A opinião de Regis Tadeu sobre a morte de Ace Frehley, do Kiss
Por Gustavo Maiato
Postado em 20 de outubro de 2025
A morte de Ace Frehley, lendário guitarrista e fundador do Kiss, abalou profundamente os fãs de rock ao redor do mundo. Entre as inúmeras homenagens, uma das mais emocionadas e contundentes veio do crítico musical Regis Tadeu, que publicou um vídeo em seu canal para refletir não apenas sobre a trajetória do músico, mas sobre o impacto quase místico que ele exerceu sobre gerações de guitarristas e amantes do rock.
Logo no início de sua fala, Regis deixa claro que não se trata de um vídeo biográfico - afinal, a vida e a carreira de Frehley estão amplamente documentadas em livros, filmes e na própria memória afetiva dos fãs. O que ele propõe, em vez disso, é uma análise pessoal sobre a importância incalculável de Ace para o imaginário do rock. "Ele teve uma imensa importância na vida de milhões de crianças e adolescentes", afirma. "Centenas deles se tornaram músicos famosos desde então. Por quê? Porque o Ace fez o impossível: transformou sonhos em riffs de guitarra."
No vídeo, Regis relembra o carisma e o visual cósmico de Frehley - o eterno "Spaceman" - como elementos que ultrapassaram a esfera musical. Segundo ele, o guitarrista representava um escapismo cósmico, uma figura quase alienígena que oferecia liberdade a jovens que se sentiam aprisionados pela rotina e pelos valores conservadores de suas famílias. "Ver o Ace no palco, com aquela guitarra cuspindo fumaça, era como avistar um alienígena poderoso prometendo liberdade além das grades da rotina", diz o crítico.
Regis Tadeu e a morte de Ace Frehley
Regis também cita que muitos dos grandes guitarristas do rock contemporâneo se inspiraram diretamente em Ace Frehley. "Pode perguntar pro Tom Morello, pro Mike McCready, pro Slash, até o Dimebag Darrell do Pantera. Todos eles confessaram: o Ace foi o primeiro herói da guitarra", reforça. Para Tadeu, essa influência foi uma onda de choque sônica que atravessou gerações, despertando o interesse de milhares de crianças pelo instrumento. "Milhões e milhões de pirralhos e pirralhas jamais pegariam numa guitarra se não fosse pelo Ace e pelo Kiss."
O crítico relembra ainda o primeiro disco solo de Frehley, lançado em 1978, como o ápice criativo do guitarrista. O álbum, que saiu simultaneamente aos projetos individuais de Paul Stanley, Gene Simmons e Peter Criss, foi o mais bem-sucedido de todos, tanto artisticamente quanto em vendas. "É uma obra-prima, disparadamente o melhor e mais bem-sucedido dos quatro discos", avalia Regis. Ele destaca o mérito adicional de o trabalho ter sido feito sem a interferência dos colegas, o que permitiu ao guitarrista expressar plenamente sua identidade artística.
Entretanto, Regis não evita abordar o lado sombrio da carreira de Ace. Para ele, a trajetória solo do guitarrista foi uma montanha-russa de brilhos e quedas, marcada pela genialidade musical e pela autodestruição. "Foi um zigue-zague entre brilhos esporádicos e buracos negros que refletiram a alma atormentada do Ace. Ele nunca conseguiu manter o foco por conta dos vícios - o álcool, os baseados e a 'maisena de Satanás', como ele mesmo dizia", comenta, em referência às drogas que o músico consumia.
Mesmo assim, o crítico acredita que o legado de Frehley transcende qualquer tropeço pessoal. "Ace foi um cometa irregular: queimou de forma brilhante e depois se fragmentou. Mas a importância dele é incalculável. Ele fez gerações sonharem com estrelas nas guitarras, adolescentes comprarem discos e adultos revisitarem seu som como um bálsamo para almas cansadas."
No encerramento, Regis Tadeu fala com emoção sobre o sentimento de perda e o impacto que Ace Frehley teve sobre sua própria geração. "Ele foi o cara que, de certa forma, nos fez sentir vivos", afirma. Em um mundo em que o rock parece cada vez mais distante do mainstream, Regis enxerga na morte do guitarrista um símbolo do fim de uma era - mas também uma lembrança poderosa do quanto a música pode transformar vidas.
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