O rock está morto? Alice Cooper responde Gene Simmons: "Não acredito!"
Por André Garcia
Postado em 27 de junho de 2022
Gene Simmons, baixista e fundador do Kiss, de tempos em tempos causa polêmica declarando categoricamente: o rock está morto. O linguarudo justifica seu argumento dizendo que foi por culpa dos fãs, que baixavam músicas ilegalmente sem pagar. Com isso, hoje em dia as bandas não conseguem mais se sustentar, e tampouco produzir grandes obras.
No entanto, conforme publicado pela Ultimate Guitar, Alice Cooper, ainda mais veterano que ele, não concorda com isso. Em entrevista para a LA Weekly ele declarou:
"Gene Simmons disse que o rock está morto, mas eu acho que ele se referia financeiramente. Eu acredito que haja garotos em garagens nesse instante aprendendo [a tocar] Guns N' Roses, aprendendo Aerosmith, aprendendo Alice [Cooper], aprendendo Ozzy… Molecada de 16 anos curtindo, apenas curtindo. Isso é saudável! Isso é muito saudável. Eu não acredito que o rock um dia morrerá."
Alice ainda acrescentou que o rock pesado é um gênero musical particularmente mais duradouro que outras vertentes do rock: "Quando se fala de hard rock, tipo os [Rolling] Stones, The Who e essas coisas, isso é a única música que durou. O grunge durou um tempo, o punk durou um tempo, emo, essa coisa toda… Mas bandas de hard rock seguiram em frente. Então, se você tem uma banda de hard rock, pode seguir adiante o quanto quiser."
Com uma visão mais ponderada e otimista que o fatalista Simmons, Cooper acredita que não ser mais mainstream não só não faz falta ao rock, como até mesmo é saudável para ele:
"Eu meio que enxergo isso de um jeito diferente. Houve um tempo, quando nós começamos a tocar, que bandas de rock eram foras-da-lei. Nós estávamos às margens vendo a festa, e não fomos convidados. O que rolava era mais música pop, dance music, disco… Eu considero que retornamos àquele ponto. É meio que saudável que bandas de rock agora não sejam número um, número dois ou número três. Nós voltamos ao ponto de sermos rebeldes de novo."
O mestre do shock rock falou ainda sobre as bandas que surgiram, ensaiaram e compuseram durante a pandemia, mas que apenas agora estão se apresentando ao vivo. E deu a seus vocalistas um valioso conselho de quem sabe muito bem do que fala:
"Você tem que ser autêntico, e tem que ser uma estrela lá em cima [do palco]. Você é maior que a vida! Então não me venha com esse papo de timidez — não é assim que um vocalista de rock é. Eu digo isso à minha banda o tempo todo: quando você sobe no palco, eu quero que você transborde seu ego; quando você desce do palco, eu não quero ego nenhum."
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