Como a pandemia afetou o Blues Pills, que lançou até álbum em 2020
Por Igor Miranda
Postado em 20 de outubro de 2022
O Blues Pills foi uma das poucas bandas de rock a arriscar o lançamento de um álbum em meio à pandemia. Enquanto vários seguraram suas músicas inéditas para uma época em que pudessem fazer turnês de divulgação, o grupo formado por Elin Larsson (voz), Zack Anderson (guitarra), André Kvarnström (bateria) e Kristoffer Schander (baixo) disponibilizou em agosto de 2020 o terceiro disco de sua carreira, "Holy Moly!", e optou por promovê-lo apenas virtualmente, retornando aos shows somente em 2022.

Em entrevista ao canal IgorMiranda.com.br no YouTube, a cantora Elin Larsson e o guitarrista Zack Anderson falaram sobre a decisão de lançar "Holy Moly!" em meio à pandemia. Os músicos também comentaram a respeito das mudanças pelas quais eles próprios passaram durante o período de isolamento.
Inicialmente, Zack disse que o Blues Pills estava pronto para voltar às turnês quando veio a pandemia. O grupo havia tirado 2019 e boa parte de 2018 para descansar e gravar "Holy Moly!". "Ao mesmo tempo, não dava para voltar e mudar. As coisas acontecem por uma razão. Na época que tiramos um ano de folga, realmente precisávamos daquilo de qualquer forma. Eu não mudaria isso. Mas, claro, foi difícil quando estávamos com o álbum pronto e empolgados para sair em turnê, daí tudo acabou", afirmou.
Em 2020, ninguém imaginava que o fantasma da Covid-19 rondaria por tanto tempo, conforme apontado por Anderson. "Lembro que quando lançamos o álbum, ninguém sabia o que aconteceria. Nós falávamos que seria melhor adiar o lançamento, mas naquela época ninguém sabia, então falavam na indústria musical que isso acabaria em poucos meses. E foram anos, como todos sabemos", disse.
"Dez vezes mais demônio"
Elin Larsson, por sua vez, foi convidada a refletir sobre o que mudou com ela e com o Blues Pills em relação a como era antes da pandemia. A cantora disse que passou a lidar melhor com a pressão inerente à vida de uma artista.
"Se eu era um demônio no palco antes, sou dez vezes mais agora! [risos] Estou vivendo o rock and roll toda vez que tocamos ao vivo. Sinto que cansei de sentir a pressão e decidi que só quero me divertir e ter o máximo de energia. Antes, quando eu estava no início da minha carreira, eu tinha tanta pressão sobre mim mesma quanto a estar cantando perfeito, que eu sentia que não era boa o suficiente. Agora estou tipo: f#da-se, vou detonar, e se eu não tiver tanta energia como na noite anterior, então sim, sou uma m#rda, mas eu não me importo com como eu soo ou com meu visual, eu só quero detonar e ser livre. E isso definitivamente aumentou após a pandemia, e também provavelmente porque estou ficando mais velha e madura", declarou.
O período fora da estrada também fez de Elin uma pessoa mais "pé no chão". "Durante a pandemia eu tive que ter outro trabalho, eu não podia mais ser música, então trabalhei como professora numa escola. Conheci muitos alunos engraçados e legais e os ajudei em música e arte. Isso me fez voltar para o convívio social pensando que estar na estrada o tempo todo, estar no palco e não ser apenas eu como pessoa, é ser a vocalista daquela banda. Sim, eu mudei, fiquei mais calma por dentro, como em mim mesma, mas mais selvagem no palco", disse, com risos ao fim.
A entrevista completa com o Blues Pills pode ser assistida no player de vídeo a seguir. A banda se apresentará no Brasil, em show único no Carioca Club, em São Paulo, no próximo dia 29 de outubro.
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