A decisão de Alírio Netto que contribuiu para Shaman acabar, segundo Ricardo Confessori
Por Gustavo Maiato
Postado em 13 de setembro de 2023
O Shaman acabou novamente no começo do ano após série de polêmicas envolvendo declarações de Ricardo Confessori. Na ocasião, ele deu a entender que pessoas externas estavam se envolvendo na banda e teve discursos políticos controversos.
Em entrevista ao Metal Musikast, Confessori deu sua versão sobre o fim da banda. Em seu entendimento, o clima já não estava bom e tudo começou a piorar após o cantor Alírio Netto dizer que ia se mudar para a Espanha.
"Você consegue perceber as declarações dos caras, certo? Eles estão dizendo que já estavam cansados disso porque, mas me digam, como uma banda pode sobreviver se, seis meses após o vocalista entrar na banda, ele informa à banda que está se mudando para a Espanha? Uma banda que vive praticamente 90% do tempo no Brasil, entende?
Como uma banda que perdeu o grande vocalista Andre Matos, que é o maior de todos os tempos, em uma situação delicada tentando se reerguer, chama o vocalista e ele omite isso de vocês? Depois que ele já começou as atividades e gravações, ele simplesmente avisa: 'Daqui a quatro meses, estou me mudando para a Espanha.'
E aí jogam em cima de você toda essa preocupação de trazê-lo de volta ao Brasil e só poder fazer shows a partir de um certo número, devido ao alto custo em euros para trazer alguém aqui e os problemas com voos. Além disso, não podemos mais fazer eventos, fica inviável.
Então, esse argumento que tentaram usar para me culpar foi apenas a gota d'água, a última gota d'água. Além disso, houve outras coisas que encheram a paciência, como interferências de pessoas que, de fora da banda, queriam dar palpite. A banda precisa ser tratada como uma empresa, não como uma família, vamos ser honestos.
As pessoas devem trabalhar com base em competência, com quem faz parte da banda. A verdade é que esta é a segunda vez que tentam colocar a culpa nas minhas costas, não foi a primeira vez. Desde o começo, eles queriam seguir caminhos individuais, queriam seguir carreira solo, e sempre encontravam alguém para culpar pela separação."

O novo fim do Shaman
Relembre o comunicado que pôs ponto final ao Shaman em janeiro, publicado por Mateus Ribeiro.
"Após mais de 20 anos de Shaman, nós tomamos a decisão de encerrar as atividades da banda. Cada um sentiu que era a hora de dar oportunidade para coisas novas. No mais, nós só queremos agradecer todo carinho e amor de cada pessoa espalhada pelo mundo.
A banda vai cumprir as datas que já tinham na agenda para após entrar em um hiato indeterminado. Caso queira saber o posicionamento de cada músico, basta conferir nas redes sociais de cada um deles".
Ricardo Confessori e o fim do Shaman
Depois disso, o baterista Ricardo Confessori quebrou o silêncio e se manifestou sobre o fim do Shaman.
"É o seguinte, galera. Hoje estou aqui para falar sobre meus próximos passos no rock. Como vocês sabem, sou roqueiro raiz. Comecei a gostar com caras do Black Sabbath, que fazia um som pesado. Você olha para eles e vê que eram caras alfa, não estavam aí para ninguém. Enfiavam o pé no sexo, drogas e rock ‘n’ roll.
A galera enlouquecia pelo estilo de vida que os caras tinham. Eram caras que chamamos hoje de red pills. Pessoas que não estão aí para nada nem para ninguém. O que interessava era encher a cara e tocar com groupies. Em algum momento na história do rock, acabaram caras assim. Agora, o cara tem que pedir para a esposa dele para ensaiar. Ela pode achar que está passando muito tempo no ensaio. Tem que ter um alvará de turnê.
Às vezes, podem dizer que a letra da sua banda não é legal, é machista. Acho que esses roqueiros modernos são os blue pill. São as pessoas que fazem tudo certinho como a mulher quer. Primeiro vem o casamento, o amor da vida dele. Depois, vem a banda, depois o rock. O rock nunca foi isso. O rock veio de caras brutos, com parafusos soltos na cabeça. Quero dizer que me considero um patriota. Moro no Brasil e já me chamaram para sair muitas vezes. Para quem não sabe, casei na Alemanha e cheguei a morar lá. Não suportei.
Me interesso pelo rock daqui. Quero fazer isso crescer. Vejo outros músicos do Brasil querendo bombar lá fora, no Japão, EUA e Europa. Não quero dar uma de Edu Falaschi. Ninguém é chupa pau de gringo não. O público quer ver o roqueiro de verdade. Sempre entrei na música não pela técnica. Nunca fui um cara extremamente técnico. Eu poderia ser, mas sempre dei preferência pelo feeling e atitude.
Estou com minha banda Confessori Band de volta. Voltamos para a ativa. Vamos sair com material novo logo mais. É meu trampo solo e as pessoas que vão tocar comigo se encaixam nesse perfil. Chega de músicos blue pill, que tem medinho de falar qualquer coisa. Que metem o rabo no meio das pernas por qualquer coisa. A gente é rock!".
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