Os 3 álbuns do Jethro Tull que Ian Anderson considera os mais importantes
Por Bruce William
Postado em 12 de novembro de 2025
Quando questionado sobre favoritos, Ian Anderson costuma evitar a palavra. Mesmo assim, ele identifica três marcos no caso do Jethro Tull, em termos de álbuns. O primeiro é "Stand Up", segundo trabalho do grupo e o primeiro com Martin Barre na guitarra. Anderson explicou o motivo, conforme levantou a Rock And Roll Garage: "O primeiro e mais importante álbum do Jethro Tull é o segundo, chamado 'Stand Up'. Porque foi o disco em que eu trouxe - quando escrevi todas as músicas - elementos de fontes diferentes. Ficou mais eclético: puxava de música erudita, um pouco de folk, um pouco de música do mundo. Não era um álbum de blues, que foi onde começamos."
Ele também costuma comparar "Stand Up" com a estreia, "This Was" (1968), já planejada como um retrato de momento: "Eu fiz isso de propósito e a gravadora disse: 'É um título estranho para um álbum' ("Este era"). Eu disse: eu sei, mas 'This Was' Jethro Tull. Quando sair e for vendido nas lojas, nós já teremos seguido em frente. Então 'This Was' era o Jethro Tull em julho de 1968. Mas não seria necessariamente o Jethro Tull em julho de 1969, e não foi." Assim fica claro que a leitura de Anderson crava Stand Up como o primeiro "álbum real" do Tull, com identidade própria.

O segundo pilar é "Thick as a Brick" (1972), um passo decidido para a ambição progressiva, com a peculiaridade de ser, ao mesmo tempo, paródia do formato de "conceito". Anderson contextualizou o espírito da época: "Esse foi o ano (1972) de Monty Python, o ano em que um humor britânico bastante surreal estava virando fenômeno internacional. Foi oportuno no sentido de que este álbum deveria ser uma gozação, uma paródia, uma sátira. Uma ficção completa na qual as pessoas entraram facilmente, geralmente de forma consciente - mas às vezes não entenderam a piada e levaram tudo absolutamente a sério." Para ele, a obra só faria sentido naquele momento específico.
Sobre o timing, ele diz: "Na maior parte, acho que as pessoas entenderam que era uma coisa do humor britânico. Minha sensação na época era que foi um evento oportuno. Não teria funcionado um ou dois anos antes. Não teria funcionado um ou dois anos depois." Além do conteúdo musical contínuo em dois lados do LP, a ideia se estendeu ao encarte em forma de jornal e à "poesia" atribuída a um gênio fictício de oito anos - parte do jogo cênico criado por Anderson.
Fechando a lista, "Songs From the Wood" (1977) aparece como a síntese folk do Tull com maior colaboração interna. O próprio Anderson ressaltou a diferença de processo: "'Songs From the Wood' foi, na verdade, muito mais um álbum de banda. Os outros tiveram muito mais participação do que na maioria dos discos, como 'Minstrel in the Gallery' ou 'Aqualung'." Em compensação, ele comentou que várias faixas de "Aqualung" nasceram praticamente como peças solo: "Há várias músicas em 'Aqualung' que poderiam estar em um álbum do Ian Anderson se eu tivesse feito um na época, porque era basicamente eu tocando a maioria dos instrumentos... Uma parte da minha vida musical sempre foi trabalhar sozinho. É mais como um artista pintando um quadro. Você não pinta um quadro por comitê."
Os três discos cumprem papéis distintos: "Stand Up" firma a identidade pós-blues; "Thick as a Brick" leva a banda ao ápice da ousadia formal, brincando com o próprio "álbum conceitual"; "Songs From the Wood" consolida a fase folk com o grupo trabalhando como unidade. No conjunto, a lista de Anderson funciona como um mapa claro de como o Jethro Tull deixou de ser promessa do circuito blues britânico para se tornar um dos nomes mais singulares do rock dos anos 1970.
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