãe em um acidente de avião quando eu tinha 17 anos. Coisas assim te mudam para sempre. Perdi meu pai também, há 10 anos, quando estávamos fazendo 'Black Clouds and Silver Linings' (2009). Fiz uma música para ele chamada 'The Best of Times'", afirmou.
Segundo Portnoy, "The Best of Times" serve como um agradecimento ao pai dele pelos 40 anos juntos. "O fato de eu poder tocar essa música para ele e segurar a mão dele na cama, quando ele estava morrendo, chorando juntos, foi incrivelmente importante para mim. Tive os dois extremos ao perder meus pais: no caso da minha mãe, foi chocante e de repente; já meu pai sofreu por meses com câncer, tive tempo para me preparar. Nenhuma das situações foi fácil, mas passei por isso", disse.
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