Quando a paixão se transforma em obsessão no mundo do Rock
Por Marcelo Euze
Postado em 22 de fevereiro de 2025
O rock'n'roll sempre foi um terreno fértil para a criação de ídolos. Ozzy, Jon Bon Jovi, Steven Tyler, Axl Rose e tantos outros personificaram a rebeldia, a liberdade e a transgressão, conquistando legiões de fãs apaixonados.
No entanto, a linha que separa a admiração do fanatismo pode ser tênue, e o que era paixão sadia pode se transformar em obsessão doentia.
O fanatismo no rock não é um fenômeno novo. Desde os tempos de Elvis Presley e dos Beatles, fãs enlouquecidos gritavam, choravam e faziam de tudo para se aproximar de seus ídolos. Com o tempo, o comportamento se intensificou, ganhando contornos cada vez mais preocupantes.
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Existem diversos tipos de fãs fanáticos. Há aqueles que colecionam tudo relacionado ao ídolo, desde autógrafos e objetos pessoais até roupas. Há os que tatuam o rosto do ídolo no corpo, os que invadem casas e propriedades, os que perseguem e assediam seus ídolos nas redes sociais e na vida real.
O problema é que o fanatismo, em sua forma mais extrema, pode trazer sérias consequências. Muitos artistas se sentem acuados, com medo de sair de casa e de se relacionar com seus fãs. Alguns chegam a desenvolver transtornos psicológicos, como ansiedade e depressão.
O caso de John Lennon é emblemático. O músico dos Beatles foi assassinado por um fã obcecado em 1980. O crime chocou o mundo e escancarou o lado sombrio do fanatismo.
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Além da questão da segurança dos artistas, o fanatismo também prejudica a experiência dos outros fãs.
Nos shows, por exemplo, é comum ver pessoas que passam horas filmando e fotografando o ídolo com seus celulares, sem se preocupar em aproveitar o momento. O resultado é um mar de braços erguidos, que impede a visão de quem está atrás e transforma o show em um grande concurso de "quem filma melhor".
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É preciso lembrar que os artistas são seres humanos, com sentimentos e limites. Eles precisam de respeito e privacidade para viverem suas vidas normalmente. O fanatismo, em vez de aproximar os fãs de seus ídolos, acaba afastando-os.
O rock, com sua energia e intensidade, sempre despertou paixões extremas. Mas é preciso ter cuidado para que a paixão não se transforme em obsessão.
Os fãs precisam entender que seus ídolos são apenas pessoas, com seus defeitos e qualidades. É preciso respeitar seus limites e dar espaço para que eles possam viver suas vidas em paz.
No final, o que fica é a música. O rock é uma arte que deve ser apreciada e celebrada, não idolatrada de forma doentia.
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Que os fãs possam se conectar com a música de seus ídolos de forma saudável e respeitosa, sem ultrapassar os limites do bom senso.
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