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De protestos a ameaças: as consequências da declaração de John Lennon sobre Jesus

Por André Garcia
Postado em 26 de abril de 2022

Em 1966, se listassem as pessoas mais famosas do mundo, com certeza entre elas estariam John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr. Os Beatles eram o grupo mais famoso do planeta, e, como eles sentiram na pele, a fama amplifica tudo — para o bem e para o mal.

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"O cristianismo vai acabar" declarou John numa entrevista, "ele vai encolher até sumir. Eu não preciso nem argumentar. Eu sei que estou certo, e o tempo vai mostrar isso. Nós [os Beatles] hoje somos mais populares que Jesus. Eu não sei o que vai acabar primeiro: o rock n roll ou o cristianismo. Jesus era legal, mas seus seguidores eram estúpidos e medíocres. É a deturpação deles que estraga [o cristianismo] para mim."

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Conforme publicado pela Rolling Stone, a tal entrevista foi dada para a London Evening Standard em 4 de março de 1966. Sem gerar repercussão, aquilo em pouco tempo caiu no esquecimento. No entanto, tudo mudou em 29 de julho daquele mesmo ano, quando a declaração foi publicada nos Estados Unidos pela sensacionalista revista Datebook.

A publicação chamou a atenção de Tommy Charles, apresentador de rádio, que iniciava seu programa percorrendo as notícias do dia. Imediatamente ele e Doug Layton lançaram uma campanha de cancelamento dos Beatles, deixando de tocar suas músicas em retaliação. A partir daí, a polêmica foi crescendo e se espalhando por rádios e publicações sensacionalistas, o equivalente sessentista a um viral.

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Em pouco tempo, aquilo provocou a ira dos moralistas líderes religiosos — e, para piorar, a banda estava às vésperas de iniciar uma turnê americana.

Condenados à fogueira

"As repercussões foram enormes, principalmente no Cinturão Bíblico [na região sudoeste]", disse George Harrison no documentário Anthology. "O sul dos Estados Unidos virou um campo de batalha." Com grandes cidades como Nova Iorque aderindo ao boicote aos Beatles, radialistas quebravam os discos da banda em pleno ar, e a KCBN chegou a transmitir editoriais anti-Beatles a cada hora.

Até a Ku Klux Klan protestou queimando discos dos Beatles pregados em cruzes, e declarando que a banda era patrocinada pelo Partido Comunista para fazer lavagem cerebral.

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O empresário do grupo, Brian Epstein, que estava acamado com uma forte gripe, voou para Nova Iorque na tentativa de fazer um controle de dano. Preocupado com a integridade física dos integrantes, ele quis cancelar a turnê, e estava disposto a arcar com os prejuízos, mesmo que para isso tivesse que pagar de seu próprio bolso. "Se qualquer coisa acontecer com qualquer um deles, eu jamais me perdoarei", declarou ele.

Por todo canto nos Estados Unidos se faziam fogueiras queimando qualquer coisa relacionada aos Beatles, enquanto ameaças de morte se acumulavam. Lennon se recusou a se retratar pela declaração, mas a pressão era tamanha que eventualmente ele não teve outra escolha. "John teve que se desculpar", contou Ringo Starr no documentário Anthology. "Não por ter se arrependido, mas porque estavam rolando muitas ameaças bem pesadas — não apenas a ele, mas a toda a banda."

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Uma coletiva de imprensa foi marcada em Chicago. O assessor de imprensa Tony Barrow contou que chegando ao local "ele [John Lennon] levou as mãos ao rosto e chorou. Ele dizia: 'Eu faço qualquer coisa, qualquer coisa que você disser. Como eu vou olhar na cara dos outros [Paul, George e Ringo] se toda a turnê for cancelada apenas por causa do que eu disse?"

Visivelmente abatido e de cabeça baixa, Lennon encarou 30 repórteres numa suíte no vigésimo sétimo andar. "Eu não queria falar porque pensava que eles iriam me matar", confessou, "eles levam as coisas tão a sério... Eu não queria, mas Brian, Paul e os outros me convenceram. Eu estava paralisado de tanto medo." "Eu nunca vi John tão nervoso", corroborou McCartney.

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A retratação

John Lennon se retratou dizendo: "Eu não sou anti-Deus, anti-Cristo ou anti-religião. Eu não estava zombando. Eu não disse que nós somos melhores ou maiores, ou nos comparando a Jesus Cristo como pessoa, ou a Deus como coisa, ou o que quer que seja. Aconteceu de eu estar falando com uma amiga e usei a palavra 'Beatles' como algo distante, como as pessoas nos veem. Eu disse que nós tínhamos mais influência sobre os jovens do que qualquer outra coisa, incluindo Jesus. Foi nesse sentido que falei, e foi errado."

Apesar de tudo, a massacrante turnê seguiu até o fim, com 19 shows em 14 cidades diferentes em apenas 17 dias. Em todas as apresentações eles encararam protestos e cartazes dizendo coisas como: "Beatles, vão embora", "Jesus morreu por você, John Lennon" e "Lennon é Satã".

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A experiência foi tão traumática que os Beatles, já exaustos de turnês cada vez mais caóticas, ali chegaram ao limite. Após a apresentação final daquela excursão, em San Francisco, no Candlestick Park, a banda se despediu dos palcos anunciando que não mais tocaria ao vivo.

"Eu não queria mais fazer turnês" confessou Lennon, "principalmente depois de ter sido acusado de crucificar Jesus, enquanto tudo que eu fiz foi um simples comentário. Ter que lidar com a [Klu Klux] Klan do lado de fora e bombas do lado de dentro… eu não aguentava mais."

Exceto por raras aparições para a TV e o icônico show de 30 de janeiro de 1969, no terraço do edifício da Apple Corps, os Beatles jamais tornaram a se apresentar publicamente.

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Sobre André Garcia

Sou redator e tradutor freelancer e escritor, autor do livro de contos Liber IMP. Ouço rock desde pequeno, leio coisas sobre bandas desde sempre e escrevo sobre ela já tem anos. Cresci como fã de Iron Maiden e paladino do rock, mas já me tratei. Hoje sou fã de nomes como Beatles, David Bowie, The Cure, Kraftwerk e Velvet Underground, e de cenas como a Londres psicodélica, a Nova Iorque proto-punk e a Manchester pós-punk. Escrevo notas e notícias rápidas para o Whiplash.Net visando compartilhar conteúdo relevante sobre música e cultura pop.
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