Por que o Poison preferiu C.C. DeVille a Slash? Baterista explica
Por João Renato Alves
Postado em 19 de dezembro de 2024
Todos os fãs do Poison e do Guns N’ Roses conhecem a história de quando Slash fez um teste para a primeira banda mencionada. Aconteceu em 1985, após o guitarrista original, Matt Smith, ter decidido voltar para casa e se afastar das atividades do grupo. Ainda assim, ele participou da escolha do substituto.
Em entrevista ao The Patrick LabyorSheaux With Patrick Labyorteaux, o baterista Rikki Rockett tentou explicar o que fez a escolha recair sobre C.C. DeVille, que entre idas e vindas ocupa a função até hoje. Ele disse, conforme transcrição do Blabbermouth:
"Não sei o motivo, mas era óbvio para nós que C.C. seria a melhor opção. Nós conhecíamos Slash e gostávamos muito dele. Nosso antigo guitarrista achava que ele era a escolha certa, e não estaria errado. Mas nós temos duas bandas muito legais disso, Guns N’ Roses e Poison. Onde estaria o Guns se Slash tivesse se juntado a nós? Onde estaria o Poison? Talvez tivéssemos dissolvido, talvez tivéssemos brigado, talvez tivéssemos algo realmente diferente. Quem sabe? Simplesmente não há como saber."
Ano passado, falando à Guitar World, Matt Smith confirmou que sua preferência era pelo nome que não foi escolhido. "A vaga ficou entre Slash e C.C. DeVille. Ninguém mais foi testado. Os dois eram ótimos. Minha preferência era por Slash. Quando ele chegou, tocamos ‘Last Child’, do Aerosmith, o que foi muito divertido. Tenho poucas lembranças da audição de C.C."
Sendo assim, quais motivos Smith entende que levaram à escolha de DeVille? Ele teoriza: "Acredito que tenha pesado o fato de ser um cara da Costa Leste. É difícil questionar a opção com o sucesso que alcançaram. Além disso, eles queriam ir para um lado mais glam e C.C. se encaixava melhor na proposta. Eu já tinha voltado para a Pensilvânia quando Rikki (Rockett, baterista) me ligou para contar. Pessoalmente, preferia Slash, mas entendi a decisão."
Em 2017, durante entrevista ao saudoso Leslie West (frontman do Mountain), publicada no site Music Aficionado, Slash relembrou o convite. "Sempre estava começando bandas e buscando pessoas para compor junto, mas nunca achava um cantor. Um cantor ruim faz uma boa banda soar terrível. Em certo ponto, esse cara, Matt (Smith), era o guitarrista original do Poison, uma banda com a qual eu não tinha a menor afinidade, me ligou e disse que estava saindo e voltaria para Pensilvânia. Precisavam de um substituto."
O músico revelou ter pensado por um tempo e, enfim, ter decidido deixar o orgulho de lado. "Ao menos, eu estaria fazendo shows – eram a maior banda da Sunset Strip na época. Aprendi quatro músicas e saí para tocar com eles. Tínhamos uma grande diferença de opinião sobre tudo – imagem, roupas. Eu sabia que não funcionaria. Perguntaram se eu planejava usar jeans e camiseta no palco, e eu disse que sim."
Dessa forma, não surpreende a Slash que C.C. DeVille tenha ficado com a vaga em definitivo. "Ele se maquiava, tinha seu cabelo todo feito, era o cara para aquela vaga. Bobby Dall (baixista) me ligou e disse que escolheram o cara, e eu não me surpreendi. Se tivesse dado certo e eu ficasse com a vaga, não teria durado muito tempo."
O guitarrista finalizou ressaltando que o foco principal do glam metal de Hollywood não era "integridade musical", o que o afastou da cena. "Eles só queriam saber das roupas e da imagem. É isso que eu odiava em West Hollywood. O Guns N’ Roses foi o resultado direto de nós odiando essa cena. Nunca fomos atraídos por isso. Gostávamos dos Dolls, Bowie, Aerosmith e Stones da década de 1970. Não curtíamos delineador e roupas extravagantes."
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