O que tem uma sonoridade melhor, um violão novo ou um antigo? David Gilmour responde
Por André Garcia
Postado em 26 de julho de 2024
Em fóruns e podcasts de músicos (especialmente guitarristas) vira e mexe sempre entra em pauta um velho debate sobre instrumentos musicais: afinal de conta, quais foram os melhores, os clássicos fabricados dos anos 70 para trás ou os atuais, fabricados tirando proveito de tudo que a tecnologia atual pode oferecer?
Há quem diga que as vintage são as melhores e há quem diga que elas não se compara com as modernas. Na cabeça de David Gilmour não há sequer sombra de dúvidas. Ele, que vem postando no YouTube uma série de vídeos mostrando seus instrumentos de trabalho favoritos, quando mostrou seu violão Martin D-18 de 1948 disse:
"[Este violão] é ainda mais velho do que eu! Para mim, um violão como esse fica cada vez melhor com a idade. Talvez tenha algo a ver com a cola que mantém tudo junto, e todos esses pedaços de madeira diferentes que gradualmente vão entrando em harmonia entre si ao longo dos anos de uso. Na minha experiência, nenhum violão novo soa tão bem quanto um antigo."
Em entrevista de 2019 para a Guitar World ele já havia dito isso: "Eu adoro os [instrumentos mais] antigos, por terem uma tonalidade própria que muitas vezes leva anos para se desenvolver."
A seguir, ele ressaltou que nem todo instrumento antigo é necessariamente bom.
"Fabricantes de violões como a Gibson e a Martin passaram por períodos em que fabricavam belos violões e, em seguida, passaram por períodos em que reduziram suas despesas e fabricaram coisas que não eram tão boas. Por fim, eles aprenderam a lição e, a longo prazo, voltaram a fabricar ótimos violões."
Para leigos pode ser difícil saber quais instrumentos antigos são excelentes e quais não prestam, mas com mais de meio século de estrada Gilmour se tornou um especialista do assunto:
"Felizmente, conheço os períodos e os tipos de violão de que gosto, e acho que vou acabar encontrando outro D-35 de 1969 que seja tão bom quanto o que eu tinha originalmente. Você só precisa procurar nos lugares certos e, como você disse, há muitas delas hoje em dia.
Ainda na mesma entrevista, ele incluiu seu Martin D-18 na lista de instrumentos dos quais ele nem cogitava se desfazer. Em 2019 ele realizou um grande leilão de guitarras, violões e outras coisas mais, que incluíram verdadeiras relíquias da era de ouro do Pink Floyd. Até sua clássica Fender Stratocaster preta tão querida pelos fãs ele vendeu:
"Estou mantendo um violão de aço Gibson antigo e adorável que tem um som muito forte, [...] uma Gretsch Duo Jet preto que eu realmente adoro, além de um Martin D-18 de 1945. Também não consegui me desfazer da minha Fender Esquire de 55 que apelidei de "The Workmate". É a que você vê na capa do meu álbum 'About Face', e foi usada em 'Run Like Hell' do 'The Wall', entre outras coisas."
O Martin D-18 foi um dos instrumentos usados por Gilmour na gravação de seu novo álbum solo (o quinto) "Luck and Strange", cujo lançamento está previsto para 6 de setembro.
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