Brian May sobre inteligência artificial e o futuro da música: "É assustador!"
Por André Garcia
Postado em 13 de dezembro de 2023
Após a popularização do ChatGPT, ao longo de todo 2023 inteligência artificial foi o assunto do ano. Após o surgimento do chatbot da OpenAI, a IA logo se ramificou nas mais diversas áreas, como geração de imagens.
Na produção musical, ela vem sendo usada para nos proporcionar coisas como, por exemplo, simular Freddie Mercury cantando "Evidências"; ou Quico cantando "Billie Jean". Em pouco tempo, a IA chegou a provocar uma mudança no regulamento do Grammy, que agora veta música produzida exclusivamente por máquina.
Em recente entrevista para Rosie Bennet no segundo episódio do podcast Fret Not, Brian May refletiu sobre como a IA impactou (e ainda impactará) a música.
"A inteligência artificial tem a capacidade de absorver o talento de todo mundo e criar alguma coisa com ele. O que eu acho meio assustador. Creio que 2023 terá sido o último ano em que você conseguirá distinguir se uma música foi feita ou não por humanos. Mas depois eu penso 'Talvez isso seja algo que todos nós fazemos!' Por que não criamos algo do nada; nós ouvimos uma coisa, nos inspiramos nela e criamos algo baseado naquilo. O quanto somos influenciados, o quanto tiramos do que nos inspirou é algo muito interessante."
"Eu entrei numa discussão na internet com um pessoal sobre artes. Eles diziam 'Essa pessoa [que usa inteligência artificial] roubou meu trabalho', sabe, uma fotografia ou algo assim. Eles acusavam as pessoas de cometerem plágio, e eu intervim dizendo que, de certa forma, todos nós plagiamos. Ninguém cria algo do nada. Então eu acho uma área muito interessante. Sempre que crio algo hoje em dia, me pergunto: 'De onde isso veio? Foi algo que ouvi em algum lugar? Foi algo que eu senti?"
"Eu não sei se tem alguma que a inteligência artificial não consiga fazer, porque ela vai ficar muito mais inteligente do que nós. Então, se tiver algo que a gente consiga fazer... ela consegue também, e até melhor, se der mole! É assustador. [...] É uma coisa que pode ser usada para o bem e para o mal. Eu temo como ela pode ser usada para o mal, então eu acho bem assustador."
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