A explicação de Geddy Lee para a misteriosa "trilogia do medo", do Rush
Por André Garcia
Postado em 10 de março de 2024
Quem presta atenção aos encartes dos álbuns do Rush descobre várias curiosidades, como, por exemplo, que "La Villa Strangiato" tem como subtítulo "(um exercício em auto-indulgência)"; e que a música "Cygnus X-1 Book I: The Voyage" fecha o álbum "A Farewell to Kings" (1977), e o disco seguinte, "Hemispheres" (1978) abre com sua continuação, "Cygnus X-1 Book II: Hemispheres".
Outra curiosidade é a trilogia do medo, composta por faixas lançadas em três álbuns consecutivos (e em ordem inversa): "Moving Pictures" (1981) tem "Witch Hunt" (Part III of "Fear"); "Signals" (1982) tem "The Weapon" (Part II of "Fear"); e "Grace Under Pressure (1984) tem "The Enemy Within" (Part I of "Fear").
Em entrevista de 1984 para o programa de rádio Rockline, Geddy Lee explicou a ideia por trás da trilogia, bem como o motivo de sua curiosa ordem cronológica.
"Alguns anos atrás, Neil apareceu com uma ideia de letra que ele queria escrever como uma trilogia abordando diferentes tipos de medo que experimentamos na vida. O jeito que ele escreveu os títulos foi [primeiro] 'Enemy Within' sendo sobre o medo que temos dentro de nós — e temos que lidar com ele; em segundo 'The Weapon' que é sobre o medo de situações autoritárias; em terceiro 'Witch Hunt', que era sobre vigilantismo, queima de livros e aquela síndrome. Os títulos foram escritos nessa ordem com os conceitos, mas as letras em si saíram em outra ordem, então ele meio que escreveu de trás para frente [risos]! Conforme elas surgiam, a gente ia colocando nos discos, é por isso que acabou sendo três-dois-um ao invés de um-dois-três."
Um dos mais admirados bateristas do rock, Neil Peart também ficou famoso no Rush por suas letras — escritas como contos e bebendo na fonte de referências literárias e mitológicas das mais diversas para refletir sobre a vida e a sociedade.
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