O baterista que humilhou John Bonham, mas era idolatrado pelo músico do Led Zeppelin
Por Bruce William
Postado em 15 de setembro de 2023
Há alguns músicos cuja obra foi tão marcante a ponto de serem praticamente uma unanimidade, como é o caso de John Bonham. O lendário baterista britânico ficou famoso por sua atuação como membro do Led Zeppelin, sendo reconhecido como um dos mais destacados instrumentistas da história, com um estilo caracterizado por sua intensidade, precisão e groove inigualáveis. Bonham era verdadeiramente único em sua abordagem, exibindo uma notável capacidade de combinar poder e precisão mesmo em ritmos complexos. Sua mestria no groove desempenhou um papel fundamental no som distintivo do Led. John Bonham é considerado um dos maiores bateristas de todos os tempos, e seu legado continua a inspirar músicos e fãs de todo o mundo.

O estilo único de Bonham, afirmam especialistas, agrega elementos de músicos do jazz, e costuma-se dizer que ele foi inspirado pelos grandes mestres do gênero. Conforme disse um antigo técnico de bateria de John, chamado Jeff Ocheltree: "Ele ouvia Max Roach, Alphonse Mouzon, Elvin Jones e muitos bateristas de fusion e jazz. Isso é o que me impressiona em relação a John Bonham, todo mundo pensa que ele gostava somente de baterias grandes e de tocá-las com muita força. Mas Bonham estava mais interessado em ritmo e em aperfeiçoar a técnica. Uma vez ouvi Jimmy Page tocar uma música de Django Reinhardt durante uma passagem de som, e John tocou junto".
O músico que, para John Bonham, fez as pessoas prestarem atenção na bateria dentro do rock
Bonham era uma pessoa reservada, e poucas vezes ele disse de forma clara quais teriam sido suas influências. Uma delas aparece no livro "The Powerhouse Behind Led Zeppelin" onde o irmão de John, Mick Bonham, relata uma conversa que eles tiveram, onde John teria dito: "Não considero que eu sou particularmente influenciado por alguém ou algo, mas quando comecei a tocar fui influenciado pela antiga soul music. Era apenas aquela sensação e aquele som, sabe?"
No livro, há outra passagem onde John explica o que de fato despertava sua atenção: "Quando ouço outros bateristas, gosto de poder dizer: 'Ah! Eu não tinha ouvido isso antes'. Ser você mesmo é muito melhor do que soar como qualquer outra pessoa. A característica do Ginger Baker é que ele é ele mesmo, portanto, não tem como tentar fazer o que ele faz".
Então a verdade é que, como bem observou Igor Miranda em matéria de 2021, embora tenha começado a tocar sob influência de nomes do jazz, como Buddy Rich, Elvin Jones e Max Roach, John Bonham na verdade tinha como favorito um baterista mais ligado ao rock: "Não acho que alguém seja capaz de superar Ginger Baker. As pessoas não prestavam muita atenção na bateria antes de Gene Krupa. E Ginger Baker foi o responsável pela mesma coisa dentro do rock", disse Bonham, relembrando que Ginger "não era apenas alguém que ficava ao fundo e não era percebido".
Ginger Baker explica porque John Bonham não pode ser comparado com ele
Já Baker nunca escondeu que não tinha em grande consideração o Led Zeppelin e, por tabela, o trabalho desenvolvido por John Bonham. Uma das ocasiões em que esta postura ficou bem clara aconteceu durante uma entrevista em 1997 para Jim Clash e que só foi publicada na íntegra em agosto de 2023 na Forbes quando, ao ser perguntado se ele considerava o Led uma boa banda influenciada pelo Cream, Ginger respondeu.
"Jimmy (Page) é um bom guitarrista. Eu não acho que o Led Zeppelin tenha preenchido o vazio deixado pelo Cream, mas eles fizeram muito dinheiro. Eu provavelmente gosto de uns 5% do que fizeram - algumas coisas eram bem boas. O que eu não gostava era daquela coisa de 'bish-bash, jing-bap, jing-bash' pesada".
Jim então pergunta: "O que você acha do baterista do Zeppelin, o John Bonham?", e Ginger responde: "Há alguns anos o John disse 'Há dois bateristas no rock & roll, Ginger Baker e eu'. Mas de forma alguma John Bonham chegou perto do que eu sou. Ele não era um músico. Muitas pessoas não entendem que eu estudei, eu sei escrever música. Eu escrevia para Big Bands (Orquestras de Jazz) em 1960, 1961. Eu sentia que para ser um baterista, eu precisava aprender a ler as tablaturas. Eu era tão bom nisto que um cara destas Big Bands me disse pra pegar dois livros. Estudei ambos ao mesmo tempo. Um era sobre regras de harmonia básica, e o outro era sobre como quebrar estas regras" diz Ginger, entre risos.
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