Richie Kotzen revela quase ter entrado no Nine Inch Nails
Por João Renato Alves
Postado em 07 de abril de 2025
Richie Kotzen já tocou em algumas bandas de sucesso, especialmente Poison e Mr. Big. Apesar de não ter alcançado o patamar de um rockstar, o guitarrista e vocalista desenvolveu uma carreira solo respeitada, além de se envolver em projetos como o The Winery Dogs e o Smith/Kotzen, junto a Adrian Smith, membro do Iron Maiden.
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Porém, ele também recebeu outros convites que não chegaram a se concretizar. Em entrevista ao Hot Metal, o artista recordou um em especial, que acabou sendo prejudicado por seu passado. Ele contou, de acordo com transcrição do Blabbermouth:
"A banda que fiquei mais próximo de entrar foi o Nine Inch Nails. Ninguém sabe disso, mas é verdade. Eu era amigo de Jeordie White, mais conhecido como Twiggy Ramirez, baixista do Marilyn Manson que estava na banda à época. Ele contou que estavam com dificuldades de encontrar um guitarrista e eu precisava aparecer para um teste. Foi até o Third Encore, estúdio em West Hollywood. Passei o dia com eles. Trent Reznor disse ‘Você é, de longe, o melhor que testamos. Adoraria tê-lo conosco. Meu manager entrará em contato’. Saí de lá pensando ‘uau, acabei de me juntar a uma banda novamente’."

Apesar de não ter especificado data, tudo indica que a abordagem aconteceu no início do século, quando Robin Finck saiu para se juntar ao Guns N’ Roses. No entanto, um detalhe acabou atrapalhando a concretização dos planos.
"Uma semana se passou, depois outra e nada de contato. Até que encontrei Jeordie e perguntei: 'O que aconteceu?' Ele respondeu, basicamente, que Reznor disse que não queria abrir a revista Rolling Stone e ver a manchete ‘Nine Inch Nails contrata o ex-guitarrista do Poison, Richie Kotzen’. Não queria associação com uma banda de hair metal. E você sabe, esteticamente, quando você pensa sobre a base de fãs e sobre como as pessoas interpretariam algo, eu meio que consegui entender o ponto. Então, eu disse brincando: 'Ei, eu uso um pseudônimo', porque não estava fazendo nada na época. Acho que ele é um gênio e adoraria ter trabalhado com ele."

Anos atrás, Kotzen revelou que ter feito parte do Poison também impediu sua entrada na banda de Ozzy Osbourne. Ele revelou ao Legendary Rock Interviews: "Acho que era 1995. Eu tinha perdido um contrato com a Geffen porque o cara do A&R [artista e repertório] tinha ido para a Sony. Estava pensando em assinar com a RCA. Nesse período, lembro de ter recebido uma ligação do meu agente. Da forma que me foi apresentado, é que eles tinham ligado e queriam me conhecer. Sharon queria me conhecer e precisavam de um guitarrista. Tinham feitos vários trabalhos com Steve Vai e por qualquer razão, não tinha funcionado. Zakk Wylde também não estava envolvido nesse ponto.

Então me mandaram para Nova York. Lembro de estar muito doente, na verdade tive que ir ao portão de embarque em uma cadeira de rodas. Não podia andar, tive algum tipo de infecção alimentar. Foi um pesadelo. Lembro de chegar ao portal na cadeira de rodas, o que é realmente estranho para mim, porque sou uma dessas pessoas que nunca vai ao médico. Sou um daqueles caras que só espera ficar bom. Eu estava realmente doente, mas sabia que tinha que ir para Nova York, então viajei e estava melhor quando aterrissei."
O primeiro contato com Ozzy foi assistindo o filme "Debi & Lóide". Até que veio a hora de tocar. "Em um momento eu toquei com ele. Geezer Butler estava no baixo e Deen Castronovo na bateria. Acontece que voltei para casa e falei para alguém que ia ser o novo guitarrista do Ozzy, já tinham negociado o contrato com meu agente e tudo mais. Nessa época a AOL [America Online] era realmente popular. Tudo acontecia nas salas de chat onde as pessoas faziam fofocas. Cometi o erro de contar a alguém que eu iria fazer isso. Eles foram lá e colocaram no chat da AOL: ‘Richie Kotzen, ex-guitarrista do Poison, vai tocar com Ozzy!’."

A reação foi a imaginada e acabou selando o destino. "As pessoas ficaram loucas! Diziam: ‘Isso é uma merda, um cara do Poison vai tocar com Ozzy?’ Haviam pessoas que nem me conheciam e não tinham ideia do que eu fazia, mas porque uma pessoa escreveu ‘POISON’, já havia uma grande comoção na AOL. Lembro de ver isso e ficar muito puto: ‘Por que diabos você foi lá e disse isso ao público? Eu falei isso como um amigo e você está aí falando merda na Internet’. Então toda a negociação morreu. Só posso presumir que foi por causa disso. [...] Zakk acabou voltando e fazendo o disco."
Richie Kotzen gravou o álbum "Native Tongue" (1993) com o Poison. O trabalho trouxe a banda experimentando novas sonoridade, flertando com classic rock, country, gospel e blues. Também usou novos instrumentos e possibilidades musicais, incluindo a adição de um coral em várias faixas. O disco vendeu um milhão de cópias.

O guitarrista acabou demitido após a banda descobrir que ele estava namorando a ex-noiva do baterista Rikki Rockett, Deanna Eve. Os dois ficaram cinco anos juntos e tiveram uma filha, August, que segue carreira na música atualmente.
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