O recurso de composição essencial no rock e metal rejeitado em universidades, segundo Pitty
Por Gustavo Maiato
Postado em 03 de abril de 2023
Quem estuda teoria musical sabe que existem diversos recursos que podem ser utilizados pelos compositores na hora de criar suas peças.
Um deles é o contraponto, que consiste em combinar duas ou mais melodias distintas executadas ao mesmo tempo por vários instrumentos ou vozes. Dentro do contraponto, o compositor pode fazer uso da quinta paralela, que consiste em progressões nas quais o intervalo de uma quinta perfeita é seguido por uma quinta perfeita diferente.
Quintas paralelas são fundamentais para a construção dos chamados power chords, que são a base para criação de música de rock e heavy metal. Exemplo claro pode ser ouvido no riff principal da música "Iron Man", do Black Sabbath.
Em entrevista ao podcast "Prática na Prática", apresentado por Jean Dolabella, a cantora Pitty disse que em seus tempos de estudante na faculdade de música os professores não eram lá muito incentivadores do uso das quintas paralelas, fundamentais para quem quer seguir carreira no rock.
"Dentro da faculdade é muito chato, às vezes. O primeiro ano foi um inferno. Eu não podia fazer uma quinta paralela. Eu queria fazer dissonância e não dava. O professor falava que só a partir do segundo ano poderia mudar isso. Eu não acreditava que teria que passar dois anos sem poder fazer quinta paralela, que é o auge do rock e do metal. Não podia. Precisei ficar um ano ali aprendendo a ler e escrever. Não é tipo: ‘Uau, vou fazer música’. No começo das aulas de piano, era decorar Chopin. Eu adoro Chopin, mas não queria ficar decorando uma peça. Queria entender o mecanismo que fez o cara encontrar aqueles acordes. Eu estava fazendo licenciatura, mas estava mais interessada em composição e regência, que era o que eu pretendia fazer depois. Mas passar nessa prova era mais difícil! [risos]".
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