Se as bandas de rock nacionais dos anos 80 eram ruins, porque fazem sucesso até hoje?
Por Bruce William
Postado em 25 de julho de 2023
Logo no começo da participação de Júlio Ettore, jornalista e historiador do rock brasileiro, no podcast Inteligência Ltda, apresentado por Rogério Vilela, o assunto foi o motivo das bandas BRock não serem consideradas tão boas e ao mesmo tempo fazerem tanto sucesso até os dias de hoje.

Vilela começa dizendo para Júlio: "Eu gosto de algumas bandas que eu sei que não eram muito boas tecnicamente, e quando eu falo a galera torce o nariz. E quando eu vejo você tratar com carinho estas bandas, eu acho legal, porque eu acho que minha memória emocional, ela afeta a minha avaliação..."
Júlio comenta que a gente cria memória afetiva com as músicas e as bandas, e isto não tem nada a ver com o debate se alguém toca bem ou mal, e Vilela propõe que esta questão seja abordada: "A gente podia começar falando sobre isso: o nosso rock dos anos oitenta era tão ruim assim quanto o pessoal falava ou não?" Júlio topa e desenvolve o tema.
"Existem algumas coisas pra gente avaliar aí: o movimento dos anos oitenta em alguns lugares como Brasília, ele começa influenciado pelo punk. E uma das grandes contribuições do punk para o rock é facilitar as coisas. Porque os anos setenta foram virtuosos, cheios de solos, escalas, eles levaram isto ao extremo. Mesmo aqui no Brasil algumas bandas como o próprio Vímana do qual fez parte Lobão, Lulu Santos, a ideia eram coisas complexas, muito 'cabeças' e não sei o quê...".
Vilela faz um aparte dizendo que com o punk, qualquer um na própria casa podia tocar, e Júlio comenta que Renato Russo é um produto disso. Vilela fala de Ramones, e Júlio concorda: "Sim, Ramones e Sex Pistols", comentando em seguida como era difícil adquirir instrumentos bons, dentre outras coisas. Até que mais adiante ele sintetiza a explicação para o sucesso de bandas acusadas de serem pobres em termos técnicos.
"Também tem um pouco a ver com a latinidade, o Renato também falava sobre isso, que a gente é muito passional. Então a relação com a música é a mesma coisa, ela é menos racional, às vezes uma música bate forte nas pessoas não pela qualidade instrumental e complexidade, mas sim pela melodia, pela harmonia ou pela voz do cantor", explica o jornalista.
A participação completa de Júlio Ettore no Inteligência Ltda pode ser vista no vídeo a seguir.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A música de amor - carregada de ódio - que se tornou um clássico dos anos 2000
A banda clássica que poderia ter sido maior: "Influenciamos Led Zeppelin e Deep Purple"
13 shows internacionais de rock e metal no Brasil em dezembro de 2025
A maior música do rock progressivo de todos os tempos, segundo Steve Lukather
Limp Bizkit retorna aos palcos com tributo a Sam Rivers e novo baixista
Guns N' Roses anuncia valores e início da venda de ingressos para turnê brasileira 2026
O jovem guitarrista preferido de Stevie Ray Vaughan nos anos oitenta
Steve Morse escolhe o maior guitarrista do mundo na atualidade
O show do Dream Theater que virou disco ao vivo - e deixou Mike Portnoy passando mal
John Bush não se arrepende de ter recusado proposta do Metallica
Álbum ao vivo da última turnê de Paul Di'Anno será lançado em 2026
Nazareth: um elogio à pertinácia
A maior balada de heavy metal do século 21, segundo a Loudersound
Jerry Cantrell afirma que há uma banda grunge que não lançou nenhuma música ruim
Ex-integrantes do Cradle of Filth levam Dani Filth aos tribunais

Gosto musical impediu que Metallica se tornasse um Maiden
Pepeu Gomes comenta convite para o Megadeth e fala sobre Kiko Loureiro
Para Lobão, a maior banda de rock do mundo dos dias de hoje é brasileira
O Whiplash.Net protege quem anuncia no site?
Andreas Kisser explica por que nunca rolará reunião do Sepultura
"A quantidade de drogas que eu estava usando teria matado um rinoceronte" diz Deen Castronovo


