O baterista que fez Lars Ulrich pensar em largar as baquetas
Por Bruce William
Postado em 22 de novembro de 2025
Pouca gente apanha tanto na internet quanto Lars Ulrich. O baterista do Metallica virou alvo de piada permanente entre fãs e músicos, como se fosse um intruso atrás do kit de uma das maiores bandas de metal do planeta. A comparação com virtuoses do instrumento sempre pesa contra ele, mesmo que tenha sido justamente com aquelas viradas simples e aquele jeito considerado "travado" de tocar que nasceram músicas como "Master of Puppets", "One", "Enter Sandman" e companhia.
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Dentro da banda, o próprio James Hetfield já contou que, lá no começo, Lars era tudo menos preciso. As primeiras tentativas em garagem incluíam pratos caindo, tempo escapando e aquele cenário típico de moleque empolgado tentando fazer barulho antes de dominar o instrumento. Com o tempo, ele encontrou seu lugar: menos preocupação em ser "o novo Neil Peart", mais foco em construir bateria que conversasse com os riffs e com a dinâmica das músicas, mesmo quando exagerava nos fills.
Nos anos 1980, o Metallica ainda se aventurou pelo terreno do prog metal em "...And Justice for All", com músicas longas, cheias de partes e viradas. Mas foi só com o "Black Album" que Lars realmente "sentou" no tempo e ajudou a criar faixas mais diretas, com pegada de arena, sem precisar complicar demais. Enquanto a banda ajustava o próprio som e se tornava gigante, surgia uma geração nova misturando rock progressivo, punk, metal e psicodelia, em projetos que exigiam outro tipo de baterista.
Um desses caminhos passou por At The Drive-In e desembocou no The Mars Volta, capitaneado por Omar Rodríguez-López e Cedric Bixler-Zavala. Ali, quem segurava as baquetas era Jon Theodore, um baterista que parecia disposto a testar o limite físico de cada música. Nos discos do grupo, especialmente em "De-Loused in the Comatorium", a bateria soa como um terremoto controlado: cheia de detalhes, viradas rápidas, batidas fortes em lugares inesperados e uma sensação constante de que o som vai explodir a qualquer momento.
Quando foi perguntado sobre seus bateristas favoritos, Lars Ulrich não economizou elogios ao falar de Jon Theodore, relembra a Far Out. "O Jon é o melhor baterista que vi em dez anos. Ele toca com fogo e energia, com o peso de alguém como Phil Taylor, do Motörhead, e Elvin Jones. Eu pensei em desistir depois que vi ele tocar. 'Não vou subir depois desse fedelho do caralho'", disse, em um misto de elogio com xingamento pela qualidade técnica do músico.
Depois de chamar Theodore de "melhor baterista que viu em uma década" e admitir que pensou em largar as baquetas, Lars seguiu sua vida no Metallica, encarou fases turbulentas como a era "St. Anger" e mantém um estilo que até hoje divide opiniões, mas continua funcionando dentro da banda. Já Jon Theodore foi ficando cada vez mais presente em outros projetos: tocou com o Puscifer, de Maynard James Keenan, e acabou se tornando o baterista do Queens of the Stone Age, levando aquele misto de peso, criatividade e loucura rítmica para palcos ainda maiores.
A verdade é que a história diz menos sobre "quem é melhor" e mais sobre como até um cara do tamanho de Lars Ulrich consegue se enxergar pequeno diante de um colega de instrumento. Pra ele, ver Jon Theodore ao vivo foi o tipo de experiência que faz qualquer baterista pensar duas vezes antes de subir no palco em seguida - mesmo quando esse baterista atende pelo nome de Lars e está acostumado a comandar estádios lotados mundo afora há décadas.
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