Quando Paul Stanley enfureceu Slash por querer mudar uma música clássica do Guns
Por Bruce William
Postado em 02 de janeiro de 2024
Na sua autobiografia "Face the Music: A Life Exposed" (Amazon), Paul Stanley relata, sob seu ponto de vista, o convite que ele recebeu do Guns N' Roses, então uma banda "quente" que estava ascendendo de forma meteórica no meio musical, para trabalhar em seu álbum de estreia, "Appetite For Destruction".
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A princípio, Paul não ficou impressionado, chegando a descrever o guitarrista Izzy Stradlin como "inconsciente, com baba escorrendo de um lado da boca", e Slash como "semi-comatoso", para quem inclusive ele forneceu dicas de afinação de guitarra, mas Stanley percebeu que havia coisa boa após ficar impressionado depois de assistir dois shows da banda em pequenas casas noturnas de Los Angeles.
Porém a relação entre eles azedou, e aparentemente a treta surgiu mesmo no segundo show: "Eles não estavam felizes com a mixagem de som. E Slash me pediu, do nada, para ajudá-lo. Décadas depois, as lembranças de Slash desse evento são falhas, na melhor das hipóteses. Ele gosta de fingir que eu ousei bagunçar o seu som", contou Stanley.
"Imediatamente após minhas interações com a banda, eu comecei a ouvir várias histórias que Slash estava dizendo pelas minhas costas - ele me chamava de gay, fazia piada das minhas roupas, todo tipo de coisa para ganhar algum tipo de credibilidade às minhas custas. Eram anos antes de sua cartola, óculos escuros e cigarro balançante, antes que ele se tornasse um personagem de histórias em quadrinhos para tirar o melhor de nós por décadas", relatou.
Slash meio que confirmou a versão de Paul, ao menos parcialmente, em entrevista para a revista Rock Hard, da Alemanha: "Nós nunca, na verdade, estivemos interessados em trabalhar com ele, mas nós sempre o tínhamos por perto porque ele era o herói de Steve Adler. De qualquer forma, eu fiz uma entrevista naquela época e posso ter falado coisas depreciativas sobre ele", admitiu.
Slash relatou seu ponto de vista de forma muito mais detalhada no livro "Slash - A Autobiografia: Parece exagero, mas aconteceu" (Amazon). E conforme ele descreve, fica claro que a relação já começou torta desde o início: A possibilidade de trabalhar com a gente foi Paul Stanley, do Kiss, que estava à procura da banda certa para lançar um trabalho paralelo atrás da mesa de som. Izzy, Duff e eu não poderíamos ter nos preocupado menos. Dissemos a Zutaut que não fazíamos ideia do que Paul Stanley poderia trazer para a equação. Steven, é claro, estava nas nuvens. Os integrantes do Kiss eram ídolos dele e, portanto, decidimos deixar Steven ter seu momento de glória na tietagem e concordamos com a reunião".
Nesta época, conforme Slash, a banda estava afundada nas drogas, e era difícil para eles o simples de ato de prestar atenção em uma reunião, mas eles se esforçaram e receberam Paul no apartamento onde estavam vivendo. "Izzy e eu nos instalamos no sofá e, uma vez que não tínhamos uma cadeira na sala de estar, Paul sentou-se no chão ao lado de Steven e Axl. 'Vamos começar do início' - declarou ele. 'Quero reescrever 'Welcome to the Jungle''. De acordo com Paul, a música tinha verdadeiro potencial, mas faltava-lhe uma estrutura de impacto. O que precisávamos era de um refrão que fosse mais fácil de memorizar, mais melodioso, mais sensual – numa palavra, mais parecido com uma música do Kiss".
Aquilo mexeu profundamente com Slash, que conta no livro ter resmungado ali mesmo, entre os dentes: "Credo", e concluído que, da parte dele, aquele era o fim do relacionamento. "Ele era o epítome do cara com as belas roupas, a esposa troféu e o carro do ano 'rebaixando-se' até o nosso nível para nos dizer o que fazer. Não gostei nada daquilo", disse o guitarrista.
Mais adiante no seu relato, Slash conta que eles só fizeram as pazes muitos anos depois: "Levou algum tempo, mas, em 2006, tive a chance de me desculpar com ele no show Rock Honors da VH1, no qual participei de um tributo ao Kiss com Tommy Lee, Ace Frehley e outros. Ficou tudo bem; eram águas passadas. Olhando para trás, vejo exatamente por que me comportei daquele jeito: eu era arrogante naquela época e, quando se é arrogante, a despeito de quem se é como pessoa, o fato de que você não é fã da banda de alguém é razão o bastante para ser um metido a besta".
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