Tudo ficou mais fácil para o Deep Purple quando pararam de competir com Manowar e Motorhead
Por Bruce William
Postado em 20 de maio de 2023
A capacidade auditiva humana é capaz de absorver sons com frequências variando entre 20 Hz e 20.000 Hz, ou 20 kHz, o que significa que somos capazes de ouvir uma ampla variedade de sons em diferentes tonalidades e intensidades. No entanto, é importante lembrar que a exposição prolongada a sons em altos níveis de decibéis pode causar danos na audição. Tanto que, de acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), é seguro estar exposto a níveis sonoros de até 55 decibéis (dB) por um tempo prolongado, mas níveis superiores a essa marca podem ser prejudiciais à audição.
Apesar disso, boa parte dos headbangers parecem despreocupados com as recomendações da OMS, até mesmo fazendo piadas a respeito. Exposição a altos níveis de ruído pode aumentar a concentração de cortisona no sangue, com efeito anti-inflamatório, e liberar endorfina, promovendo sensação de conforto e bem-estar. Com base nessas alterações fisiológicas, é compreensível porque bandas de heavy metal competem pelo título de "a mais barulhenta".
Deep Purple, The Who e Manowar são exemplos de bandas que já foram reconhecidas por seus altos volumes em shows ao vivo. Em 1972, o Deep Purple foi reconhecido como a banda mais alta do mundo pelo Guinness Book, após um show no Rainbow Theatre em Londres que atingiu 117 dB. O The Who superou esse recorde em 31 de maio de 1976, atingindo 126 dB em um concerto no campo do Charlton Athletic F. C. Mais tarde, em 1984, o Manowar se tornou a banda mais alta do mundo com 128 dB. O Manowar ainda bateu seu próprio recorde em 1994, atingindo 129,5 dB, mas o Guinness Book já não reconhecia a categoria "banda mais alta" para evitar danos auditivos. Embora o Guinness não reconheça oficialmente, bandas como AC/DC, Kiss e Motörhead também têm reputação de tocar em volumes extremamente altos em seus shows ao vivo.
Curiosamente o Deep Purple, a banda que deu partida a esta batalha pelo volume, mudou de postura ao longo dos anos, a ponto de hoje em dia o vocalista Ian Gillan afirmar que eles soam bem melhor agora que não se preocupam mais com isto. "Costumávamos tocar bem alto, mas acho que o foco mudou agora. O impacto do volume puro era uma das coisas que costumavam ser comentadas. Os equipamentos agora são tão sofisticados que você pode ter volume sem dor" disse Gillan, conforme apurou o Loudersound.
"Na verdade, hoje é mais prazeroso", prossegue o vocalista. "Você não sai do palco com os ouvidos zunindo após o show, como costumava ser antes. Você se foca muito mais no que está acontecendo no palco, você se envolve muito mais, eu considero uma melhoria significativa em relação ao que era antes".
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