Universidade de música no Brasil não ensina como ganhar dinheiro, explica Rafael Bittencourt
Por Gustavo Maiato
Postado em 05 de setembro de 2023
O compositor Rafael Bittencourt, guitarrista do Angra, frequentou a universidade Santa Marcelina no curso de Composição. Em entrevista ao Venus, ele refletiu sobre os problemas que encontrou na vivência acadêmica.
"Eu comecei a gostar da faculdade de música, mas tinha seus problemas. Acho que no Brasil a universidade de música precisa abrir o leque para oferecer cursos profissionalizantes. Não é nada assim. Por exemplo, se o cara que fazer trilha para filme, não tem nada específico para isso lá dentro.
No curso de composição não é assim. É complicado. É um curso muito voltado para composição acadêmica, não para ganhar dinheiro com isso. Eles odeiam! Imagina, ganhar dinheiro com composição? Isso não! O artista quanto mais pobre e fodido é mais nobre. Tipo: ‘Olha só minha música que nunca foi tocada, mas gastei anos elaborando uma teoria que endosse’. Bicho, eu não queria morrer de fome! Queria que minha música fosse ouvida".
Roqueiros e críticas sobre cursos de música
Essa não foi a primeira vez que um roqueiro se manifestou contra os procedimentos adotados nas faculdades de música. Em entrevista ao Prática na Prática, Pitty teceu suas críticas.
"Dentro da faculdade é muito chato, às vezes. O primeiro ano foi um inferno. Eu não podia fazer uma quinta paralela. Eu queria fazer dissonância e não dava. O professor falava que só a partir do segundo ano poderia mudar isso. Eu não acreditava que teria que passar dois anos sem poder fazer quinta paralela, que é o auge do rock e do metal. Não podia. Precisei ficar um ano ali aprendendo a ler e escrever.
Não é tipo: ‘Uau, vou fazer música’. No começo das aulas de piano, era decorar Chopin. Eu adoro Chopin, mas não queria ficar decorando uma peça. Queria entender o mecanismo que fez o cara encontrar aqueles acordes. Eu estava fazendo licenciatura, mas estava mais interessada em composição e regência, que era o que eu pretendia fazer depois. Mas passar nessa prova era mais difícil! [risos]".
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