Humberto Gessinger volta a explicar negativa para reunião do Engenheiros do Hawaii

A recente reunião de Carlos Maltz e Augusto Licks, retomando uma parceria rompida em meados dos anos 1990, reacendeu a esperança de alguns fãs na volta da formação mais bem-sucedida do Engenheiros do Hawaii. No entanto, Humberto Gessinger não está disposto a retomar a parceria apenas para satisfazer o saudosismo alheio.

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Em entrevista ao jornal gaúcho Zero Hora, o músico voltou a ser questionado sobre a possibilidade. Mas manteve a convicção que sustenta há anos. Para tal, elencou motivações pessoais e artísticas.

"Esse assunto é bem interessante, porque muita gente se interessa por isso. Eu, com as bandas que curto, quero saber também, fico pesquisando. Mas o problema que tenho em falar sobre isso são dois. Corro muito o risco de ficar comparando com colegas, companheiros meus de várias fases. E isso não quero fazer. E o outro risco que, mais relacionado à esquizofrenia, por ficar me comparando também com o agora. São duas coisas que limitam um pouco a minha vontade de falar sobre isso."

Humberto ainda ressaltou não haver animosidade com os antigos companheiros. No entanto, o artista entende que a formação, apelidada GLM pelo público, deu o que tinha a dar. Além disso, ainda há o contexto nostálgico no qual reencontros do tipo são realizados.

"Do ponto de vista humano, gosto dos dois, não tenho nada, mas não me vejo. O passado é legal, mas pode ser uma gaiola também. E não quero ficar ali. Quando perguntam, isso fica meio malparado, porque não tem nenhum motivo, nenhuma briga. Foi esgotamento, e a pergunta mais certa não é ‘Por que acabou?’, mas ‘Como durou tanto tempo com pessoas tão diferentes?’ E essa diferença aumentou mais agora, porque é natural, cada um vai para um lado. Então, não me sinto estimulado a voltar a tocar, porque voltar não é só tocar com os caras, é voltar aos anos 1980. Adoraria se tivesse uma máquina do tempo, mas não existe (risos). Então, não quero alimentar essa loucura das pessoas de voltar aos anos 1980."

De toda maneira, Gessinger entende ser importante seguir produzindo pensando no presente. "Não quero ficar dourando a minha pílula, mas comprei muita briga na indústria fonográfica e não ia ser agora, que não existe mais nada disso, que ia voltar para essa coisa de ‘Ah, então vamos lá, vou cortar o meu cabelo igual ao que era’, porque não é mais igual. Mas, é muito estranha essa energia dos caras de estar sem fazer nada. É muito bom que eles estejam tocando, estejam na ativa aí e façam o caminho deles. Mas, assim, bah, não me convidem para ficar preso no passado, não posso me dar esse luxo de não viver o hoje."

No momento, Humberto Gessinger prepara uma turnê celebrando vinte anos do lançamento do álbum "Acústico MTV" do Engenheiros, além de sua extensão, "Novos Horizontes". Após os dois trabalhos, a banda interrompeu atividades e não retornou mais.

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