Os dois vocalistas que Chris Cornell achava que nunca alcançaria; "Eu nunca conseguiria"
Por Bruce William
Postado em 15 de outubro de 2024
Falecido em 18 de maio de 2017, Chris Cornell se notabilizou como uma das vozes mais poderosas e únicas do Rock, sendo peça fundamental no movimento Grunge dos anos 90. Com passagens marcantes pelo Soundgarden, Temple of the Dog e Audioslave, Cornell explorou diferentes facetas musicais ao longo de sua carreira, desde os riffs pesados e atmosféricos do Soundgarden até o som mais melódico e acessível do Audioslave. Além disso, ele lançou trabalhos solo onde sua versatilidade aflorava, navegando por influências que iam do rock alternativo ao folk, sempre procurando manter uma qualidade lírica profunda e emocional.
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Apesar de ter alcançado seu lugar ao sol com fama e sucesso, Cornell mantinha um perfil distante do estereótipo clássico de "rockstar". Ele evitava os excessos e o comportamento extravagante de muitos de seus contemporâneos, preferindo uma vida mais reservada e simples. A postura introspectiva e discreta refletia em seu comportamento fora dos palcos, onde, ao invés de buscar os holofotes, muitas vezes era visto como alguém que valorizava a música pela arte e não pela fama. Essa abordagem "underground", aliada à sua sinceridade artística, o diferenciava na indústria, tornando sua figura ainda mais admirada pelos fãs que enxergavam nele uma autenticidade rara no mundo do rock.
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Por esse motivo, Chris dizia que haviam vocalistas que faziam parte de sua "dieta" musical diária, mas que ele sabia estarem alçados a um patamar que ele nunca conseguir alcançar: "Caras como Freddie Mercury e Alice Cooper eram verdadeiros Rockstars", disse para a Louder em entrevista resgatada pela Far Out. "[Eles eram] realmente incríveis, super divertidos, pessoas maiores que a vida. Eu nunca conseguiria fazer isso, porque ser maior que a vida no meu fundamento Punk era algo muito ruim, o completo antônimo de tudo que o Punk representava."
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Embora Chris Cornell não fosse Punk em termos de estilo musical - sua obra passava longe dos acordes rápidos e da agressividade crua que definem o gênero - ele incorporava em sua postura uma mentalidade Punk. Para Cornell, ser fiel a si mesmo e evitar a grandiosidade artificial do mundo das celebridades era uma forma de manter a autenticidade que o Punk pregava. Ele acreditava que a música deveria ser um reflexo sincero de quem ele era, sem se render aos exageros do estrelato. Essa filosofia o impedia de se ver como um "rockstar" tradicional, preferindo manter uma postura genuína e simples, em contraste com a teatralidade e a figura "maior que a vida" de muitos de seus contemporâneos.
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