Por que não foi difícil demitir Tony Martin do Black Sabbath para Dio voltar em 1991
Por Igor Miranda
Postado em 22 de fevereiro de 2021
O vocalista Tony Martin é creditado como um dos responsáveis por fazer o Black Sabbath ganhar alguma estabilidade entre o fim da década de 1980 e início dos anos 1990. Porém, ele mesmo foi envolvido em mudanças de formação: de 1991 a 1993, ele ficou fora da banda para uma breve reunião com Ronnie James Dio no vocal, rendendo o álbum "Dehumanizer" (1992).
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Há quem pense que a demissão de Tony Martin naquele momento foi um tanto injusta, já que os álbuns gravados com ele até então - "The Eternal Idol" (1987), "Headless Cross" (1989) e "Tyr" (1990) - foram elogiados por parte dos fãs e da imprensa especializada. Entretanto, essa não é a mesma visão do guitarrista Tony Iommi.
Em uma entrevista concedida à Guitar World em agosto de 1992, resgatada agora pelo site da revista, o músico disse que o cantor já queria sair do Black Sabbath quando a reunião com Ronnie James Dio foi cogitada. Segundo Iommi, o cantor queria trabalhar como compositor para outros artistas em vez de atuar como performer no Sabbath.
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"Tony Martin foi nosso vocalista nos últimos três álbuns e, devo admitir, me senti mal por termos que deixá-lo ir. Porém, a verdade é que ele queria sair. Ele estava curtindo mais compor para outras pessoas em vez de performar o material do Sabbath", disse.
Tony Iommi destacou, ainda, que o vocalista agiu de forma compreensiva após a mudança na formação. "Ele entendeu a situação com Ronnie, então realmente não foi um problema", declarou.
Não à toa, Martin acabou retornando ao Black Sabbath em 1993, gravando os álbuns "Cross Purposes" (1994) e "Forbidden" (1995). Ele saiu em 1997, dando lugar a uma reunião definitiva com Ozzy Osbourne.
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A sonoridade de "Dehumanizer"
Em outro trecho dessa mesma entrevista à Guitar World, Tony Iommi comentou sobre a sonoridade de "Dehumanizer", que acabava de ser lançado naquela época. O álbum chamou a atenção dos fãs de Black Sabbath por trazer Ronnie James Dio em uma abordagem mais pesada do que nos discos que ele gravou com a banda no início dos anos 80, "Heaven and Hell" (1980) e "Mob Rules" (1981).
"Antes de começarmos a compor 'Dehumanizer', conversamos sobre o que queríamos. Decidimos fazer um disco do Black Sabbath de muito peso, que tivesse um som bem natural e muitos riffs doom - nada muito alegre", comentou.
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O guitarrista descreveu "Dehumanizer" como "um cruzamento entre o material antigo e 'Heaven and Hell'". "Tem um som bem atrevido, algo que eu sentia falta no Sabbath nos últimos anos. É um álbum clássico do Black Sabbath. Na verdade, eu não esperava que ficasse tão bom", disse.
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