O álbum de John Lennon que quase acabou com a sua carreira: "Comecei a levar a sério demais"
Por André Garcia
Postado em 07 de março de 2025
Em um de seus filmes Woody Allen contou uma piada em que um cientista que era apaixonado pelo físico de uma mulher e o intelecto de outra. Aí então ele resolveu pegar o cérebro da inteligente e botar na cabeça da gostosa e casou com ela achando que seria a mulher perfeita, mas logo depois se divorciou porque odiou a pessoa que resultou da experiência.
Tem coisa que tem tudo para dar certo, mas às vezes simplesmente não dá.
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John Lennon produziu verdadeiros hinos quanto fazia músicas pacifistas e politicamente engajadas, como "Give Peace a Chance", "Happy Xmas (War Is Over)" e "Imagine". Portanto tinha tudo para dar certo a ideia de lançar um álbum duplo só de músicas politicamente engajadas, o "Some Time in New York City" (1972) — cuja capa já explicitava sua proposta jornalística ao imitar um jornal. Só que o tiro saiu pela culatra.
O disco, lançado sob altas expectativas por ter sucedido o "Imagine" (1971), acabou flopando: chegou apenas em #11 no Reino Unido e em #48 na Billboard.
Conforme publicado pela Far Out Magazine, Lennon certa vez contou que aquele disco quase acabou com sua carreira e que com aquilo ele aprendeu que era um "poeta", não um "jornalista":
"Aquilo quase arruinou [minha carreira]. A coisa virou jornalismo em vez de poesia, e, basicamente, sinto que sou um poeta. Então comecei a levar aquilo a sério em outro nível, dizendo 'Estou escrevendo sobre o que está acontecendo'."

Depois do traumático banho de água fria que foi o "Some Time in New York City" canções de protesto se tornaram raridade nos discos de John Lennon.
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