A explicação de Keith Moon para o prejuízo do The Who antes de "Tommy"
Por André Garcia
Postado em 02 de julho de 2023
Nos anos 70, Keith Moon era um astro como baterista do The Who, e às suas custas levava uma vida de luxo. Em 1967, por outro lado, a banda tirava o sono dos contadores com prejuízos.
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Em 1972, Moon já gozava da fama de um dos maiores e mais selvagens dos rockstars quando deu uma entrevista exclusiva para edição de abril da Melody Maker. Conforme resgatado pela Drum Magazine, ele comentou a péssima situação financeira da banda, com eles praticamente rasgando dinheiro.
"Acredito que [o prejuízo] não tenha sido por levarmos uma vida boa — embora Pete e eu sejamos esbanjadores; somos extravagantes, para dizer o mínimo. O problema era os instrumentos [destruídos]. Quando fazíamos um show, recebíamos 100 libras, mas uma guitarra custava 150, e uma bateria 100. A dívida chegou a uns 30 ou 40 mil libras, provavelmente muito mais. Os números eram astronômicos. Tínhamos reuniões que mais pareciam velórios, nossos contadores lá pálidos e cinzentos. A gente pegava os balanços contábeis e jogávamos por todo o escritório, rachando o bico: não tinha receita, era só dívida, dívida, dívida… Não tinha entrada de dinheiro."
"O rombo ficou enorme com os custos de equipamentos", acrescentou, "aluguel de van, e os custos todos de ir para os Estados Unidos, que eram incrivelmente caros. Aqui, [nos Estados Unidos] recebíamos 200 libras por semana, o que parecia ótimo, mas não era. Recebíamos cerca de 600 libras pelo show de Murray The K, mas estávamos hospedados em um dos hotéis mais caros de Nova York, [então] 5 mil dólares evaporaram em dois dias. Deveríamos ter arrumado um quartinho, mas lá estávamos em uma suíte pedindo Oysters Rockefeller. Não tínhamos noção alguma de dinheiro."
"Acredite ou não, só a partir de 'Tommy' é que começamos a ganhar algum dinheiro. Antes disso, nada, e tivemos que pagar tudo o que pegamos emprestado. Fizemos uma turnê pelos Estados Unidos com Herman's Hermits e perdemos dinheiro. Fizemos uma turnê de ônibus, por que pensávamos ser a forma mais barata de viajar, só que o ônibus nos custou milhares de dólares", concluiu.
Um dos projetos mais ambiciosos dos anos 60, "Tommy" foi uma rock opera em álbum duplo cuja produção levou seis meses. Todas as suas faixas narram a história de um garoto cego, surdo e mudo, mas que se tornou um messiânico astro como campeão de pinball. Grande sucesso em sua terra natal, chegou à 2ª colocação nas paradas de sucesso do Reino Unido. Nos Estados Unidos chegou à 4ª posição nas paradas da Billboard, vendendo só por lá 2 milhões de cópias.
Como se não bastasse, sua turnê rendeu ao The Who ainda o álbum ao vivo "Live at Leeds" (1970) — amplamente considerado uma das maiores influências para o surgimento do heavy metal. Em 1975, 'Tommy' virou um filme com elenco estrelado, com nomes como Elton John, Eric Clapton e Tina Turner.
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