A música inacabada de Bruce Springsteen que mudou a carreira do Dire Straits
Por Bruce William
Postado em 24 de novembro de 2023
O Dire Straits foi uma das bandas de rock que ajudou a furou a bolha da Disco Music do final dos anos setenta com a icônica "Sultans Of Swing", canção que conquistou as ondas do rádio graças ao vocal marcante e principalmente ao dedilhado esperto de Mark Knopfler, que acabou ficando marcado como "a cara" do grupo, a ponto de haver quem pense que Dire Straits seja o nome do Mark!
O grupo foi formado nos anos setenta por Mark e seu irmão, David Knopfler, que inicialmente tocavam juntos em pubs como parte da banda Café Racers antes de alterar o nome e gravar uma fita demo com a canção que lhes traria fama e sucesso, que não aconteceu como uma explosão de uma hora pra outra mas sim de forma gradual, com eles conseguindo, a princípio, uma certa popularidade nos Países Baixos antes de atrair a atenção de uma audiência mais ampla com seu som influenciado pelo folk e blues.
Somente depois de lançar seu álbum de estreia autointitulado em 1978 é que a banda se tornou um enorme sucesso global, com Mark nos vocais e guitarra principal, e David, na guitarra base e vocais de apoio, além de John Illsley no baixo e Pick Withers na bateria. O grande hit do álbum foi, óbvio, "Sultans of Swing", que lançado em single atingiu o 4º lugar na Billboard Hot 100 dos EUA e a 8ª posição na parada de singles do Reino Unido, enquanto o álbum em si alcançou o topo das paradas de álbuns na Alemanha, Austrália e França, foi número 2 nos Estados Unidos e número 5 no Reino Unido.
Em 1979 foi a vez do segundo álbum, "Communiqué", que atingiu o topo das paradas de álbuns na Alemanha, Espanha, Nova Zelândia e Suécia, além de alcançar a 11ª posição nos Estados Unidos e a 5ª no Reino Unido. No entanto, alguns críticos argumentaram que, embora fosse um "disco competente", as músicas pareciam "imitações pálidas" ou "faixas não boas o suficiente para o Dire Straits". Outros afirmaram que o segundo álbum "parecia pouco mais que uma cópia do antecessor, com material menos envolvente".
Mark parecia ter sentido que a banda estava meio limitada, e determinado a se recuperar com um trabalho impactante, passou os primeiros meses de 1980 escrevendo as músicas para o próximo álbum, até que um dia ele ouviu na rádio "Because The Night" de Patti Smith. Ele percebeu que aquele tipo de som era o caminho, e entrou em contato com o produtor da música, Jimmy Iovine, convidando-o para trabalhar com o Dire Straits.
"Because The Night" havia sido escrita por Bruce Springsteen para seu álbum de 1978, "Darkness on the Edge of Town", mas ficou de fora pois Bruce não conseguiu fazer uma letra para ela. Então o produtor, Jimmy Iovine, sugeriu que Patti Smith a gravasse, e lhe forneceu uma demo instrumental. Aceitando devido ao grande refrão que combinava com sua voz, Smith compôs a letra enquanto esperava uma ligação de seu então namorado, Fred Sonic Smith (MC5), pois o casal vivia então um relacionamento à distância, já que ele morava em Detroit e ela em Nova Iorque.
"Nós não tínhamos celulares naquela época e nem tínhamos muito dinheiro", contou Patti anos mais tarde. "As ligações interurbanas eram bem caras, então a gente só conseguia falar com o outro uma vez por semana". E numa destas noites, Patti estava esperando uma ligação do namorado, marcada para às 19:30h. Passou uma, duas horas e nada. Então ela pegou a fita cassete com a demo instrumental de Bruce, que ela recebeu de Iovine, e escreveu uns versos para a canção, que se tornou um dos maiores sucessos da cantora.
Iovine disse uma vez que o terceiro álbum das bandas têm um encanto especial. Esse foi o aspecto mais empolgante para ele na oportunidade de co-produzir ao lado de Mark o que seria justamente o terceiro do Dire Straits. O álbum de estreia da banda foi incrível, vendendo mais de seis milhões de cópias. Já seu sucessor, "Communiqué", assim como a maioria dos sucessores de trabalhos assim, foi lançado rapidamente pelo selo fonográfico, não recebendo a atenção necessária para ser comercialmente viável. Iovine argumentou que o terceiro álbum é sempre crucial, e as bandas precisam tratá-lo com cuidado, garantindo que cheguem ao estúdio com algumas de suas melhores composições. E Mark, após passar meses compondo, seguiu exatamente essa abordagem.
E para ajudar o Dire Straits a capturar o som alcançado pelo Patti Smith Group em seu álbum "Easter" (que incluía "Because the Night"), Jimmy convenceu Roy Bittan, o pianista da E Street Band de Springsteen, a se juntar ao Dire Straits durante as gravações. A lacuna preenchida por Bittan nos teclados reestruturou permanentemente a banda, e os teclados passaram a ser parte integrante de sua formação dali para frente, tanto que no ano seguinte o Dire Straits passou a ser um quinteto com a entrada do tecladista Alan Clark e o guitarrista Hal Lindes, que substituiu David, irmão de Mark, que optou por deixar a banda.
"Saí porque se tornou impossível eu e Mark continuarmos trabalhando na mesma banda. A gente andava pelo estúdio e desviávamos os olhos um do outro, deixamos de nos falar. Uma pena, mas esta é a realidade. Essas pressões podem criar situações deste tipo, qualquer pessoa que tenha estado em uma banda conhece isso, é que nem estar casado com três pessoas", disse David posteriormente.
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