King Crimson: por que eles proíbem câmeras e celulares de fãs nos shows
Por Igor Miranda
Postado em 24 de setembro de 2020
O King Crimson é notável por não aceitar a entrada de câmeras e celulares em seus shows. A medida gerou polêmica quando foi anunciada, mas a banda mantém seu posicionamento e não volta atrás.
Há, claro, situações que demandam exceção, por falta de controle. Um exemplo foi o show do King Crimson no Rock in Rio 2019 - por ser um festival, não daria para a banda impor suas regras. Entretanto, quando o grupo tem a devida autonomia, câmeras e celulares de fãs são proibidos.
Em entrevista ao jornalista Justin Beckner, do Ultimate Guitar, o vocalista e guitarrista Jakko Jakszyk comentou e defendeu a decisão. O músico destacou que, na maioria dos casos, não vê sentido em filmar algo que você está presenciando pessoalmente e pontuou que os próprios artistas se sentem "acuados" pelas lentes.
De início, Jakko exemplificou: "Nas passagens de som, tocamos uma música chamada 'Fracture' que, para os fãs de Crimson, é uma obra-prima e não a tocamos muito nos shows. Às vezes, tocamos nos shows, mas não aparece muito - e o motivo é que alguém tirou alguma foto ou gravou algum vídeo nas músicas anteriores".
Em seguida, ele completa: "Uma música como 'Fracture' é difícil e na nova afinação, fica ainda mais complicada (para o guitarrista Robert Fripp). E se fazemos um show com câmeras aparecendo, isso tira a concentração e ele não toca essa música".
Jakko Jakszyk declarou que as pessoas, muitas vezes, pensam que vão tirar fotos de um show só porque pagaram pelo ingresso. "Ok, mas se você acha que a sua apreensão não vai afetar o show, você está muito errado. Se uma câmera dispara e 'Fracture' está no repertório, Robert não toca, pois acha que isso compromete sua técnica", disse.
Outros músicos da formação também se sentem desconfortáveis com câmeras. "Gavin (Harrison), nosso baterista, fala que as câmeras afetam porque se ele está no meio de um solo e pensa em fazer algo experimental, ou tentar algo diferente que veio como ideia na hora, ele não faz se perceber que alguém está filmando. Na cabeça dele, ele pensa: 'droga, se eu fizer isso e estragar tudo, vai estar no YouTube antes de eu chegar ao hotel'", afirmou.
Jakszyk ainda destacou que não entende o comportamento das pessoas com câmeras nas mãos, mesmo fora de shows. "Tenho dois filhos e comecei a sentir a tirania de ter que filmá-los fazendo coisas pela primeira vez, pois estou fisicamente lá. Eu estou lá vendo o dia de esportes deles, estou lá vendo meu filho andando pela primeira vez na cozinha. Não entendo por que devo enxergar isso através de malditas lentes", disse.
Por fim, o músico pontuou que não há sentido em gravar shows pelo celular, onde a qualidade fica ruim, sendo que há um "cara do som incrível" regulando a mesa de som para aquele momento. "Isso não me incomoda do mesmo jeito que os outros integrantes, mas sei que afeta o suficiente para comprometer o que fazemos e como soamos. Só não entendo essa coisa das câmeras em um nível onde isso não faz sentido para mim", concluiu.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A canção do Genesis que a banda evitava tocar ao vivo, de acordo com Phil Collins
Festival Sonic Temple anuncia 140 shows em 5 palcos para 2026
O álbum "esquecido" do Iron Maiden nascido de um período sombrio de Steve Harris
As 10 melhores músicas da fase progressiva do Genesis segundo leitores da revista Prog
Tecladista anuncia que o Faith No More não volta mais
A pior música do melhor disco do Kiss, segundo o Heavy Consequence; "Péssima"
Rick Rubin elege o maior guitarrista de todos os tempos; "ele encontrou uma nova linguagem"
O álbum do Rush que Geddy Lee disse ser "impossível de gostar"
Axl Rose é criticado por sua voz após Guns N' Roses homenagear Ozzy com cover no Brasil
Produtor brasileiro que vive nos EUA critica novo tributo a Andre Matos
Novo disco do Megadeth pode ter cover do Metallica - e a pista veio de Mustaine
Kirk Hammett cita os fatores que impediram o Exodus de ser maior
Bangers Open Air dá pistas sobre as próximas bandas do line-up
Os guitarristas que Ozzy Osbourne achava "friamente perfeitos demais" para gostar
Bryan Adams fará shows no Brasil em março de 2026; confira datas, locais e preços


Os 11 álbuns prog preferidos de Geoff Downes, tecladista do Yes e Asia
Robert Fripp do King Crimson já disse odiar o rótulo de rock progressivo; "Uma prisão"
O baterista do prog que, segundo Neil Peart, possuía características incomparáveis
Os 200 maiores álbuns do rock progressivo segundo a revista Uncut
"Definição perfeita"; Ian Anderson fala sobre o primeiro disco de prog rock da história


