Clem Burke, do Blondie, virou cobaia de universidade e mostrou que baterista é atleta
Por Bruce William
Postado em 07 de abril de 2025
Este texto é uma recriação em português que tem como base matéria publicada originalmente em inglês pelo site Far Out Magazine.
Fazer exercícios físicos com regularidade faz bem para o corpo e para a mente, disso ninguém duvida. Mas o que pouca gente imagina é que tocar bateria em um show de rock pode ser tão intenso quanto disputar uma partida completa de futebol. E foi justamente isso que Clem Burke, baterista do Blondie falecido nesse final de semana aos 70 anos de idade, ajudou a provar com um estudo científico.

Burke sempre teve um estilo enérgico, usando braços e pernas com precisão em ritmos rápidos e intensos. Durante a reunião do Blondie em 1998, em um show no London Lyceum, ele chamou a atenção de Marcus Smith, professor da Universidade de Chichester, especializado em Ciências do Esporte. O professor, que havia feito recentemente um estudo com a equipe olímpica de boxe da Grã-Bretanha, ficou impressionado com a performance de Burke e teve uma ideia.
Smith entrou em contato com o baterista para propor um estudo que investigou os efeitos físicos e psicológicos de tocar bateria em uma turnê. Burke topou, e os dois passaram os oito anos seguintes colaborando em uma série de testes. A frequência cardíaca de Burke variava entre 140 e 190 batimentos por minuto durante os shows, e ele perdia entre 400 e 600 calorias por hora, números semelhantes aos de atletas profissionais.
Vale lembrar que um jogador de futebol pode ter dois ou três jogos por semana, enquanto Burke mantinha esse ritmo noite após noite, durante meses. Isso exigia um nível de preparo físico elevado e constante, que poucos associariam a um músico de rock.
O estudo deu origem ao projeto Clem Burke Drumming Project, que aprofundou ainda mais a pesquisa sobre os impactos da bateria na saúde humana. Em 2011, Burke foi homenageado com um doutorado honorário pela Universidade de Gloucestershire, não apenas por sua carreira musical, mas também por sua contribuição às ciências humanas. Com sua ajuda, a universidade montou o primeiro laboratório do mundo dedicado exclusivamente a bateristas.
Reconhecido por sua técnica e por seu trabalho com o Blondie, Burke também deixou uma marca fora dos palcos. Ajudou a ciência a enxergar o baterista como muito mais que um músico de fundo, mas como alguém que, sem chamar tanta atenção, faz o corpo trabalhar como o de um atleta de elite. E sem parar para o intervalo.
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