Trump "provoca" Guns N' Roses e toca versão de "Live and Let Die" em discurso
Por Igor Miranda
Postado em 07 de agosto de 2020
O comitê que cuida da campanha de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos que busca a reeleição, parece estar disposto a provocar o Guns N' Roses - mais especificamente, o vocalista Axl Rose. Durante um discurso feito em uma fábrica de Clyde, Ohio, a versão da banda para a música "Live and Let Die", original de Paul McCartney & Wings, foi reproduzida no sistema de som.
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Confira:
A canção já havia sido usada por Trump, em maio, ao visitar uma fábrica de máscaras faciais no Arizona. Na ocasião, o presidente foi criticado por utilizar, em meio à pandemia, uma música cujo título traduzido é "viva e deixe morrer".
Dias após o ocorrido, o próprio Guns N' Roses provocou Donald Trump e lançou uma camiseta com os dizeres: "Live N' Let Die With Covid 45" - algo como "viva e deixe morrer com covid-45". O número 19 deu lugar ao 45 pelo fato de Trump ser o 45° presidente dos Estados Unidos.
O produto pode ser adquirido no site oficial da banda por US$ 25. A renda é 100% destinada à ONG MusiCares, que auxilia músicos e funcionários do segmento musical em situação de necessidade.
Neste novo evento em Ohio, Donald Trump contaria com a presença do governador do estado, Mike DeWine. Porém, o governador foi diagnosticado com Covid-19 pouco antes de se encontrar com o presidente americano.
Críticas de Axl Rose a Trump
Entre os membros do Guns N' Roses, Axl Rose é quem mais se posiciona contra Donald Trump. O cantor já fez uma série de críticas e provocações ao presidente dos Estados Unidos e pessoas relacionadas a ele.
Em fevereiro deste ano, por exemplo, ele divulgou uma imagem de um homem usando um boné com a frase "make the White House great again" - algo como "faça a Casa Branca ser ótima de novo". A frase faz uma espécie de piada com o slogan usado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nas eleições de 2016: "make America great again".
O vocalista também já reclamou publicamente sobre o uso de músicas do Guns N' Roses sem autorização em eventos políticos. Em 2018, o comitê de Donald Trump tocou "Sweet Child O'Mine" durante um comício. "O Guns N' Roses, como muitos outros artistas, se opõe ao uso não-autorizado de suas músicas em eventos políticos e pediu formalmente para que não sejam usadas em comícios do Trump ou eventos associados a Trump", disse Rose, na ocasião.
Mais recentemente, no início de junho, Rose criticou Trump por culpar "anarquistas" do movimento antifa (sigla para "antifascistas") e veículos de comunicação por "fazerem o que está dentro do alcance para fomentar o ódio e a anarquia", além de, segundo ele, divulgarem "notícias falsas". Na ocasião, o presidente se referia aos protestos contra a injustiça racial após a morte de George Floyd.
Sem citar diretamente o nome do presidente ou as publicações dele, Axl Rose se manifestou sobre o assunto. "A mídia não está fazendo o que está dentro do alcance delas para fomentar ódio e anarquia. Esse é você! Enquanto testemunharmos o que você está fazendo, que você é FAKE NEWS e uma pessoa ruim, repulsiva e com uma agenda doentia, podemos trabalhar além de você por um futuro melhor e mais forte", afirmou o cantor.
Relembre, a seguir, algumas das ocasiões em que Axl Rose criticou Donald Trump:
Uso de músicas sem autorização
Diversos músicos e bandas já se posicionaram para criticar a veiculação de suas canções em campanhas de Donald Trump. Entre eles, estão Guns N' Roses, Ozzy Osbourne, Aerosmith, Linkin Park, Twisted Sister, R.E.M. e Neil Young.
No fim do último mês de julho, vários artistas de rock e outros estilos divulgaram uma carta aberta exigindo que políticos dos Estados Unidos passem a pedir autorização antes de utilizar suas músicas em eventos nesse sentido - neste caso, não direcionado apenas a Donald Trump, mas a todos os gestores públicos. A iniciativa foi mobilizada pela organização sem fins lucrativos Artist Rights Alliance (ARA).
Nomes como Mick Jagger e Keith Richards (ambos Rolling Stones), Steven Tyler e Joe Perry (ambos Aerosmith), Elton John, Lionel Richie, R.E.M., Green Day, Panic! at the Disco, Blondie, Linkin Park, Sheryl Crow, Sia, Lorde, Elvis Costello e Cyndi Lauper, entre outros, assinaram o texto feito pela ARA. São mais de 50 artistas e bandas solicitando atenção neste ponto.
Veja, abaixo, alguns artistas que já se posicionaram contra o uso de músicas em eventos políticos de Donald Trump:
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