Audioslave seria ainda mais política que o Rage; por que isso não deu certo
Por Igor Miranda
Postado em 06 de dezembro de 2020
O Audioslave se tornou notável por unir o vocalista Chris Cornell, então ex-Soundgarden, ao trio instrumental do Rage Against the Machine: o guitarrista Tom Morello, o baixista Tim Commerford e o baterista Brad Wilk. Enquanto o Rage era uma banda de forte temática política, o Soundgarden não explorava muito essa vertente nas suas composições.
No fim das contas, as letras do Audioslave seguiram a pegada do Soundgarden e não passaram a explorar os mesmos assuntos políticos do Rage Against the Machine. Entretanto, o guitarrista Tom Morello queria o contrário: que o supergrupo pautasse ainda mais temas de cunho social que sua então antiga banda.
Em entrevista à Guitar World, Morello comentou: "Fomos muito sortudos com o Audioslave. Era nossa convicção coletiva que deveríamos ser autênticos para encontrar nossa grandeza. Quando formamos o Audioslave com Chris Cornell em 2001, minha intenção era ser ainda mais político que o Rage".
E por que esse plano não foi adiante? "Logo, percebemos que não era essa a direção que queríamos seguir. A principal diferença entre o Rage e o Audioslave não é a temática política", respondeu.
A grande distinção entre essas duas bandas, na visão de Tom Morello, era a influência musical. "A música do Rage é muito baseada no hip hop e muito James Brown. Em todo o catálogo do Rage Against the Machine, há zero mudanças de acordes. É implacável. No Audioslave, para oferecer a interação harmônica que permitiria Chris tecer grandes melodias, tínhamos uma paleta de sons diferentes", comentou o guitarrista.
Para exemplificar, Morello citou músicas como "I Am the Highway", "Like a Stone" e "Be Yourself", que são "baseadas nos acordes" de guitarra e violão. "Isso nos impulsionou e gerou três álbuns empolgantes", concluiu.
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