O Angra era tão grande quanto o Helloween nos anos noventa, diz produtor
Por Bruce William
Em 02/08/22
Flávio Borges, produtor de eventos na Mercury Concerts, participou do podcast IbagensCast, apresentado por Manoel Santos e Caio Maranho Maia, e em um corte divulgado pelo canal, ele começa falando que o Sepultura é a maior banda de Heavy Metal brasileiro de todos os tempos, e nos anos noventa era tão grande quanto qualquer banda do Big Four (Metallica, Slayer, Megadeth e Anthrax), e para ele é maior que o Testament e qualquer uma destas outras bandas.
Já quanto ao Angra, Flávio acha que os dois primeiros discos fizeram com que eles se tornassem a maior banda de Heavy Metal em muitos países como França e Japão, mas depois da saída do Andre Matos, principalmente depois do "Rebirth", a banda perdeu muita importância.
"O último do Viper com o Andre ("Theatre of Fate" de 1989) e o primeiro do Angra ("Angels Cry" de 1993) são discos muito à frente de seu tempo, são discos revolucionários daquela época, você não tinha referência para aquilo, e eles são considerados gigantescos lá fora", diz Flávio. "Eram bandas tão grandes quanto qualquer outra banda naquela época. Faziam pau a pau com o Helloween. Onde as pessoas ainda não entendem a importância dessas bandas é aqui no Brasil. Essas bandas são muito maiores do que qualquer banda de Rock Nacional".
Produtor explica porquê bandas como Angra e Stratovarius decaíram tanto ao longo dos anos
Depois Flávio dá sua teoria sobre o motivo de bandas como Angra e Stratovarius decaírem tanto ao longo dos anos. Para ele tem a ver com as mudanças de formação que foram acontecendo e que resultaram em uma mudança grande de sonoridade quando comparadas à fase clássica destas bandas. "Eu acho que alguns trabalhos como o Cain's Offering com o Kotipelto são muito mais legais que os últimos discos do Stratovarius, mostram o que seria a evolução natural do Stratovarius", diz.
Mais adiante, Flávio diz que o Angra possuía uma sonoridade única que intrigava a todos, incluindo grandes nomes do Metal: "Eu tive oportunidade de conversar muito tempo com o Kai Hansen sobre isso, o cara que inventou a porra toda (risos), fui fazer uma entrevista com ele quando trabalhava pra Strike do falecido Bonadia (Eduardo de Souza Bonadia), ficamos seis horas entrevistando o Kai Hansen e o Peter Sielck (Iron Savior), e a gente conversou muito sobre tudo que estava acontecendo no mundo, e eles diziam 'cara, a gente não consegue entender o que eles tocam, é muito bom'. E isto realmente, de uns tempos pra cá, não que os discos sejam ruins, mas são discos que não emocionam mais".
A entrevista completa de Flávio Borges ao IbagensCast pode ser assistida abaixo.
