Mark Knopfler elege o maior álbum do Dire Straits; "é o melhor em muitos aspectos"
 Por Bruce William
Por Bruce William
Postado em 10 de outubro de 2025
O Dire Straits nasceu em 1977 com um som que parecia simples por fora e minucioso por dentro: rock enxuto, blues na postura, toques de jazz, e a guitarra falante de Mark Knopfler conduzindo tudo. Em poucos anos, a banda empilhou discos que viraram referência - de "Dire Straits" (1978) a "Brothers in Arms" (1985) - e uma coleção de canções que continuam tocando por inércia popular.
Por trás desse catálogo vistoso, Knopfler nunca foi muito dado à autocelebração. Sobre o segundo álbum, "Communiqué" (1979), ele costuma relativizar: "Vendeu três milhões de cópias. Em muitos países, foi melhor que o primeiro... mas ainda acho que não foi um disco muito bom." Já "Making Movies" (1980) acendeu outra luz: "Foi mais próximo do que eu gostava de fazer. Naquele disco, eu estava determinado a não deixar nada me deter."
 

A surpresa vem quando ele precisa apontar "o melhor", e não é o campeão de vendas. Em entrevista de 2019 para a Guitar, Knopfler faz um diagnóstico pouco romântico do próprio trabalho: "Na verdade, não acho que nenhum dos álbuns do Dire Straits seja lá tão bom." E então afunila: "'On Every Street' é o melhor em muitos aspectos, porque muito material foi gravado com todo mundo tocando junto. Também tivemos tempo para conhecer melhor as músicas e trabalhar em timbres e arranjos."
 
O critério aqui não são vendas, mas sim método. Para Knopfler, a graça está em banda na mesma sala, vazamento nos microfones, arranjo que amadurece com a mão no instrumento, como acontecia nos primeiros tempos: "Quando gravamos o primeiro álbum, tínhamos ensaiado e feito muitos shows; era chegar ao estúdio, montar o equipamento e tocar." Já os hits tardios, admite, teriam soado diferentes se tivessem sido "rodados" no palco antes da gravação.
Há também o distanciamento do autor com a própria obra: "Não gosto de ouvir coisas que fiz no passado. Isso me deixa muito desconfortável." A frase explica por que a escolha recai sobre "On Every Street" (1991): não é nostalgia, é a sensação de processo vivo, capturado em take coletivo, com tempo para lapidar.
 
"On Every Street" acabou sendo o último álbum de estúdio do Dire Straits. A banda encerraria atividades em 1995, sem grande rito de despedida, enquanto Knopfler seguia solo. Ironicamente, a "melhor" fase, na régua dele, coincide com o fim do grupo, quando a música voltou ao formato que sempre o convenceu: pouco artifício, muito toque.
No balanço final, a eleição de Knopfler não reescreve a história dos gigantes ("Brothers in Arms" continua imenso), mas revela a lógica interna de quem compõe: o melhor não é necessariamente o mais famoso; é o que mais preserva a vida da banda dentro do estúdio. E, nesse quesito, "On Every Street" leva a taça.
 
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