Dio: Halford, Klaus Meine e mais relembram o cantor nos 10 anos de sua morte
Por Igor Miranda
Fonte: Billboard
Postado em 16 de maio de 2020
Ronnie James Dio, um dos vocalistas mais icônicos do heavy metal, faleceu em 16 de maio de 2010 - há exatos 10 anos. O cantor nos deixou aos 67 anos, em decorrência de um câncer no estômago.
Nomes pesados do rock e heavy metal, como Rob Halford (Judas Priest), Klaus Meine (Scorpions), Scott Ian (Anthrax), Jack Black (Tenacious D) e Lzzy Hale (Halestorm), além do colega baterista Vinny Appice, que tocou com Dio por muitos anos, relembraram o carismático cantor em declarações à Billboard.
Leia trechos de algumas das declarações:
Rob Halford (Judas Priest)
"Ronnie era um mentor para mim, assim como seu profissionalismo musical. Ele deu 100% de si no palco, composição, produção e gravação. Eu assistia aos shows e aprendia como ele interagia com seus fãs, sabendo que esses momentos são eternos para eles.
A voz dele ainda está conosco, como sempre estará, e o poder e a honestidade nela sempre me darão emoção e arrepios. Como um cantor colega, digo que a voz dele significa tudo, por trazer essa singularidade que reconhecemos na hora.
Daqui 10 ou 100 anos, nao importa: Ronnie é eterno, assim como tudo que amamos nele".
Klaus Meine (Scorpions)
"Muitas vezes, na década de 1980, os fãs pensavam que eu era Ronnie enquanto estava nos aeroportos. Eu dizia, rindo: 'sim, sou Ronnie'. Depois dizia quem eu era de verdade.
Sempre que meu amigo Ronnie e eu nos encontrávamos, ríamos e nos chamávamos de The Everly Brothers dos anos 80. Ele era um cara maravilhoso e um cantor/intérprete incrível. Existiu apenas um Ronnie James Dio. Sinto sua falta, irmão".
Vinny Appice (Dio, Black Sabbath, Last in Line)
"Saímos de um show um dia e entramos na limusine para ir embora. Havia uma cerca de arame que eles abriram para nós sairmos, mas tinham uns 20 garotos esperando pela gente no frio. Ronnie disse: 'pare o carro'. Eu falei: 'o quê?'.
Ele saiu, deu autógrafos e tirou fotos com todos. Eu não era tão conhecido na época, mas fui com ele e vi que os fãs ficaram muito felizes. Ele amava os fãs.
Nos shows, ele nunca aquecia a voz, o que é bizarro. Só subia no palco e abria com 'Mob Rules' (Black Sabbath), que é difícil de cantar. Todos os cantores com quem toquei aqueciam, menos ele.
Éramos como irmãos. Ao vivo, ele cantava notas ainda mais altas e tirava o melhor de todos os músicos. Também era um cara muito cordial. Colocava 110% de si em tudo. As pessoas nunca irão esquecê-lo".
Scott Ian (Anthrax)
"Ele era o cara mais legal. Desde Donington (1987) até pouco tempo antes de ele falecer, Ronnie sempre levava o Anthrax junto nas turnês. Sempre via os shows dele. Passamos muito tempo juntos e ele era o melhor cara.
Uma vez, em um hotel na Alemanha, estávamos fazendo check-in e ele também. Ronnie chegou e disse: 'ei cara, a maior parte dos quartos não têm ar condicionado, mas tome a chave do meu, pois o meu tem ar condicionado'.
Era um ser humano incrível. Ele define o que é heavy metal. Sua voz tem muito peso. É o melhor vocalista de hard rock e heavy metal da história".
Jack Black e Kyle Gass (Tenacious D)
"Fizemos uma música para Dio cantar nof ilme do Tenacious D, 'Kickapoo', e a parte de Dio era tipo 'Neon Knights' (Black Sabbath). Achei que ele ficaria bravo por termos roubado a melodia, mas ele curtiu tudo. Sem 'estrelismo'.
Ele trouxe o próprio microfone e nosso produtor, John King, disse que não precisava, pois já tínhamos um microfone bom ali. Daí ele cantou e destruiu em apenas um take. A voz dele chegou a rasgar uma membrana interna do microfone.
Dio falou: 'é, isso sempre acontecei, por isso eu sempre levo meu microfone próprio'. Tivemos que usar aquele microfone 'industrial' dele e gravar de novo, mais uma vez - aquele take foi o usado no filme."
Lzzy Hale (Halestorm)
"Meu amor por Dio começou quando eu tinha 11 anos. Levei o CD de 'Holy Diver' para uma festa de pijamas. Isso em 1996, quando os TLC e Mariah Carey estavam em alta. As garotas me olharam como se eu fosse um alien. Foi ali que comecei a perceber que ser diferente não era algo ruim.
Ouvir Dio foi minha afirmação. Era uma música 'minha', que ninguém mais tinha. Os chifres de mão que ele fazia eram únicos. É como um distintivo que você usa, símbolo de poder. Tudo isso inspirou minha jornada própria.
Em 29 de agosto de 2009, abrimos para o Heaven & Hell em Atlantic City, no lugar do Coheed and Cambria. Depois, descobrimos que seria a última performance dele. Pareceu mais destino do que sorte. Quando íamos para o ônibus, Ronnie me perguntou onde estava o nosso veículo. Apontei para o nosso trailer de sempre. Ele perguntou se poderia ficar um tempo conosco, mas pediu para esperarmos alguns minutos, pois ele tinha alguns fãs esperando por autógrafos - ele queria voltar para se despedir da gente com atenção.
Esperamos por ele, e ele autografou para todos os fãs. Depois, ele veio até nós e eu expressei toda a minha admiração pelo que ele fez com os fãs e ainda se despedir de nós. Entenderíamos se ele estivesse cansado e simplesmente fosse embora.
Ele respondeu: 'Lzzy, é só um tempinho. Você pode não se lembrar de todas aquelas pessoas, mas todas elas vão se lembrar de você pelo resto da vida delas. Você precisa ser legal com todas elas, ok?'. Depois que ele faleceu, percebi que ele não estava me dando conselho sobre como tratar meus fãs, mas me deu um momento que eu me lembraria para o resto da vida."
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