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A crítica de Rafael Bittencourt ao "bundamolismo" de certas bandas do rock nacional 1980

Por Gustavo Maiato
Postado em 05 de outubro de 2023

O guitarrista Rafael Bittencourt, do Angra, participou de episódio do Pompscast e na ocasião refletiu sobre a falta de guitarra – principalmente de solos – no cenário do rock nacional dos anos 1980. Em sua fala, Bittencourt, criticou essa característica que, segundo ele, está presente em bandas como Legião Urbana e Barão Vermelho.

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"O rock no Brasil, vamos ser sinceros, aquele dos anos 1980, como Legião Urbana e Barão Vermelho, tinham um certo bundabolismo. Não me entendam errado! Não podia muita guitarra, não podia assustar as freiras. De certa forma, o mercado do rock no Brasil era muito conservador. Pintaram bandas como Korzus e o próprio Sepultura que ignoraram isso e meteram guitarra, berrando. Era um contraponto.

No meu caso, queria fazer música com guitarra! Tinha uma série de coisas. Existe uma linha para você se posicionar mercadologicamente que você não pode fazer concessão. Por exemplo, se falarem para eu tirar a guitarra, me desculpa, tira outra coisa. Nos anos 1980, muitas bandas não tinham solo! Me perguntaram uma vez se a guitarra morreu. Você perguntou para a pessoa errada. O que mais tem na minha banda Angra é guitarra".

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Foto: Gustavo Maiato
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Solos de guitarra no rock nacional

Rafael Bittencourt não foi o primeiro a expressar esse tipo de crítica. Neste trecho da participação de Andreas Kisser no programa Amplifica, transcrito por Bruce William e apresentado por Rafael Bittencourt, a discussão girava em torno de solos de guitarra, com comentários sobre a genialidade de guitarristas notáveis como Eddie Van Halen. Van Halen era conhecido por realizar solos fantásticos mesmo sem um profundo conhecimento da música em que estava inserido, uma habilidade que poucos possuíam. Foi nesse contexto que Rafael observou que adicionar solos à música que não os demandava levou alguns produtores a decidirem evitar solos completamente.

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"Andamos por anos sem solos nas músicas de rock", lamentou o guitarrista do Angra. "Essa é uma das grandes críticas que tenho ao rock nacional", concordou Andreas desaprovando. "Você vê bandas como Titãs, Paralamas, Barão Vermelho, Ultraje a Rigor", acrescentou. Andreas fez uma observação adicional: "O Ultraje tinha uma pegada até um pouco mais metal mesmo na guitarra. O Barão Vermelho é até um pouquinho menos tímido, mas o resto era muito..." sem completar a frase, indicando que os músicos "pisavam no freio" nas guitarras.

Rafael sugeriu uma possível explicação: "Reza a lenda que era uma coisa da indústria fonográfica". Andreas concordou: "Total! Era pra rádio, tinha que tocar na rádio." Rafael retomou: "Exato. Mas eu acho que esses músicos, e eu endosso a tua indignação, que os músicos tinham que ter falado 'Não pô', eles tinham que brigar, porque a gente tem que ensinar as pessoas a gostar disso, a cultura da guitarra".

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Andreas mencionou guitarristas como Lanny Gordin, (Luiz) Carlini, Sérgio Dias, a banda 14 Bis: "Uns puta guitarristas, fazendo uns puta solos, os solos sendo importante na música, daí vem a década de oitenta, ela mudou isso. Mudou o conceito. Tanto que eu detestava o Pedal Chorus. Porque todo mundo usava aquela porra!" enquanto Rafael ria.

Depois de afirmar que hoje "fez as pazes com o Chorus", Andreas explicou que a padronização ocorria porque "dois ou três produtores faziam todo mundo". Rafael mencionou trabalhos de artistas como Marina Lima e Lulu Santos, indicando que ali havia uma guitarra presente, e Andreas concordou, mas explicou que o problema era em relação à guitarra distorcida. "O Bellotto (Tony, do Titãs) me falou que teve que ir pro estúdio regravar guitarra pra tocar na rádio. É brutal isso, é brutal isso."

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Rafael expressou sua perplexidade com essa postura, baseada apenas na suposição dos produtores de que o público rejeitaria guitarras mais contundentes e com distorção. Ele também comentou que as mesmas rádios que tocavam essas músicas brasileiras com guitarras mais leves também tocavam músicas estrangeiras com guitarras mais pesadas. Andreas percebeu que atribuir a culpa inteiramente aos produtores talvez não explicasse completamente a situação e questionou se, na verdade, eram as bandas brasileiras que tinham uma proposta diferente, citando casos como o RPM, onde praticamente não havia guitarra, e o som era baseado nos teclados.

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Rafael concordou parcialmente, perguntando qual seria a banda que se proporia a fazer um som com guitarra mais distorcida. Andreas lembrou a primeira edição do Rock in Rio de 1985, mencionando AC/DC, Jake E Lee/Ozzy, Scorpions, e os brasileiros ali, tímidos. Ele lembrou que Herbert Vianna falou mal de Angus Young, possivelmente devido a uma certa rivalidade ou ressentimento em relação às condições desiguais entre artistas brasileiros e estrangeiros. Concluindo, Andreas afirmou: "Mas tinha sim esse ranço do solo de guitarra. E o Herbert é um puta músico!"

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Sobre Gustavo Maiato

Jornalista, fotógrafo de shows, youtuber e escritor. Ama todos os subgêneros do rock e do heavy metal na mesma medida que ama escrever sobre isso.
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