A extraordinária canção do Led Zeppelin onde Plant lamenta estar privado da liberdade
Por Bruce William
Postado em 14 de fevereiro de 2023
"Presence" é o sétimo álbum de estúdio do Led Zeppelin, lançado em 1976. O álbum foi gravado durante um período conturbado para a banda, em especial Robert Plant, que havia sofrido um sério acidente de carro na Grécia. Ele e Jimmy Page trabalharam praticamente sozinhos no processo de composição do disco, que foi produzido por Page.
Page e Plant tinham em mente a ideia de que o álbum marcasse um retorno do Led Zeppelin ao hard rock mais cru dos seus primeiros trabalhos, porém atingindo um novo nível de complexidade, tanto que é o único álbum de estúdio da banda que praticamente não tem teclado e sem nenhuma faixa acústica - apenas um pequeno trecho de violão em "Candy Store Rock".
O resultado foi um disco considerado por muitos como "apenas mediano" - considerando que estamos falando de uma banda que entregou ao mundo alguns dos maiores clássicos da história do rock como o "Led Zeppelin II", "Led IV (de "Stairway to Heaven") e "Physical Graffiti" - mas que apresenta uma das músicas mais fortes da carreira da banda: "Achilles Last Stand", que abre o disco e é uma canção poderosa e vibrante com mais de dez minutos de duração e é a terceira mais longa da banda, perdendo apenas para "In My Time of Dying" e "Carouselambra", com uma marcante e intensa pegada na bateria de John Bonham - ele ARREGAÇA nesta música, que músico fantástico foi Mr. Bonham! - e um baixo galopante por conta de John Paul Jones, além de uma verdadeira orquestra de guitarras conduzidas por Jimmy Page.
Outro ponto interessante é a letra de "Achilles Last Stand", com referências mitológicas e cheia de metáforas, sobre a qual Plant falou em conversa com a Vulture: "Passei algum tempo na Grécia, cerca de seis ou sete meses, após um acidente de carro em 1975. Eu não conseguia andar. A letra da música se relaciona com a necessidade absolutamente desesperada de sair da prisão da cadeira de rodas ou de toda a coisa de me sentir aprisionado em qualquer lugar onde eu estivesse", disse o vocalista. "Eu ansiava por voltar às montanhas da Cordilheira do Atlas, ao lugar onde havia conforto e alegria, mas ao mesmo tempo, intriga e aventura".
Na conversa com a Vulture, Plant havia revelado por que acha que "Achilles Last Stand" se liga à mitologia na banda. "Muito da minha contribuição lírica e melódica eu agora vejo que aparecem nessas músicas que falam de jornadas, tipo 'No Quarter', 'The Song Remains The Same', 'Kashmir' e 'Ramble On'. Na juventude fui atraído pelo trabalho de C.S. Lewis e Lewis Spence e pelas obras desconhecidas ou quase esquecidas de J. R. R. Tolkien. Mais tarde comecei a ler Beowulf, o que se refletiu em uma espécie de conexão mais profunda com as ilhas, que são minha casa. As pequenas partículas e fragmentos que geram mitos enquanto procuram por aventuras mágicas."
"Presence" pode não ter a mesma diversidade dos trabalhos anteriores do Led Zeppelin, mas ele entrega uma das performances mais intensas da banda, refletindo o período conturbado que a banda enfrentava, e ao mesmo tempo atesta o talento de Jimmy Page como produtor e guitarrista.
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