A banda gigantesca que Trent Reznor chamou de "mediocridade extrema"
Por Bruce William
Postado em 12 de outubro de 2025
Trent Reznor tinha apenas 13 anos quando descobriu que a música podia ser uma forma de fuga. Foi ouvindo o KISS que ele percebeu que existia um mundo muito maior do que a rotina previsível da adolescência. "Era empolgante, era tabu, parecia maior do que a vida", recordou. Ao ouvir aquelas canções, pensava: "Eu não sabia que dava pra fazer isso."
O impacto foi tão grande que, anos depois, Reznor levaria parte dessa energia teatral para o Nine Inch Nails, mas sem perder o senso crítico. À medida que amadureceu, ele começou a se irritar com bandas que, na sua visão, faziam música sem propósito artístico real. Em trecho de uma entrevista publicada na Far Out, ele disse que o problema não era se divertir, mas sim fingir ser algo que não se é. "Tem muita gente que se apresenta como artista, mas cuja música simplesmente é uma merda", resumiu.
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Nessa mesma linha, ele já havia dito que o Limp Bizkit representava tudo de errado na música moderna. E foi pelo mesmo raciocínio que disparou uma de suas frases mais conhecidas: para Reznor, o Creed simboliza a "mediocridade extrema". Ele explicou que o público é condicionado a aceitar sons fáceis e a acreditar que aquilo é o melhor que existe. "As pessoas se acostumaram com isso, e é assim que bandas de mediocridade extrema chegam ao topo. Elas não sabem que existe coisa melhor."

Quando o repórter perguntou se ele realmente se referia ao Creed, Reznor confirmou: "Oh, meu Deus, sim, exatamente. Mas nem me ofendo com eles, porque não estamos fazendo a mesma coisa. É quase como se não fôssemos da mesma espécie. Não quero brigar com eles, mas também não quero ouvi-los."
Apesar das críticas, Reznor reconhece que há quem veja valor emocional na música do Creed - algo "familiar e seguro", como ele define. Mas para ele, justamente essa previsibilidade é o que impede as pessoas de mergulharem em algo mais profundo. É o tipo de conforto que, em vez de libertar, mantém o ouvinte preso à "mediocridade extrema" que ele sempre tentou escapar desde os tempos em que ouvia o KISS no quarto de adolescente.

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