Os melhores álbuns de 2025, segundo João Renato Alves
Por João Renato Alves
Postado em 10 de dezembro de 2025
O ano foi muito equilibrado. Não tivemos muitos trabalhos nota 9 ou 10, mas vários bem acima da média. Por conta disso, foi difícil escolher os melhores. Precisei escutar novamente, analisar e decidir de uma vez por todas. Tenho certeza de que, caso fosse fazer amanhã, alguma coisa mudaria. Mas comecemos pelo Top 10.
Melhores e Maiores - Mais Listas
1. Harem Scarem – Chasing Euphoria (Melodic Rock)
Os canadenses seguem em sua sina de ser uma das melhores bandas que quase ninguém conhece. Já são 16 álbuns com muito mais acertos do que erros para uma audiência seleta e privilegiada, com alta qualidade musical e vários momentos marcantes. É apertar o play e se deixar levar por uma sequência de músicas melódicas e executadas com precisão. Aliás, Pete Lesperance continua sendo um guitarrista de senso artístico único.
2. Ally Venable – Money & Power (Blues Rock)
Aos 26 anos, a guitarrista e vocalista texana mostra que é capaz de se equiparar aos grandes nomes do estilo, esbanjando categoria e cantando sobre assuntos que dialogam com a realidade atual. Cercada de convidados como Christone "Kingfish" Ingram e Shemekia Copeland, Ally entrega uma performance sem falhas nas 12 faixas, fazendo com que a experiência se torne marcante a ponto de o ouvinte querer repetir logo na sequência.
3. Christone "Kingfish" Ingram – Hard Road (Blues/Rock/Soul Music)
Aos 26 anos, Kingfish já pode se orgulhar de ter uma discografia de respeito, se mostrando um cantor de primeira linha e guitarrista ainda melhor, um dos melhores da atualidade. Seu quarto disco marca o início do período em que assumiu toda a parte promocional, lançando-o através do selo próprio, Red Zero. Livre para fazer o que bem entender, o músico deita e rola em um trabalho sem defeitos, exaltando seu talento descomunal.
4. Helloween – Giants & Monsters (Heavy/Power Metal)
Mais diversificado que seu antecessor, o novo disco dos alemães tem justamente na versatilidade musical seu maior triunfo. Brilha a estrela do muitas vezes subestimado Andi Deris, mostrando novamente sua importância para que o barco não tenha afundado nos momentos de dificuldade. Soa até certo ponto como uma retrospectiva bem encaixada de toda a história do grupo em suas várias eras.
5. Ghost Hounds – Almost Home (Country/Blues/Classic Rock)
Em seu quinto álbum, o grupo mostra porque foi escolhido como atração de abertura de turnês por gente do calibre de Rolling Stones, ZZ Top e Guns N' Roses. A estreia do vocalista SAVNT (Stephan Marcellus) mantém a qualidade superior da sonoridade, que busca influências nos aspectos clássicos do estilo proposto sem soar como um pastiche. Para ouvir e se emocionar.
6. Smith/Kotzen – Black Light/White Noise (Hard/Classic Rock)
Corrigindo alguns aspectos da estreia e mostrando entrosamento, Adrian Smith e Richie Kotzen oferecem um trabalho de alto nível. No caso do segundo, é seu melhor disco em um bom tempo, considerando carreira solo e os projetos em que se envolve. O envolvimento do britânico também parece maior, se arriscando com mais confiança nos vocais e explorando lados de sua personalidade musical por muito silenciados.
7. Spiritbox – Tsunami Sea (Post-Metal/Metalcore)
A banda canadense comandada pela excelente Courtney LaPlante se transforma em uma realidade da cena, atingindo o status de uma das melhores atrações surgidas em anos recentes. O novo trabalho apenas ratifica tudo que os lançamentos anteriores já prometiam e torna o grupo cada vez mais o tipo de artista que se destaca por ter uma assinatura própria, sem precisar se ater a definições prévias.
8. Stick To Your Guns – Keep Planting Flowers (Hardcore)
O quinteto californiano precisa de apenas 24 minutos para transmitir um recado consistente e cheio de personalidade. Os breakdowns durante as músicas mesclados a um senso de agressividade ímpar conquistam desde a primeira escutada, com destaque para o vocalista e único membro original Jesse Barnett, que oferece uma performance marcante e bastante particular.
9. Black Eyed Sons – Cowboys In Pinstriped Suits (Classic Rock)
Os instrumentistas da última formação do Quireboys – que segue com o vocalista Spike – convidaram membros do Def Leppard, Skid Row, Blackberry Smoke, Buckcherry, Alice Cooper, Enuff Z'nuff e mais uma série de amigos para recolocar a carreira nos eixos. E conseguiram, oferecendo um álbum delicioso de se ouvir, que faz jus à história que construíram com o nome anterior.
10. Dorothy – The Way (Hard Rock)
No quarto álbum, a banda comandada pela fantástica Dorothy Martin acerta a mão e oferece seu melhor trabalho até o momento. A cantora é o grande destaque, mostrando ser dona de uma das melhores vozes da nova geração, misturando agressividade e melodia com maestria. Um trabalho com tudo para agradar tanto os que se aventuram agora pelo gênero quanto os adoradores de referências ao passado.
A seguir, em ordem alfabética, outros 72 momentos de destaque.
...And Oceans – The Regeneration Itinerary (Symphonic Black Metal): Os finlandeses são um grande exemplo de banda que retornou ainda melhor após um tempo de hiato, com três discos de altíssimo nível na década atual. Esse é o mais experimental de todos, acrescentando elementos diferenciados sem se desgarrar da essência. O resultado é um convite ao ouvinte para uma viagem sonora.
A-Z – A2Z² (Hard Rock/Prog Metal): Ray Alder e Mark Zonder se cercaram de músicas mais ligados ao Prog no segundo disco do projeto, fazendo com que características do Fates Warning aparecessem com maior ênfase em comparação à estreia, que tinha uma pegada mais acessível. A dupla conseguiu manter a alta qualidade, mostrando capacidade de se aventurar e reinventar dentro de um estilo já combalido com maestria.
Accvsed – Dealers Of Doom (Metalcore): A banda alemã mostra um modo todo próprio de abordar a sonoridade a que se propõe em seu álbum de estreia. O lado Metal soa mais alto do que o core, com direito a muito peso e melodias marcantes, colocando guitarras na linha de frente nas composições. São apenas quatro anos de história e o que foi oferecido até aqui é empolgante.
Adept – Blood Covenant (Metalcore/Post-Hardcore): O grupo sueco quebrou o hiato de nove anos sem um trabalho inédito de forma certeira. Apelando para melodias marcantes até mesmo para quem não é adepto do estilo, ofereceu um dos melhores discos de sua carreira, recheado de momentos facilmente memoráveis, pontuados por uma execução acima de qualquer suspeita. Destaque-se que o vocalista Robert Ljung é dono de um registro impressionante.
Alice Cooper – The Revenge Of Alice Cooper (Hard/Classic Rock): Após mais de meio século, a banda que leva o nome de seu vocalista se reuniu para um novo álbum de inéditas. O produtor também foi o mesmo dos melhores momentos, Bob Ezrin. O resultado exala saudosismo e poderia muito bem ser um trabalho dos anos 1970 descoberto em algum arquivo empoeirado. E é justamente aí que reside seu charme, mostrando a relevância da música de Alice Cooper até os dias atuais.
Allegaeon – The Ossuary Lens (Prog/Melodic Death Metal): O quinteto americano de Denver, Colorado, atinge a maturidade em seu sétimo disco, mesclando passagens de alto grau de dificuldade com peso e melodias marcantes. As faixas conservam elementos elaborados e, ao mesmo tempo, se permitem ouvir com facilidade até por quem não é tão adepto da proposta.
Ambush – Evil In All Dimensions (Heavy/Power Metal): O quinteto sueco ofereceu a melhor viagem no tempo até os anos 1980 deste ano. A originalidade pode não ser o forte, mas a qualidade das composições se sobressai e impede o ouvinte de pular qualquer uma das nove faixas do tracklist. Fãs de Judas Priest, Accept e os primeiros discos do Iron Maiden encontrarão um prato cheio e delicioso aqui.
Amorphis – Borderland (Gothic/Doom Metal): Chegar a 15 álbuns de estúdio com pouquíssimas escorregadas é um mérito e tanto. O Amorphis não apenas conseguiu, como teve a destreza para percorrer diferentes camadas sonoras a cada nova experiência, mantendo a qualidade em alta e forjando um estilo cada vez mais próprio. "Borderland" traz uma banda mais melódica, com passagens de fácil assimilação e um tracklist cheio de momentos cantaroláveis.
Arjen Anthony Lucassen – Songs No One Will Hear (Prog Rock/Metal): o incansável multi-instrumentista neerlandês criou a trilha sonora para um hipotético fim do mundo, que como diz o título, ninguém escutaria em uma situação do tipo. Catártica e bela, foge de alguns dos aspectos mais pesados de sua obra, mas dá um verdadeiro show de emotividade, fazendo com que o ouvinte seja transportado ao cenário em questão – como uma boa obra do gênero deveria.
Atomic Witch – Death Etiquette (Thrash/Death Metal): O segundo álbum do quinteto de Cleveland – que no começo da carreira se chamava Bulk & Skull (!!!) – possui menos de meia hora de duração, mas é o suficiente para oferecer um conteúdo arrasador. O vocalista Greg Martinis é o destaque, com um registro diferenciado, alternando abordagens e oferecendo um tempero especial às composições, recheadas de referências oitentistas.
Bad Cop Bad Cop – Lighten Up (Punk Rock): O quarteto feminino oferece letras que vão desde as vitórias sofridas do cidadão comum às derrotas amargadas por aqueles que não têm chances de verdade. A última faixa do tracklist é uma versão para uma música do Joe Strummer & The Mescaleros, mostrando a rica fonte de onde beberam as influências.
Benediction – Ravage Of Empires (Death Metal): Os ingleses continuam fiéis ao Death Metal old school, oferecendo mais um petardo para os adeptos. A fórmula não sofreu grandes alterações e nem podemos dizer que há alguma novidade mais contundente durante a audição. No entanto, tudo aquilo que se esperava é correspondido. E o principal, com as músicas mantendo o aspecto do interesse, jamais se tornando cópias do passado.
Bleed From Within – Zenith (Metalcore/Groove Metal): Os escoceses chegam à sétima obra de estúdio mostrando claros exemplos de evolução na execução. Mais experientes e consistentes, capricham nas composições e oferecem o que pode facilmente ser considerado o melhor disco de toda a carreira. Há até espaço para experimentos e abordagens diferentes do Deathcore do período em que surgiram na cena.
Bruxax – Do Céu ao Inferno (Nu Metal/Alternative Rock): O quinteto paulista demonstra muita personalidade em seu primeiro álbum completo, usando suas influências de forma a complementar uma proposta que apela forte para o aspecto emocional junto ao ouvinte – o que se torna ainda mais latente pela adoção do português, fazendo com que a mensagem seja transmitida com eficácia a todos.
Buckcherry – Roar Like Thunder (Hard Rock): A banda que segurou a onda no pior momento do Hard Rock no mainstream chega a 11 álbuns de estúdio ainda mostrando força e capacidade de se reinventar dentro de sua proposta. Toques de AC/DC, Aerosmith e afins podem ser percebidos por todo o tracklist, ainda assim mantendo características particulares. O Buckcherry não reinventa a roda, mas sabe rodar com as que tem em seu veículo.
Caliban – Back From Hell (Metalcore): Os alemães chegam ao 14º disco ainda relevantes e explorando novos caminhos. Do ponto de vista lírico, o trabalho cumpre o que seu título promete, relatando histórias de superação e vitórias pessoais, guiadas por momentos que misturam com perfeição o peso a melodias de fácil assimilação até mesmo para quem não está familiarizado.
Canyon Lights – Breathe Easy (Classic/Blues Rock): Tim Carman e Pat Faherty já trabalhavam em parceria no GA-20, adepto do Blues tipicamente feito em Chicago – embora fossem de Boston. Agora, deram início a um novo projeto com influências expandidas para o Rock and Roll e Americana cheio de feeling e talento. Apreciadores de bandas como Mountain e James Gang terão muito do que desfrutar durante a audição.
Coheed And Cambria – Vaxis Act III: The Father Of Make Believe (Prog Metal): O 11º álbum da banda americana mostra a capacidade do quarteto em se reinventar e buscar novas influências, criando uma fórmula consistente e com cara própria. As 14 faixas são pontuadas por uma série de "curvas" inesperadas. O sabor está no fato de que cada nova escutada traz um elemento diferente a ser descoberto. Experiência mais do que necessária.
Conjurer – Unself (Sludge/Doom Metal): Aqui está um daqueles exemplos de discos que precisam ser ouvidos mais de uma vez para uma compreensão ampla. Cada nova audição possibilita novas descobertas e passam a fazer sentido dentro da proposta sonora. E assim, em seu terceiro álbum, o grupo britânico alcança o auge da carreira, fazendo arte que mexe com o psique do ouvinte, promovendo reflexões e encontros com aspectos que nem sempre visitamos.
Creeper – Sanguivore II: Mistress Of Death (Hard/Gothic Rock/Horror Punk): Os britânicos deixaram de ser um promessa e ultrapassaram uma década de carreira cada vez mais donos de uma identidade. A mistura de subgêneros roqueiros gera uma receita toda própria, com direito à criação de uma trama que interliga as canções de forma dramática, fazendo com que o talento dos envolvidos não passe despercebido e vá além do que se espera convencionalmente.
Crimson Shadows – Whispers Of War (Melodic Death/Power Metal): Os canadenses não possuem alta frequência, visto que é apenas o terceiro álbum em quase duas décadas de carreira. Mas esse aspecto é compensado com total competência no que fazem, trazendo uma sonoridade cativante, com elementos que podem agradar tanto fãs do lado mais extremo quanto do melódico no expandido universo metálico.
Crowne – Wonderland (Hard/Melodic Rock): Contando com membros do Europe, H.E.A.T, Art Nation, The Poodles e Dynazty, o projeto sueco chega ao seu terceiro álbum oferecendo tudo aquilo que os fãs da proposta esperam. Todas as faixas contam com melodias facilmente memorizáveis e caracterizadas por uma execução acima da média. Coisa de quem conhece o território onde pisa como poucos.
Cruel Bomb – Cruel Bomb (Thrash Metal): O primeiro álbum completo do quarteto da Pensilvânia – que já havia disponibilizado alguns EPs e singles anteriormente – mostra um compromisso com o Thrash oitentista, remetendo aos principais nomes do estilo. Há também espaço para algumas pitadas de Hardcore, dando um tempero todo especial à receita.
Death Pill – Sologamy (Hardcore/Thrash Metal): O power trio feminino ucraniano segue enfrentando as dificuldades do momento atual de seu país e oferecendo um trabalho de altíssima qualidade. Há espaço para novas influências e diversidade, como evidenciado por uma pegada Punk Rock um pouco mais carregada em determinadas faixas, mas sem descuidar do que as revelou no disco homônimo que marcou a estreia dois anos atrás.
Deathless Legacy – Damnatio Aeterna (Heavy/Occult Metal): O grupo italiano oferece um álbum conceitual desenvolvido através de uma história escrita pelos próprios de forma envolvente. As melodias obscuras prendem o ouvinte, sendo de fácil assimilação e cheias de passagens interessantes. Destaque para a vocalista Steve, que esbanja talento na performance com um registro que conquista na primeira escutada.
Deraps – Viva Rock 'N' Roll (Hard Rock): Talvez o excesso de semelhanças com o Van Halen – especialmente na primeira parte do tracklist – possa incomodar. No entanto, não dá para negar que o trio comandado pelo vocalista e guitarrista Jacob Deraps possui enorme talento para criar músicas marcantes. No fim das contas, a qualidade se sobressai e o grupo mostra capacidade para alçar voos mais altos e buscar uma identidade.
The Doobie Brothers – Walk This Road (Classic/Soft Rock): O primeiro álbum do Doobie Brothers em 45 anos a contar com Michael McDonald é um deleite para os fãs. Todas as características que tornaram a banda conhecida se fazem presentes e mostram uma capacidade de criar novos caminhos sem fugir do tradicional. A produção de John Shanks (Van Halen, Bon Jovi), que também assinou as composições com os músicos, conseguiu dar o toque especial necessário a uma reunião de muito talento.
Double Vision – Double Vision (AOR/Melodic Rock): Contando com ex-membros de bandas como Outloud, Warrior Soul e Prophet, o grupo começou como um tributo ao Foreigner, como o nome entrega. No entanto, as referências do álbum de estreia vão além de Mick Jones e companhia, embora também apareçam. O tracklist reúne uma série de canções marcantes, daquelas que se deixam ouvir sem maiores dificuldades e marcam na cabeça. Um grande mérito dos envolvidos.
Drew Cagle & The Reputation – Bad Attitude (Hard Rock): O primeiro álbum completo do músico norte-americano e sua banda mostrou porque ele vem se destacando como atração convidada de uma série de nomes reconhecidos na cena – incluindo o guitarrista Tracii Guns (L.A. Guns), que participa da faixa-título. O Hard Rock cheio de energia remete ao lado mais pesado da cena oitentista e consegue impor uma pegada certeira nas composições.
Dropkick Murphys – For The People (Celtic/Punk Rock): O 13º álbum do grupo de Boston não reinventa sua sonoridade característica, mas a força das composições o transforma no melhor que lançaram em um bom tempo. O ritmo empolgante misturado com letras politizadas e conscientes dão o clima perfeito para uma celebração pontuada pela revolta, mostrando que o meme de Ralph Wiggum estando feliz e puto ao mesmo tempo é uma realidade.
Elton John & Brandi Carlile – Who Believes In Angels? (Pop Rock): A parceria com a estrela norte-americana, amparada por Andrew Watt na produção, Bernie Taupin nas composições e uma banda de apoio cheia de feras reconectou Elton John com seus melhores momentos nos anos 1970. Liricamente, no entanto, o trabalho dialoga com o presente e as dúvidas em um futuro incerto para um homem de 78 anos. A fórmula dá certo e emociona.
Eureka Machines – Everything (Power Pop/Rock): O vocalista e guitarrista Chris Catalyst passou seis anos com o Ghost até ser mandado embora de forma nada cordial em 2023. Para exorcizar a tristeza, resgatou os colegas de trabalho e lançou um dos melhores discos do quarteto até o momento. A fórmula acessível permeada com distorções muito bem colocadas se mostra vencedora e conquista o ouvinte sem muita dificuldade.
FM – Brotherhood (AOR/Melodic Rock): Steve Overland e companhia seguem com êxito na missão de não lançar um disco ruim sequer durante a carreira. O 15º trabalho de estúdio mantém a banda afiada, oferecendo com invejável destreza canções acessíveis e, ao mesmo tempo, com execução bastante acima da média. Um exemplo de como mesmo sem o sucesso de outros parceiros de geração – ou até mesmo por isso –, a integridade artística é mantida com louvor.
Grave Digger – Bone Collector (Heavy Metal): Após uma sequência de álbuns irregulares, Chris Boltendahl e seus comandados reencontraram o caminho do êxito. O disco remete ao que a banda alemã fazia no início do século, buscando uma sonoridade mais dark, carregada por riffs marcantes. O frontman colabora, driblando as limitações do tempo com uma performance convincente dentro das possibilidades.
The Halo Effect – March Of The Unheard (Melodic Death Metal): O grupo onde todo mundo é ex-In Flames mantém a alta qualidade da estreia e apresenta um trabalho consistente. As músicas remetem ao que de melhor a cena de Gotemburgo ofereceu no início do século, resgatando elementos que vão emocionar os fãs mais ferrenhos sem perder a conexão com a atualidade.
Hell In The Club – Joker In The Pack (Hard Rock): A banda italiana recrutou a vocalista sueca Tezzi Persson para o prosseguimento da carreira e se deu bem. A sonoridade não apresenta grandes diferenças em relação aos discos anteriores, mas a cantora consegue levar as composições para outros caminhos. No fim das contas, prevalece a pegada competente, que remete aos anos 1980, mas não soa como mera imitação do período.
Hellbearer – Darker Fates (Thrash Metal): O segundo álbum do quarteto de Manchester justifica o motivo da repercussão nos últimos anos, ganhando lugar de destaque nos principais festivais no circuito europeu. A sonoridade remete a grandes clássicos do estilo, mas também oferece uma pegada personalizada, se valendo de recursos atualizados para fazer o talento brilhar.
Humanal – Delirium (Death/Groove Metal): O primeiro álbum completo da banda de Curitiba oferece uma sonoridade versátil e cheia de momentos interessantes. As letras abordam temas extremamente interessantes na realidade atual, falando sobre saúde mental, vícios e o impacto do mundo online em nossas vidas. Uma amostra promissora de uma revelação da cena nacional, deixando grandes expectativas para o futuro.
Inhuman Nature – Greater Than Death (Thrash Metal/Crossover): O segundo álbum do quinteto de Londres mostra que o Power Trip já começou a espalhar "filhos" pelo mundo – justificadamente, diga-se de passagem. A banda capricha nas referências de Thrash Metal e Hardcore, fazendo um som vibrante e cheio de passagens prontas para despertar vários circle pits durante um show.
Jiner – Duél (Prog/Groove Metal): A banda ucraniana deixou de ser uma promessa já há certo tempo, se estabelecendo como uma das grandes forças metálicas de sua geração. O novo trabalho apenas reafirma todos os méritos obtidos pela vocalista Tatiana Shmayluk e seus companheiros, uma das formações instrumentais mais talentosas da atualidade, obtendo resultados empolgantes a cada nova faixa.
Joe Bonamassa – Breakthrough (Blues Rock): Investindo com maior ênfase no lado Rock de sua sonoridade – sem perder o contato com a veia blueseira, que fique claro –, Joe Bonamassa oferece mais um trabalho de alto nível para um público cada vez maior. Apostando em composições próprias nas 10 faixas do tracklist, o músico consegue manter o fator qualidade com uma performance digna de sua rica discografia.
Killswitch Engage – This Consequence (Metalcore): Em seu nono álbum de estúdio, o quinteto acerta a mão com uma sonoridade crua e direta, mesclando peso com melodias de fácil memorização. A abordagem funciona, amparada por uma performance coletiva do mais alto nível, oferecendo momentos memoráveis, dignos de figurar na rica discografia do grupo.
Labyrinth – In The Vanishing Echoes Of Goodbye (Power Metal): Os italianos podem não ter alcançado o mesmo patamar de outros colegas de cena. No entanto, sempre oferecem material de qualidade. Em seu décimo álbum de estúdio não é diferente. A fórmula manjada de outras bandas do estilo não se repete, com uma série de soluções criativas e interessantes.
Larkin Poe – Bloom (Southern/Blues Rock): As irmãs Rebecca e Megan Lovell deixaram de ser uma promessa e se tornaram realidade faz tempo. A maturidade trouxe maior capacidade criativa dentro da sonoridade a que se propõem. Bloom se deixa ouvir de forma agradável e fluída, sendo um grande atrativo para quem já conhece a dupla e para aventureiros de primeira viagem.
LIK – Necro (Death Metal): A cena sueca é uma das mais ricas e particulares no mundo do Death Metal. Sabendo disso, o LIK reúne todas as características vencedoras e faz do seu quarto álbum de estúdio item indispensável para fãs de formações como Entombed e Dismember. Vale destacar a performance do vocalista e guitarrista Tomas Åkvik, desde 2022 também integrante do Bloodbath.
Lorna Shore – I Feel The Everblack Festering Within Me (Symphonic Deathcore): Sabemos que a sonoridade dos americanos não é de fácil assimilação. O quinto trabalho de inéditas não é exceção. Ainda assim, vale muito a pena conferir, especialmente se você tem a mente aberta a sons extremos com influências que fogem do trivial. É possível até não gostar, mas não tem como não reconhecer a originalidade e criatividade aqui presentes.
Luke Spiller – Love Will Probably Kill Me Before Cigarettes And Wine (Pop): O vocalista do The Struts não tem medo de mostrar suas vulnerabilidades e lança um disco concentrado nas emoções, exorcizando alguns demônios da vida pessoal que estavam ali desde as origens – além de outros que são consequência da fama. O resultado é de uma beleza ímpar, com o protagonista colocando coração e alma nas interpretações.
Lunatic Soul – The World Under Unsun (Prog Rock): Mariusz Duda, baixista e vocalista do Riverside, expõe toda sua criatividade no novo álbum de seu projeto solo. São 14 faixas em uma hora e meia versando sobre o ciclo de vida e morte, passando pelo processo de reencarnação. A complexidade musical ganha pontos por fazer parecer que nem se passou tanto tempo durante a audição – algo importante nos tempos atuais.
Maestrick – Espresso Della Vita: Lunare (Prog Metal): O quarteto paulista atinge seu auge criativo até o momento em um álbum que simboliza bem o que é transmitido pela capa. Uma viagem sonora cheia de influências das mais diversificadas, além de se cercar de convidados que realmente contribuem com a proposta. Um dos melhores exemplares recentes da força do Prog Metal nacional. Daqueles discos que você percebe algo novo a cada audição.
Majestica – Power Train (Symphonic Power Metal): O guitarrista Tommy Johansson deixou o Sabaton e passou a se dedicar totalmente ao Majestica, onde também acumula a função de vocalista. O grupo oferece uma receita com tudo para agradar os fãs do Power Metal dos anos 1990, com execução instrumental e arranjos típicos dos aspectos fantasiosos que mais cativam os adeptos da sonoridade.
Mammoth – The End (Hard Rock): Wolfgang Van Halen mantém a constância e reafirma seu talento no melhor disco da one-man band até o momento. Todas as principais qualidades dos trabalhos anteriores são elevadas e o protagonista se apresenta de forma mais solta e inspirada. Até o fato de o álbum ser mais curto se mostra um grande acerto, corrigindo alguns excessos e concentrando a criatividade no que realmente importa.
Mark Morton – Without The Pain (Classic/Southern/Country Rock): Em seu segundo álbum solo, o guitarrista do Lamb Of God mostra um lado totalmente distinto de sua personalidade musical, se cercando de nomes experientes na sonoridade proposta. As letras possuem caráter autobiográfico, criando uma conexão com o livro Desolation: A Heavy Metal Memoir, lançado pelo músico em 2024.
The Mist - The Dark Side Of The Soul (An Anatomy Of The Soul) (Thrash Metal): Após 30 anos, a banda mineira lança um álbum de estúdio que segue sua tradição de trabalhos conceituais. Comandando pelo vocalista Vladimir Korg, o grupo investe na temática de "um diálogo entre fantasmas que alertam sobre a insignificância humana e a vulnerabilidade diante do acaso". O resultado serve para matar a saudade dos fãs e deixar a ansiedade por mais no ar.
Nightstalker – Return From The Point Of No Return (Stoner Rock/Metal): O sétimo álbum da banda grega mantém o DNA do Black Sabbath como principal ingrediente sonoro. Os riffs, os vocais, as estruturas dos arranjos, tudo remete ao que foi criado em Birmingham nos anos 1970. O mérito está em fazer muito bem-feito, ao ponto de a sensação de cópia não incomodar.
Orbit Culture – Death Above Life (Melodic Death Metal): O quarteto sueco justifica todo o hype alcançado nos últimos anos com um trabalho conciso e cheio de momentos marcantes. As músicas oferecem passagens de fácil assimilação mescladas a influências dark muito bem encaixadas, além de alguns flertes explícitos com o som industrial. Os próprios anunciaram o disco como "um renascimento artístico". Que a nova era traga outros bons frutos.
Paradise Lost – Ascension (Doom/Gothic Metal): O novo álbum do Paradise Lost não representa uma guinada sonora, como a banda costuma fazer em vários momentos da carreira. Ele serve como uma espécie de retrospectiva, muito influenciado pela recente regravação de "Icon". O resultado tem tudo para agradar tanto os fãs do passado quanto dos discos mais recentes dos britânicos.
Perfect Plan – Heart Of A Lion (AOR/Melodic Rock): O quarto álbum da banda sueca tem tudo para agradar fãs de grupos como Survivor e os conterrâneos do Europe. Destaque para a voz privilegiada de Kent Hilli, um intérprete marcante, capaz de emocionar na primeira escutada. Os instrumentistas colaboram com performances de alto calibre, como exige a proposta sonora praticada. Não leva de volta aos anos 1980 de forma literal, mas traz uma bem-vinda nostalgia.
Retromorphosis – Psalmus Mortis (Technical Death Metal): Surgido das cinzas do Spawn Of Possession, o quinteto sueco empolga na estreia com uma sonoridade extrema e bastante criativa, com momentos de absurda técnica combinados a passagens de fácil assimilação. Difícil classificar como revelação dado o período anterior, mas certamente um dos debuts do ano!
Robert Randolph – Preacher Kids (Blues/Classic Rock): O primeiro trabalho do guitarrista fora da Robert Randolph & The Family é uma aula de bom gosto e talento, pontuado por ecleticidade e o talento de um músico de 48 anos que já figurou em várias das principais listas de melhores de todos os tempos em seu instrumento. Não à toa, já foi chamado para colaborações com Ozzy Osbourne, Eric Clapton, Santana, Elton John, Ringo Starr e Kirk Hammett, entre outros.
Samantha Fish – Paper Doll (Blues Rock): Em seu oitavo trabalho como artista solo, a musicista do Missouri, Estados Unidos, mostra estar conectada às raízes sem impedir o crescimento necessário para exibir uma identidade própria. A categoria como guitarrista e intérprete se sobressai, deixando claro o motivo de ter chamado a atenção de gente do gabarito dos Rolling Stones.
Sanhedrin – Heat Lightning (Heavy Metal): O trio novaiorquino chega ao quarto disco fiel às raízes do som que pratica, com vários ecos dos anos 1970 e início dos 1980. A vocalista e baixista Erica Stoltz é um destaque, com seu timbre agressivo e melódico na medida certa. Uma boa pedida para quem busca novidades que não fogem dos aspectos tradicionais do gênero.
Spinal Tap – The End Continues (Comedy Rock): Confesso que não me passava pela cabeça incluir este disco na lista. No entanto, a parceria com Paul McCartney em "Cups and Cakes" gerou uma das melhores pérolas Pop dos últimos anos. A participação de Elton John também abrilhantou um trabalho de artistas que, quatro décadas depois, sustentam o título de melhor paródia do Rock/Metal em toda a história.
Stoned Jesus – Songs To Sun (Doom/Stoner Metal): O novo álbum da banda ucraniana dá início a uma trilogia – que será prosseguida com Songs To Moon em 2026 e finalizada com Songs To Earth em 2027. São seis faixas em 40 minutos, com alternâncias e momentos surpreendentes, que passeiam por uma série de subgêneros roqueiros e metálicos. Tudo feito com a tradicional competência do power trio, que adiciona uma dose extra de peso em comparação aos pares do estilo que praticam.
Struck A Nerve – Struck A Nerve (Thrash Metal): O quarteto de Norwich, Inglaterra, conta com o baterista Chris Williams, do Gama Bomb. A sonoridade é o Thrash Metal em sua forma mais tradicional, resolvendo o tracklist de nove faixas em pouco mais de meia-hora. A urgência se reflete nas músicas, que empolgam o ouvinte e convidam para o headbanging.
Throw Me To The Wolves – Days Of Retribution (Melodic Death Metal): O álbum de estreia da banda paulista investe em um subgênero pouco explorado na cena nacional e oferece um sopro de novidade. Composições criativas, personalidade musical e vários momentos marcantes preenchem o tracklist. Admiradores de sons que colocaram a cidade sueca de Gotemburgo no mapa metálico terão muito o que desfrutar.
Trivax – The Great Satan (Black Metal): Da capa ao conteúdo lírico, o trio iraniano mostra não ter medo de bater de frente com os fundamentalismos enraizados em seu país. Para completar o cenário, a música traz alguns dos exemplares mais marcantes e potentes do gênero a que se dedicam, destacando o grupo como um dos grandes difundidores da cena fora do eixo das principais nações. Não à toa, obtiveram uma repercussão que raramente artistas de sua pátria obtêm no exterior.
Uganga – Ganeshu (Thrashcore): Uma das melhores bandas brasileiras das últimas décadas mostra capacidade de se reinventar e adaptar a cada mudança de formação – como agora, retomando o formato de quarteto, com apenas uma guitarra. Com as letras sempre impactantes do vocalista Manu Joker, os mineiros transmitem a mensagem e promovem reflexões importantes para o ouvinte. E o melhor, com uma pegada sempre fulminante no instrumental.
Venator – Psychodrome (Heavy Metal): Não importa a época, sempre haverá alguém disposto a tremular a bandeira do Heavy Metal em sua forma mais tradicional. O quinteto austríaco chega ao segundo disco sem medo de evidenciar as influências oitentistas e oferecendo um repertório apropriado para o headbanging e a air guitar. Pode não ser a coisa mais original do mundo, mas sempre conquista quando bem-feito.
Waxen – High Plains Bloodlust (Black Metal): O virtuoso guitarrista Toby Knapp chegou a abandonar a indústria em 2024, mas reconsiderou a decisão. Ainda bem, pois sua one man band proporciona um Black Metal muito bem executado, construído em cima de riffs que remetem a influências externas sem descaracterizar a proposta. A lamentar apenas a curta duração e número de faixas, embora ainda assim seja considerado um álbum, não um EP.
Wednesday 13 – Mid Death Crisis (Hard/Punk Rock): O Duke Of Spook chega a 10 discos sabendo usar com inteligência a fórmula que o transformou em um herói cult da cena roqueira. As músicas são simples, diretas e cativantes, daquelas que você decora já na primeira audição. A temática obscura não assusta, diverte e pode até servir de trilha sonora para uma festa com os amigos.
Wucan – Axioms (Classic/Hard Rock/Heavy Metal): O quarto álbum da banda alemã se destaca por ser difícil de encaixar em um segmento específico. E é justamente aí que reside sua maior força. Tem Hard, Classic, Kraut, Psychedelic Rock, além de boas pitadas de Heavy Metal e até espaço para passagens funkeadas. O importante é que o resultado alcançado é de extremo bom gosto, com destaque para a vocalista, guitarrista e flautista Francis Tobolsky, um talento a ser observado.
Your Spirit Dies – My Gnawing Pains Will Never Rest (Metalcore): O quinteto da Carolina do Sul justificou o barulho feito com seus lançamentos anteriores e brilhou em seu primeiro álbum completo. A mistura de agressividade com um senso melódico apurado – especialmente nas guitarras – convida o público a aproveitar a audição completa. Ainda mais nos momentos em que o lado metálico se sobressai e cria resultados impressionantes.
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