Blaze Bayley: "Diziam que o Nirvana seria o novo Judas Priest ou o novo Iron Maiden"
Por Emanuel Seagal
Postado em 09 de dezembro de 2021
O vocalista Blaze Bayley (Wolfsbane, ex-Iron Maiden) falou em conversa no podcast Metal Talk sobre como a ascensão do grunge no início dos anos 90 tirou a maioria das bandas de hard rock do rádio e da MTV, fazendo com que a venda de álbuns e ingressos para as turnês despencassem.
Quando o entrevistador mencionou que muitos fãs acreditam que Blaze não foi valorizado o suficiente pela sua importância no Iron Maiden, por ter assumido o grupo "em um período em que não se sabia se a banda iria sobreviver" e que havia uma dependência do Bruce Dickinson, Blaze disse: "É muito pior que isso. Esqueça a situação com o Bruce, ele tinha que fazer o que ele tinha que fazer, ele precisava dar um tempo. Nós estávamos enfrentando o grunge. No Reino Unido a imprensa britânica dizia: 'Iron Maiden é um dinossauro que não vai durar outro álbum'. É isso. No que lhes dizia respeito a banda estava acabada, e eles pegaram as facas e estavam apunhalando o Maiden nas costas o máximo que podiam e foi horrível, e eles estavam descartando o álbum 'The X Factor' antes mesmo de termos qualquer música. Steve Harris me disse: 'Não me importa quem faz as músicas, elas só tem que ser ótimas.' E nós trabalhamos e criamos um álbum, eu acho, de boa música."
Ele acrescentou: "No ano em que entrei para o Iron Maiden a EMI vendeu todas as fábricas que tinham para produzir vinis, CDs e fitas cassete. Eles estavam saindo da manufatura, que era o pilar da indústria da música. Pedaços de plástico que você entrava em uma loja de discos e comprava, seja vinil, cassete ou CD. Todos aqueles pedaços de plástico, de repente as vendas estavam despencando. A EMI se mandou. Eles pensaram que tudo seria digital. Agora sabemos que eles estavam fazendo acordos com a Apple e tudo mais, então, tudo estava indo mal. Tudo estava contra nós. A forma do mundo da música estava mudando. Quando fizemos 'The X Factor' e eles disseram que o Nirvana seria o novo Judas Priest ou o novo Iron Maiden, foi bizarro , mas era isso que estávamos enfrentando."
"Nós tocamos em Seattle no auge do grunge, e o público estava dividida, visivelmente, dos verdadeiros fãs de metal, que estavam nas primeiras cinco ou dez fileiras, 'Maiden é minha banda. Estou aqui para ver o Maiden. É isso. Eu vim para ouvir as novas músicas, e atrás estava o público 'Eu vim para ver o último show desse dinossauro. Quero dizer que vi a última turnê do Iron Maiden.' Foi horrível, absolutamente horrível e foi isso que aconteceu e foi o que estávamos enfrentando no 'The X Factor' e 'Virtual XI'. No Reino Unido, as revistas diziam 'Maiden está morto'. Estávamos tocando, em todo o mundo, para 10 mil pessoas por noite, estádios com 70 mil pessoas, 50 mil, sendo atração de festivais gigantes, mas no Reino Unido, em nossa casa, eles diziam: 'Maiden está morto. Maiden acabou.' Bem, onde eles estão agora? O grunge se foi. O heavy metal ficou, e o Maiden ficou. Sabe, o Black Sabbath teve uma reunião, o Deep Purple também, e a EMI pressionou a banda: 'Precisamos de uma reunião para recuperar o interesse no Iron Maiden.' E longe de mim de ficar no caminho. Bruce voltou e isso me deu uma oportunidade maravilhosa de começar minha carreira solo. É preciso ter um Iron Maiden no planeta Terra, é assim que eu sinto", concluiu.
Confira o bate-papo completo no player a seguir.
O último álbum solo de Blaze Bayley, "War Within Me", foi lançado em abril e pode ser ouvido abaixo.
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