A música do Thin Lizzy que Phil Lynott queria que fosse uma balada mas virou um "rockão"
Por Bruce William
Postado em 06 de julho de 2023
O Thin Lizzy, formado por Phil Lynott em Dublin em 1969, enfrentou anos de sucesso comercial relativo antes de alcançar o reconhecimento. Apenas dois momentos destacaram-se durante esse período difícil: o sucesso do single "Whiskey in the Jar" em 1973 e uma breve entrada nas paradas com o álbum "Fighting" em 1975. No entanto, tudo mudou com o lançamento do álbum "Jailbreak", que se tornou um grande sucesso, especialmente com o hit "The Boys Are Back in Town".
Então chegou a hora de preparar seu sucessor: "Johnny The Fox", lançado em 1976 e que dividiu opiniões, com alguns acreditando que ele mostrava sutileza, melodia e escopo musical ainda maiores, enquanto outros achando que ele não havia alcançado a qualidade de seu antecessor. Mas em um ponto a maioria concordava, que era sobre as qualidades positivas de uma das músicas: "Don't Believe a Word".
Escrita por Phil Lynott, "Don't Believe a Word" seria originalmente uma balada com a sua letra falando de um cara que, embora apaixonado, confessa para a sua amada que talvez ele não seja uma pessoa confiável, em trechos como: "Don't believe a word/ For Words are only spoken/ Your Heart is like a promise made to be broken" ("Não acredite em uma palavra/ Pois as palavras são apenas ditas/ E seu coração é como uma promessa feita para ser quebrada", em tradução livre) ou "Cos words can tell lies /And lies are no comfort /When there's tears in your eyes" ("Porque palavras podem contar mentiras/ E mentiras não servem de consolo/ Quando há lágrimas em seus olhos").
O problema é que aquela versão lenta não agradou ao guitarrista Brian Robertson. Ele decide então adicionar um forte riff de guitarra e se junta ao baterista Brian Downey para refazer a parte musical, acelerando o ritmo e tornando a canção mais roqueira, além de incluir um faiscante solo de guitarra. Lynott se irritou e chegou a ficar alguns dias fora do estúdio, enquanto a banda prosseguia fazendo as partes que não precisavam do vocalista/baixista.
A partir dali Brian Robertson começou a perder seu espaço na banda, as diferenças criativas aumentaram muito e Brian estava também tendo problemas com bebidas a ponto de, durante uma briga em um bar, ele fraturar a mão e ter que ser substituído às pressas pelo velho amigo de Phil, Gary Moore, para uma turnê em 1977. Robertson ficou na banda até depois de "Bad Reputation", mas apareceu apenas em três músicas pois já estava basicamente de saída.
E já que falamos em Gary Moore, embora "Don't Believe a Word" tenha sido lançada com sucesso nesta versão mais rápida, a ponto de ter atingido o segundo posto das paradas de singles na Irlanda, Lynott nunca deixou de lado a sua versão original, e em 1978 o guitarrista gravou a versão lenta em seu álbum solo daquele ano, "Back On The Streets", contando com a participação especial do próprio Phil (clique aqui para ouvir) no baixo e vocal e também do baterista do Thin Lizzy, Brian Downey.
A versão lenta de "Don't Believe a Word" também foi lançada pelo Thin Lizzy no álbum "Live/Life" de 1983, em uma tocante reinterpretação ao vivo com as guitarras faiscantes de Scott Gorham e John Sykes.
Com informações do Wow-Vinyl e Glenn and Adrian's Rock Talk.
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