O músico mais "mente aberta" com o qual Steve DiGiorgio já trabalhou
Por João Renato Alves
Postado em 25 de fevereiro de 2025
Em entrevista com o canal D'Addario And Co., o baixista Steve DiGiorgio recordou como foi ter feito parte do Death nos anos 1990. Atualmente comandando o tributo Death To All, o também integrante do Testament exaltou a liderança do saudoso vocalista e guitarrista Chuck Schuldiner, conforme transcrição do Blabbermouth.
"Chuck criava a música com seu riff e permitia que os músicos interpretassem como bem entendessem, contanto que ainda tivesse a direção que estabeleceu. Ele realmente incentivava a contribuição. Houve até momentos em que eu escrevia algo de contraponto, meio louco, e pensava, 'Oh, ele vai ouvir isso e provavelmente vai querer domar porque é um pouco corajoso demais.' Mas ele dizia 'Cara, eu sei que você poderia fazer mais. Eu gosto da sua ideia, mas vamos lá — vá em frente.' Então, foi um grande fator para minha evolução. Era alguém do tipo que tenta qualquer coisa."

Até mesmo na hora de recusar alguma ideia, Chuck sabia como lidar com os colegas, jamais descartando por completo as possibilidades. "Antigamente, as pessoas perguntavam: 'Ele é um tirano no estúdio?' Eu respondia: 'Você está brincando? Esse cara é o pensador livre mais mente aberta que conheço.' Mesmo quando havia momentos em que suas ideias se afastavam um pouco do que estava procurando, ele dizia: 'Você pode guardar isso? Talvez eu tenha uma parte de harmonia que encaixa. Não quero que entre em conflito.' Não estava apenas deixando tudo voar — era um bom controlador de qualidade —, tinha confiança suficiente em sua própria habilidade de composição para permitir que os músicos fossem eles mesmos, trouxessem personalidade e decorassem seus riffs. E ainda era sua composição, ainda era Death. Com isso, mais pessoas gostavam e se interessavam, fosse do mundo da bateria ou do baixo. Basta ver o catálogo. É essa banda icônica de death metal brutal com musicalidade."
Steve finalizou a explanação exaltando a diversidade nas preferências de Chuck dentro do cenário heavy. "Ele veio de um background muito brutal, então as primeiras coisas tinham essa vibração gutural e demoníaca. Mas seus interesses eram em power metal, metal clássico, canto melódico — Bruce Dickinson, Rob Halford, King Diamond. Isso sempre estava surgindo e influenciando sua evolução como escritor. Essas progressões realmente importantes e notas felizes estão sendo lançadas em um contexto brutal. Há esse híbrido ali, acho que isso o diferenciava porque não tinha essa margem realmente estreita de, 'Isso é death metal'. Não havia limites. Se soasse um pouco feliz, tudo bem. Talvez a próxima parte fique sombria novamente e nós iríamos e voltaríamos. Acho que isso dava ao Death seu caráter distinto — esse tipo de disposição de apenas quebrar gêneros e deixar as coisas se infiltrarem como podem."
Nascido em Long Island, Nova York, Charles Michael Schuldiner fundou o Death (inicialmente Mantas) em 1983. Vocalista e guitarrista, foi o único membro constante na carreira do grupo, que influenciou todas as gerações posteriores do metal extremo.
Em 1986, integrou por um curto período a banda canadense Slaughter, voltando a se concentrar em seu trabalho principal após alguns meses. Também participou do álbum "Jesus Killing Machine", lançado pelo supergrupo Voodoocult em 1994.
Disponibilizou o único álbum do Control Denied em 1999. "The Fragile Art Of Existence" contava com o vocalista Tim Aymar e oferecia uma sonoridade mais tradicional.
Morreu no dia 13 de dezembro de 2001, aos 34 anos, após uma batalha de dois anos contra um câncer.
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