Empresário revela em detalhes quanto o RPM ganhava por show, e o que os levou ao buraco
Por Bruce William
Postado em 22 de abril de 2022
Neste corte da entrevista feita pelo produtor musical Clemente Magalhães para o podcast Corredor 5, o empresário Manoel Poladian conta em detalhes como aconteceu a ascensão do RPM e o responsável pela derrocada da banda.
Começa Manoel: "E o RPM em São Paulo estreou dando um prejuízo enorme, e eu sustentei o esse prejuízo sozinho sem gravadora, sem apoio de nada de gravadora e saímos do teatro e fomos fazer o resto do Brasil e fomos para Porto Alegre onde no Ginásio para 10 mil pessoas tinham duas mil pessoas. Mas com a reverberação do Gigantinho que tem uma acústica péssima a gravação da Rádio Atlântida do 'London, London' parecia ser aplaudida por um Estádio de Futebol e o povo cantando junto com Paulo Ricardo ficou deslumbrante".
Manoel daí conta que era o mês de novembro e ele convenceu o Tutinha da Jovem Pan a montar uma rede de rádio e prometeu que lhe daria com exclusividade a música, que de fato acabou estourando no verão. "Eu na época vendia o show do RPM por 15 mil, daí vieram três mineirinhos - GG, Evandro e o Lúcio - dizendo 'olha, queremos comprar três datas em janeiro para vestibulares de Juiz de Fora, Pouso Alegre e Varginha'. Eu falei 'bom, tem certeza que vai dar certo?'. É dinheiro do vestibular, o cara vai no vestibular e já vai no show à noite, responderam. E vendi os shows para eles por 15 (mil). Eu tinha uma equipe que acompanhava RPM toda segunda-feira, o que o que eles faziam nos espetáculos e o resultado dos espetáculos na segunda-feira era discutido no escritório, se foi sucesso ou não, o que que aconteceu, qual foi a música que foi mais aplaudida, e esses três espetáculos lotaram, noticiaram uma receita de cem mil em cada um".

Em seguida ele conta que teve trabalho para lidar com o Pinga (José Carlos Mendonça, empresário sergipano do show business) mas acabou entrando num acordo com ele, que acabou virando sócio para a parte nordestina da turnê, desde que ele melhorasse as condições da produção. "E eu mostrei pro RPM o seguinte: eu investi X e vocês até agora vocês estão dando um custo de Y, isso era janeiro/20, a partir de fevereiro eu vou bancar todos os shows e em fevereiro eu espero recuperar esse dinheiro aqui e a partir de março o RPM vai receber cachê por espetáculo. No mês de março vocês levam 15 (mil) por show e vamos ver a reação do primeiro dia de março, no outro mês vamos aumentando. E o cachê foi aumentado para 15 (por show), que era oito mil a mais do que eles ganhavam por mês. Então no mês de fevereiro, um mês de 28 dias, eu fiz 28 shows. Recuperei todo o investido e a partir de março eu passei a pagar o RPM por show. Começou em 15 (mil), em outubro estava em 150 (mil) por show. Eles ganharam uma fortuna, eu também ganhei, e dinheiro honesto, né?", diz o empresário.
Mas daí a coisa desandou, e Manoel conta o motivo: "Quando começa a entrar droga vira uma droga. Eles enlouquecidos chegaram um dia e falaram que queriam sair porque queriam montar a empresa deles, uma loucura total. Eu não converso com a pessoa quando ela está drogada, eu prefiro escolher aquela hora em que ela está lúcida para conversar. Eu falei pra eles 'a porta é a serventia da casa, a porta da rua se vocês quiserem ir. Só que vocês vão ter que honrar os shows de novembro e dezembro e vou receber a metade do cachê, a multa é essa. Quando o artista não paga do bolso ele não sente muito, então eles ficaram felizes em receber a metade e serem livres. E aí começou a queda do RPM".
O vídeo da entrevista completa com Manoel Poladian no podcast Corredor 5 pode ser visto abaixo.
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