Regis Tadeu cria polêmica ao dizer que "Rádio Pirata", do RPM, não é 100% ao vivo
Por Gustavo Maiato
Postado em 18 de outubro de 2025
Uma polêmica recente envolvendo o rock nacional surgiu após o crítico musical Regis Tadeu afirmar que o lendário álbum "Rádio Pirata ao Vivo", do RPM, lançado em 1986, não seria inteiramente ao vivo. O comentário foi feito durante uma interação em seu canal no YouTube (via CortesCrimson), quando um internauta perguntou se o registro histórico realmente havia sido gravado em um show sem retoques de estúdio.
"Um internauta perguntou se o 'Rádio Pirata' do RPM é ao vivo mesmo. Certamente não. Tem muita coisa mexida ali. Eles não vão admitir isso nunca, mas não. O que acontece é que as pessoas gravam de novo no estúdio, em cima. Era na fita", declarou Regis.


A fala gerou repercussão imediata entre os fãs da banda nos comentários, que defenderam a autenticidade do álbum nos comentários. Um seguidor rebateu: "O produtor Mazzola (que não é de mentir e não é de esconder a verdade) falou que é 100% ao vivo." Outro completou: "Mais uma vez o Regis Tadeu, como de costume, está errado. O 'Rádio Pirata' realmente é um disco ao vivo, só que não foi um único show que deu origem ao disco. Regis procura informações no Google em 95% das coisas que fala, aí o copiar e colar dele às vezes falha."

Regis Tadeu, "Rádio Pirata" e RPM
O contexto histórico do álbum reforça a importância do registro. Lançado em um momento de auge da carreira do grupo, o "Rádio Pirata ao Vivo" foi gravado nos dias 26 e 27 de maio de 1986, no Pavilhão de Convenções do Anhembi, em São Paulo, e se tornou o disco mais vendido da história do rock brasileiro, ultrapassando 3 milhões de cópias, segundo estimativas.
Como relatou o jornalista Júlio Ettore em vídeo sobre os bastidores da gravação, a ideia de lançar um álbum ao vivo nasceu de uma necessidade prática. O RPM estava em turnê com shows lotados e, ao mesmo tempo, sofria com a pirataria de gravações não oficiais que circulavam nas rádios. "A solução foi gravar um disco ao vivo. Mataríamos três coelhos com uma cajadada só: estancaríamos a pirataria das músicas do show; teríamos tempo para terminar a turnê e, por fim, ganharíamos um tempo para descansar", afirmou Luiz Schiavon, tecladista e fundador da banda, no livro "RPM – Revelações por Minuto".

Dirigido por Ney Matogrosso, o espetáculo que deu origem ao álbum reunia sucessos como "Olhar 43", "Rádio Pirata" e "Revoluções por Minuto", além de inéditas como "Naja" e "Alvorada Voraz", e versões de "London, London" (Caetano Veloso) e "Flores Astrais" (Secos & Molhados).
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