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Melhores de 2014: na opinião de Daniel Tavares

Por Leonardo Daniel Tavares da Silva
Postado em 17 de dezembro de 2014

2014 está acabando. Foi um ano que apagou estrelas como PACO DE LUCÍA, mestre dos violões, o bluesman albino JOHNNY WINTER e o baixista do CREAM, Jack Bruce, entre outros grandes nomes cuja arte jamais será repetida, mas nunca será esquecida. É hora agora de revisitarmos o que melhor (e pior) aconteceu neste ano em matérias de música, principalmente no Rock e no Heavy Metal. A lista abaixo não tem nenhuma ordem especial (a menos quando explicitamento expresso no texto), nem tem intenção de ser uma lista definitiva. É baseada nas observações(e audições) deste autor e muito impregnada de seus próprios gostos pessoais.

Melhores e Maiores - Mais Listas

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PINK FLOYD - "The Endless River":

Nem de longe um dos melhores do PINK FLOYD, mas seguramente perto to topo de melhores álbuns de 2014, merece abrir esta lista. Além de ser um dos melhores de 2014 (não me arriscarei a colocá-lo na dianteira), coloca o próprio ano de 2014 como um dos melhores da segunda década do milênio, um ano em que tivemos um disco oficial do PINK FLOYD. Embora tão imperfeito, gerações futuras cultuarão este disco, talvez até mais que nós. Para ler minha resenha mais completa de "The Endless River", acesse a página abaixo:

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AC/DC - "Rock or Bust"

Confesse: não há nada aqui que você tenha visto antes. Não, não tente defender a banda, desqualificar este e outros críticos. "Rock or Bust" é quase exatamente igual a "Black Ice", que, por sua vez, é quase o mesmo que qualquer um de seus antecessores da era Brian Johnson (excetuando-se, talvez, "Back In Black"). Nem mesmo a traumática substituição de um Young por outro, mexeu no som que o AC/DC está acostumado a fazer e nós estamos acostumados a ouvir. Agora, confesse mais uma vez: você está viciado neste disco. É, eu também. E estou gostando. No rock, nós acreditamos.

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JUDAS PRIEST - "Redeemer of Souls"

O que poderia tirar do ótimo (e viciante) "Blind Rage", do ACCEPT o posto de melhor disco de heavy metal tradicional em 2014? Um disco do JUDAS PRIEST a la "Painkiller" como "Redeemer of Souls" (resenha abaixo). A voz de Halford não é a mesma, mas ainda tem um poder sobre-humano. Aliada às composições do grupo, sobretudo aos duos de guitarra de Faulkner/Tipton, temos aqui uma arma poderosa para derrubar multidões e declarar que o JUDAS PRIEST nunca morrerá, mas não espere matar uma mosca com um canhão, nem um elefante com um tapa.

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ROBERT PLANT - "Lullaby and … The Ceaseless Roar"

Delicado é a palavra pra este disco. Quem é vivo sonha ver (ou rever, no caso de alguns sortudos) o LED ZEPPELIN ao vivo. Mas isso é página virada. Em cada nova entrevista, Robert Plant deixa isso mais claro. E em cada novo disco ele se aprofunda nas melodias delicadas, carregadas de world music, com a qual também adapta os clássicos da banda que o tornou o monstro precioso que é. Impossível não se emocionar ao dirigir um carro ao som da folclórica "Little Maggie" (seguramente uma das mais belas músicas de 2014) ou não batucar na mesa a pegada percursiva de "Rainbow". Robert Plant une os instrumentos mais estranhos do Marrocos com baterias eletrônicas e sintetizadores, mas o melhor instrumento continua sendo, indubitavelmente, sua voz.

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BRUCE SPRINGSTEEN - "High Hopes"

O maior showman americano nos presenteou no início do ano com um disco que parece uma colcha de retalhos. Não há unidade na obra constituída por sobras de estúdio, regravações e versões. Inferior a "Wrecking Ball" mas com a guitarra de Tom Morello fazendo um estágio na E Street, "High Hopes" tem muitos momentos que só o som apoteótico do Chefe podem causar, inclusive a (infelizmente) sempre atual "American Skin (41 Shots), um dos pontos altos do disco. Foi o primeiro bom disco do ano. Conquistou seu lugar nesta lista e não saiu mais dela.

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JOE BONAMASSA - "Different Shades of Blue"

Um dos melhores guitarristas da atualidade mostra que também tem muito talento como compositor e passeia com tranquilidade pelas "diferentes tonalidades do blues" (sorry, é impossível resistir ao trocadilho), com uma pitada de funk aqui, outra de soul ali. Um disco para ser ouvido diversas vezes e conquistar os mais variados tipos de público.

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CANNIBAL CORPSE - "A Skeletal Domain"

Passando agora para o metal, vamos falar de uma banda isenta a críticas. O CANNIBAL CORPSE sofre da mesma doença de AC/DC e MOTORHEAD. Todo ano eles lançam exatamente o mesmo álbum, com um título diferente (claro, não vamos confundir estilos aqui). A capa deixa um pouco a desejar ("Tourniquets, Hacksaws and Graves, do AUTOPSY, lhe passa muito à frente), mas, todo ano, a banda do pescoçudo George "Corpsegrinder" Fisher consegue fazer um trabalho notável em meio a brutalidade que lhe é característica e seus discos são o que há de mais violento no ano inteiro. Tem muita matemática por trás disso.

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Ainda falando de Death Metal, O ENTOMBED (agora ENTOMBED A.D) e o VADER também lançaram pérolas dignas de nota no Death Metal este ano (o fenomenal "Back To The Front" e o poderoso "Tibi et Igni"), respectivamente. O quinteto da Flórida, OBITUARY, com o aguardado "Inked In Blood" e sua capa grotesca também não fez feio este ano.

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EXODUS - "Blood In, Blood Out".

Não tem erro. A volta de Steve "Zetro" Souza (e até de Kirk Hammet na faixa "Salt The Wound") não tinha como ficar melhor, embora os trabalhos com Rob Dukes não deixem a desejar. Melhor que isso, só se Paul Baloff voltasse dos mortos, como os zumbis da capa, para assumir o microfone. Apesar da surpresinha no início do play, aqui temos um álbum que é um dos melhores de 2014, mas também poderia ser um dos melhores de 1998. Outros grandes discos de Thrash-Metal lançados na gringa este ano que posso citar aqui foram R.I.B, do TANKARD (onde um ressacado Gerre parece cantar num tom ligeiramente mais grave, fazendo com que o som dos bebedores de cerveja pareça mais pesado do que já é) e "Ravenous Plague", do LEGION OF THE DAMNED, mas estes, apesar de bons, não apresentam algo mais marcante, apenas continuam a estória de sucesso de suas respectivas bandas.

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TRIPTYKON - "Melana Chasmata"

Num ano em que BELPHEGOR, ENTHRONED, MAYHEM e, principalmente, BEHEMOTH lançaram discos bons de Black Metal, o páreo foi duro, mas foi vencido pelo doom/black do TRIPTYKON, de Tom Warrior (ex-HELLHAMMER, ex-CELTIC FROST). Além da melodia e do peso em faixas bem longas, alternando a lentidão do doom com momentos mais acelerados como "Breathing", alguns elementos um tanto estranhos tornam este disco interessantíssimo, a trilha sonora do seu pior pesadelo. A capa tem novamente a arte do alien H.R. Giger, falecido recentemente, e reflete toda a estranheza do TRIPTYKON.

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DE LA TIERRA - "De La Tierra"

Conectando o Brasil ao mundo, falemos agora de um quarteto multinacional. Temos uma grande dívida com o rock produzido por nossos hermanos. Com exceção de bandas como RATA BLANCA e MANÁ, poucos grupos dos países hispânicos da América Latina chegaram aos nossos players. Um pouco dessa dívida é resgatada na iniciativa de Andreas Kisser (SEPULTURA) e três outros grandes músicos latinos (Andrés Giménez, do A.N.I.M.A.L, Sr. Flavio dos FABULOSOS CADILLACS e Alex González, do MANÁ), numa pegada que reúne peso e melodia assim como reúne o espanhol e o português. Que tenha vida longa, mesmo à sombra das bandas principais de cada um dos integrantes. E por falar em SEPULTURA, não podemos deixar de citar o cru "Pandemonium", do CAVALERA CONSPIRACY. Max Cavalera é realmente um maestro do metal extremo e, em quanto mais projetos e bandas ele, Andreas, Igor e PJ se envolverem, melhor estaremos.

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Titãs - "Nheengatu"

Não só um dos melhores de 2014, mas também o segundo melhor álbum de toda a discografia da banda que o LOBÃO chamou de chechelenta. Merece ainda muito mais elogios só pelo fato de ter recolocado o TITÃS na linha e de volta ao limitado elenco de bandas de grande relevância nacional. Esqueça "Epitáfio" e todas aquelas besteiras rickbonadiescas que o TITÃS fez ultimamente. O TITÃS está de volta do jeito que a gente gosta.

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RATOS DE PORÃO - "Século Sinistro"

Quem senão os mestres do crossover para juntar punk hardcore, grind core, death, thrash tudo numa mistura indefectível e conectada com a realidade de nosso país. As balas de borracha que abrem "Século Sinistro" anunciam que muita "porcaria" ainda está por aí. LOBÃO, CAPITAL INICIAL, aprendam, ok?

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NERVOCHAOS - "Art of Vengeance"

Representando o que o Brasil pode produzir de melhor no metal extremo, temos os paulistas do NERVOCHAOS, que merece este lugar de destaque não só pelo disco em si (excelente), mas também pelo luxuoso pacote que o contém. Letras curtas para grudar na cabeça dos bangers enquanto eles a balançam e um som de altíssima qualidade. Para ler minha resenha mais completa de "The Art of Vengeance", acesse a página abaixo:

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KORZUS - "Legion"

Outro disco de thrash matador chega através de mãos brasileiras. Marcelo Pompeu e sua gangue nunca decepcionam e "Legion" é mais um petardo com riffs, solos e vocais que asseguram, com larga confiança, o lugar do KORZUS em qualquer lista de melhores discos de 2014. No meio do disco, uma surpresa vampiresca. Outro grande disco de Thrash Metal lançado por aqui que merece destaque é o primeiro full length das meninas do NERVOSA, "Victim of Yourself".

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JACK THE JOCKER - "In The Rabbit Hole"

Imagine uma banda gringa, nascida no final dos anos 80, que já tenha lançado vários discos, conquistado uma legião de fãs, passado por várias formações e agora está lançando o segundo disco com a formação original após uma aguardada reunião. Poderíamos confundir a banda que toca em "In The Rabbit Hole" com uma banda com este histórico. Mas não, a JACK THE JOKER está apenas debutando e seu álbum de estreia já foi descrito pelo colega jornalista Leonardo Bezerra, do Diário do Nordeste, como "entre os melhores já lançados na história do rock cearense" (link abaixo). A afirmação tem fundamento. Riffs contagiantes, bons solos, viradas complexas de Vicente Ferreira (também da IN NO SENSE, engraçado como bandas de metal-core rendem bons bateristas para bandas de outros estilos) em belas composições (e até uma instrumental cheia de feeling) aproximam o JTJ de bandas como SYMPHONY X e DREAM THEATER (DREAM THEATER não, o vocal de Raphael Joer não é tão chato).

http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/caderno-3/quinteto-progressivo-lanca-album-virtuoso-1.1072680

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Como consegui viver de Rock e Heavy Metal

FAR FROM ALASKA - "modeHuman"

Agora, falando de novidade. Você já ouviu este disco do FAR FROM ALASKA? Até o mês passado, quando os potiguares se apresentaram no festival PontoCE, eu confesso que também não. Mas a banda do Rio Grande do Norte vem despertando interesse de público e crítica Brasil afora após o lançamento de seu primeiro full-length. Misturando todo tipo de influências (rock alternativo, stoner rock, música eletrônica), com vocais femininos muito bem defendidos por Emily Barreto, a banda lembra um YEAH YEAH YEAHS (antes de Karen O tornar-se tão famosa), mas com suas próprias esquisitices. Aposte na novidade também.

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MASTODON - "Once More ´Round The Sun"

Voltando à gringaida, quase encerrando esta lista, temos o som indescritível do MASTODON. Em sua nova volta ao redor do Sol, o MASTODON trouxe novamente um som complicado de ouvir e entender e, por esses mesmos motivos, tão merecedor de ser ouvido e entendido. A capa é tão "complicada" quanto seu conteúdo, seguramente garantindo lugar tanto na lista de mais feias do ano, quanto na lista de mais belas. Os dragões levam seu sludge/stoner rock a um patamar elevado, mais melodioso, embora mantenha boa parte da sujeira dos trabalhos anteriores em seus riffs. Uma viagem.

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OPETH -"Pale Communion"

Um disco que poderia ter sido composto em 1970 e só gravado agora. Em pouquíssimas palavras é isso que faz com que o novo trabalho de Mikael Åkerfeldt e sua ex-banda de Death Metal seja o melhor disco de 2014, na opinião deste que vos escreve. A capa, com um que de "Pictures At An Exhibition" (EMERSON, LAKE & PALMER), reforça que perdemos definitivamente uma banda de Death Metal (na verdade, já havíamos perdido a muito tempo), mas não temos o que lamentar. O OPETH não é um camaleão como Bowie. Desde "Orchid" que a banda demonstrou que estava no caminho que a levaria até aqui. Órgãos hammond, solos marcantes, melodias belíssimas fazem deste um disco para ouvir o dia inteiro, de "Eternal Rains Will Come" a "Faith In Others", repetidas vezes. O álbum tem um grande defeito (que os trabalhos anteriores também tinham): gera uma ansiedade enorme por novos lançamentos da banda ou de outras que venham a ser influenciadas por ela, em qualquer uma das suas fases. Que a Lua (que está acima) e o Sol (que está abaixo) nos ajudem a conviver com essa ansiedade.

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Na lista dos injustiçados podem estar o disco do BEHEMOTH, o do FOO FIGHTERS, o do SLIPKNOT, o do SLASH, por um motivo ou outro (neste último, por exemplo, não consigo aturar a voz de Myles Kennedy), mas tenho certeza de que a justiça lhes será feita nas muitas outras listas neste final de ano.

Maior estratégia de marketing:

O U2 inovou na forma de divulgar seu discos. O álbum "Songs of Innocence" foi disponibilizado "de graça" para milhões de consumidores da Apple numa estratégia que, embora controversa, se mostrou bastante inovadora. Se fosse um álbum realmente bom, como muitos que o quarteto irlandês já lançou, funcionaria como um chamariz infalível para "Songs of Experience", que será vendido da forma normal. As aspas no "de graça" são porque a banda não saiu da aventura com os bolsos vazios. Um acordo multi-milionário com a gigante de informática garantiu o lucro da banda. Se outras bandas a copiarão, ainda não sabemos. O fato é que, apesar de bons momentos como "Iris", "Volcano" e "Raised By Wolves", o disco é bem chato. O conceito por trás da capa (proteger a inocência), com Larry Mullen Jr. e seu filho, foi muito mal trabalhado, incomodamente lembrando uma cena pedófila.

Pior disco do ano:

COLDPLAY - "Ghost Stories"

Como já disse em outra matéria, Chris Martin, que recentemente se divorciou da atriz Gwyneth Paltrow, poderia ter aproveitado o momento pessoal difícil para fazer o "In The Wee Small Hours" do rock. Mas o que ele fez, só é melhor que Valium. Melhor teria sido nem ter conhecido a moça. Leia mais sobre discos e músicas chatas lançados em 2014 na matéria abaixo.

Melhor capa

"Sonic Highways" tem alguns momentos muito empolgantes, mas em minha opinião, não chega a justificar todo o hype, toda a algazarra midiática que o cercou. A ideia de gravar cada faixa em uma cidade diferente, absorvendo a atmosfera local foi a segunda melhor estratégia de marketing do ano e, livre de qualquer controvérsia (como a que citei em primeiro lugar), está colhendo muitos frutos, embora não aponte caminhos para outras bandas pelo seu preço de saída, extremamente custoso. A capa do álbum, por sua criatividade, por sua beleza, pelo nível de detalhes, por encerrar em si própria todo o conceito por trás do disco não poderia estar em outro lugar senão o de melhor capa do ano de 2014.

Mico do ano

LOBÃO é um grande compositor, cantor e guitarrista. Mas esqueceu de fazer música para dedicar-se à militância política. Não que ele não tenha razões pra isso (ele tem, e muita) e, mais uma vez, não que música e política não combinem (combinam demais). Mas, este ano, o músico jogou xadrez com pombo. E perdeu.

DVD Nacional do Ano:

Nem mesmo as declarações do vocalista de uma das bandas (que, porcamente, meteu os pés pelas mãos em declarações dignas de um analfabeto no Facebook) tiram o brilho deste projeto. Lançado através de financiamento coletivo, a obra reúne alguns dos mais memoráveis momentos em que cinco veteranos do metal nacional se reuniram para fazer o que sabem melhor: fazer bater o pé, a mão, a cabeça (principalmente) e o coração. TAURUS, STRESS, CENTÚRIAS, METALMORPHOSE e SALÁRIO MÍNIMO estão de parabéns pelo sucesso na execução do projeto e este sucesso deve ser comemorado. E que ninguém mais tente dividir o metal brasileiro (nem o próprio Brasil), porque disso não precisamos.

DVD Internacional do Ano:

Este poderia ser apenas mais um DVD do DREAM THEATER, dos muitos DVDs de três horas ou mais registrando uma turnê de divulgação de um álbum específico. Mas, este, pelo menos para este autor, tem um simbolismo especial. O track list do DVD é idêntico, inclusive na ordem, ao set list da primeira oportunidade que tive de ver o quinteto americo-canadense ao vivo. Os simpáticos Mike Mangini e Jordan Rudess, o caladão John Myung, o virtuoso John Petrucci e o homem de frente James LaBrie são acompanhados na última parte pela orquestra e pelo coral do Berklee College of Music, que é uma das instituições mais respeitas do mundo em se tratando de música e local onde Myung, Petrucci e o ex-membro Mike Portnoy se conheceram e também onde Mangini era professor. No DVD, três grandes discos recebem ênfase: o último, autointitulado, o aniversariante "Awake" e "Metropolis Pt. 2: Scenes from a Memory", numa versão reduzida. Uma obra para relembrar aquele show tão memorável cuja resenha você encontra abaixo. Confira também a resenha do Workshop de Mangini em Fortaleza, o único que o baixinho realizou no Brasil. E sim, a voz de LaBrie é mesmo difícil de suportar, mas a gente acaba acostumando. Quanta contradição, não?

Workshop Mike Mangini:

Show DREAM THEATER:

Coletâneas e tributos:

Este ano também teve o lançamento de boas compilações ou álbuns tributo. Abrindo a lista deles temos "This Is Your Life", homenagem merecida à melhor voz do heavy metal. Claro que esse adjetivo cabe a Ronnie James DIO. As versões já conhecidas de "Neon Knights" (pelo ANTHRAX) e "The Mob Rules" (pelo ADRENALINE MOB) se juntam a outras executadas por nomes do calibre de Biff Byford (com MOTORHEAD), DORO, Rob Halford e Corey Taylor (SLIPKNOT) e do METALLICA num conjunto irregular, mas digno.

A empresa de assessoria MetalMedia mais uma vez lançou a sua coletânea. Com um número impressionante de sessenta bandas no cast, majoritariamente death ou thrash, o compilado está se tornando, a cada ano, uma boa "fotografia" do metal produzido no Brasil. Outro ponto positivo é servir de plataforma de lançamento para faixas de álbuns que ainda estão no forno, como "Die To Kill", que será a faixa-título do novo álbum da ENCÉFALO. Confira as mais de quatro horas de música fazendo o download (gratuito e legal) no site abaixo:

http://metalmedia.com.br/_download/

Finalizando as compilações e tributos, temos a homenagem de diversas bandas brasileiras à banda portuguesa MOONSPELL. Dezoito bandas brasileiras (como OBSKURE, KATAPHERO, BURN IN PAIN, HATE EMBRACE e INNER DEMONS RISE), de alguma forma influenciadas pelo som da MOONSPELL, recriaram composições dos lusos, prestando tributo, Maiores informações na matéria abaixo:

Este também foi o ano em que o baú de Jimmy Page foi aberto ao público, resultando em versões deluxe dos primeiros cinco discos do quarteto americano. São cinco joias para os apaixonados pela banda (ou seja, todo mundo).

Considerações finais:

A melhor forma de terminar este texto é ressaltar um importante movimento que começa a aparecer no metal brasileiro. É a valorização de elementos da nossa cultura (assim como há anos já vazem os descendentes dos vikings da Noruega). Bandas como ARMAHDA (com seu disco homônimo), VOODOOPRIEST (com a história verídica de Mandu Ladino, índio que liderou a resistência contra o extermínio de tribos indígenas no Piauí) e HATE EMBRACE (contando em "Sertão Saga a história de Lampião), lançaram álbuns conceituais contando, cada uma, episódios da história brasileira. Estas três bandas, cada uma com seu estilo (Heavy Metal, Thrash Metal e Death Metal, respectivamente, apontam um bom caminho para outras bandas brasileiras (não todas, por favor) a partir de 2015, expandindo (agora também na forma lírica) o caminho que SEPULTURA e ANGRA já fazem há décadas.

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Sobre Leonardo Daniel Tavares da Silva

Daniel Tavares nasceu quando as melhores bandas estavam sobre a Terra (os anos 70), não sabe tocar nenhum instrumento (com exceção de batucar os dedos na mesa do computador ou os pés no chão) e nem sabe que a próxima nota depois do Dó é o Ré, mas é consumidor voraz de música desde quando o cão era menino. Quando adolescente, voltava a pé da escola, economizando o dinheiro para comprar fitas e gravar nelas os seus discos favoritos de metal. Aprendeu a falar inglês pra saber o que o Axl Rose dizia quando sua banda era boa. Gosta de falar dos discos que escuta e procura em seus textos apoiar a cena musical de Fortaleza, cidade onde mora. É apaixonado pela Sílvia Amora (com quem casou após levar fora dela por 13 anos) e pai do João Daniel, de 1 ano (que gosta de dormir ouvindo Iron Maiden).
Mais matérias de Leonardo Daniel Tavares da Silva.

 
 
 
 

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