A canção do AC/DC que Angus Young diz ser melhor que "Satisfaction" dos Stones
Por Bruce William
Postado em 01 de outubro de 2025
Angus Young nunca foi de enrolar nas coisas. Pra ele, rock é simples: guitarra alta, energia e nada de frescura. E é com esse clima que ele comparou os Rolling Stones com o AC/DC. Segundo o guitarrista, se Mick Jagger e companhia têm o hino "(I Can't Get No) Satisfaction", a banda dele tem algo ainda mais marcante: "Back in Black".
Antes de chegar nessa comparação ousada, vale lembrar o peso que os Stones tiveram na vida dos irmãos Young. O último disco que Angus colocou para Malcolm ouvir, já no fim da vida, foi "Blue and Lonesome", a coletânea de covers de blues lançada em 2016. "Ele achou ótimo", contou Angus, em fala resgatada pela Far Out. Nada mais simbólico, já que tanto os Stones quanto o AC/DC sempre sugaram energia da mesma fonte: riffs simples, diretos e com aquele ar de música de bar enfumaçado.


Angus, claro, sempre teve um carinho especial por "Satisfaction". Não dá para negar que o riff criado por Keith Richards é daqueles que gruda na cabeça para sempre. Mas, com a típica ironia, o guitarrista do AC/DC disse: "Eu adoro tocar 'Back in Black'. É como minha esposa disse uma vez sobre músicas: se você ouve os Stones, pensa em 'Satisfaction'. E eu disse: 'Bem, nós temos uma melhor, nós temos a nossa.' [risos] E você sabe exatamente qual é.".

E cá entre nós, é possível discordar de Angus, mas ele tem lá seu ponto. Afinal, "Back in Black" não foi só mais uma música: foi o retorno triunfal da banda após a morte de Bon Scott em 1980. Brian Johnson assumiu os vocais e, de cara, gravou aquele que virou o disco mais vendido da história do rock. E a faixa-título? Bom, bastam dois segundos de riff para qualquer pessoa no planeta reconhecer. É o cartão de visitas definitivo do AC/DC, do tipo que faz você levantar a sobrancelha e pensar: "ah, agora sim".
Enquanto "Satisfaction" capturou a rebeldia dos anos 60, "Back in Black" virou símbolo da resistência dos anos oitenta. Uma nasceu de guitarras afinadas no blues britânico, a outra saiu do amplificador de um australiano baixinho vestido de uniforme escolar. E, na prática, ambas cumprem o mesmo papel: fazer você bater o pé, balançar a cabeça e esquecer do resto. Só que, segundo Angus, a dele tem aquele algo a mais. E quando o próprio guitarrista fala isso rindo, não parece presunção, soa apenas como a constatação de alguém que sabe o tamanho da própria obra.

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