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Dio: "o Sabbath era um navio fantasma quando entrei", disse em autobiografia póstuma

Por Emanuel Seagal
Postado em 01 de agosto de 2021

A Metal Hammer publicou alguns trechos do livro "Rainbow In The Dark", a autobiografia póstuma de Ronnie James Dio, confira.

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"Um sonho que se tornou realidade pra mim foi quando o Black Sabbath foi headliner no Madison Square Garden em outubro. Pensei naqueles dias há vinte anos e várias vidas atrás, quando eu passava pelo Garden, olhava para qualquer nome que estivesse sendo anunciado ali e fantasiava em ver meu próprio nome lá em cima. Eu ainda não tinha meu nome lá, mas minha banda sim.

"19.900 pessoas compareceram e foi eleito o show de maior bilheteria dos EUA naquela semana, de acordo com a Billboard. Eu finalmente consegui cantar no MSG. O show em si não foi perfeito. Lembro-me de ter uma briga nos bastidores com Sandy Pearlman, mas tudo foi esquecido quando eu estava no palco. Foi um grande momento pra mim.

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"Também foi ótimo estar na banda em sua primeira turnê no Japão. Com o Rainbow eu me acostumei a ser a atração principal para 15.000 pessoas no Budokan. Com o Black Sabbath, fizemos uma série de lugares menores em Tóquio, Kyoto e Osaka. Então fizemos uma semana de shows de tamanho semelhantes em Sydney.

"Demitimos Sandy pouco depois, e eu assumi o management até que pudéssemos resolver isso quando a turnê terminasse. Foi nessa época que ganhei a fama de ser linha dura. Era verdade, eu me tornei muito mais assertivo. Eu precisava ser. O Black Sabbath era um navio fantasma quando entrei. Eles precisavam desesperadamente de um capitão, e eu estava mais do que feliz em assumir essa responsabilidade, antes de perceber o quão profundos alguns dos problemas eram e como alguns deles se revelariam impossíveis de resolver.

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"Enquanto isso tínhamos um segundo álbum para gravar. Para o primeiro, Tony e eu escrevemos em uma sala de estar com pequenos amplificadores. Abordamos a composição de forma muito diferente para este. Contratamos um estúdio, aumentamos o volume o máximo possível e destruímos tudo. Você poderia dizer que houve uma atitude diferente.

"Geezer agora estava envolvido e quase inevitavelmente mudou a química que Tony e eu gostávamos de trabalhar sozinhos. Ficou óbvio que Geezer queria se envolver novamente na escrita das letras. Ao longo da era Ozzy, embora Ozzy tenha criado suas próprias melodias vocais, Geezer quase sempre escrevia as letras. Você só precisa dar uma olhada nas letras de clássicos como 'War Pigs' ou 'Children Of The Grave' para apreciar o quão bom Geezer é, mas eu tinha escrito todas as letras no 'Heaven and Hell', e sempre escrevi minhas próprias letras. Nunca precisei de um coescritor. Eu não precisava de um agora. Isso criou uma barreira entre nós. Nós acabaríamos superando isso, mas por enquanto era uma ferida que se recusava firmemente a cicatrizar completamente.

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"Tony fingiu não ver nenhuma mudança. Ele conheceu e trabalhou com o Geezer durante toda sua carreira. O vínculo entre eles era obviamente muito mais profundo. Isso não importava quando começamos a escrever juntos. E embora ainda trabalhássemos bem juntos, senti Tony se afastando de mim - um pouco no início, depois, muito.

"A reclamação do Tony era sobre um contrato solo que eu havia assinado recentemente. Após o sucesso do 'Heaven and Hell', a banda conseguiu renegociar um acordo melhor com nossas gravadoras, Warner Bros. na América e Polygram na Europa. O contrato que eles fizeram incluía a oferta de um contrato solo para mim. Não era muito dinheiro e não havia discussão sobre tentar me transformar em uma estrela solo. Foi um acordo que deveria me dar espaço para fazer meu próprio álbum em algum momento no futuro, em algum momento entre os compromissos do Black Sabbath. Meu primeiro pensamento foi fazer um álbum me apresentando com todos os meus amigos, como Kerry Livgren do Kansas, os caras do Elf, David Stone, Skunk Baxter e outras pessoas com quem eu tinha tocado antes de conhecer Tony. Seria um álbum divertido, um dia, mas Tony não via dessa forma. Acho que ele pensou que a oferta do álbum causaria divisão e ele pareceu muito furioso comigo. A primeira faixa que gravamos foi 'The Mob Rules', que é o que eventualmente chamamos o álbum."

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[...]

"Eu estava me sentindo cada vez mais afastado de Tony e Geezer. Eu gostava de fumar maconha de vez em quando e tomar uma cerveja, mas não fumava cocaína e não tinha tempo para drogas pesadas. Tony e eu nos demos bem enquanto estávamos compondo ou tocando, mas mas socialmente estávamos em polos opostos. Vinny agora era meu melhor amigo. Ele era do Brooklyn. Éramos ambos nova-iorquinos. Gostávamos muito das mesmas comidas. No final da turnê, Vinny e eu iríamos embora em um carro depois de um show, e Geezer e Tony iriam em outro."

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Sobre Emanuel Seagal

Descobriu o metal com Iron Maiden e Black Sabbath até chegar ao metal extremo e se apaixonar pelo doom metal. Considera Empyrium e X Japan as melhores bandas do mundo, Foi um dos coordenadores do finado SkyHell Webzine, escreveu para outros veículos no Brasil e exterior, e sempre esteve envolvido com metal, seja com eventos, bandas, gravadoras ou imprensa. Escreve para o Whiplash! desde 2005 mas ainda não entendeu a birra dos leitores com as notícias do Metallica. @emanuel_seagal no Instagram.
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