Resenha - O Reino Sangrento do Slayer
Por Rodrigo Noé de Souza
Postado em 17 de outubro de 2013
O guitarrista Jeff Loomis (ex-Nevermore), ao escutar Disciple, tirou os fones de ouvido e comentou: "Isso é Slayer! Quem no mundo não gosta de Slayer?". Outro que rasga elogios é Moyses Kolesne (guitarrista do Krisiun), durante uma entrevista, que, dos Big 4, apenas o Slayer se manteve Thrash Metal. O guitarrista do Anthrax, Scott Ian, definiu o som do Slayer como "A trilha sonora do Inferno". Se você também é fã da banda, deve concordar com esses comentários, pois a história da maior banda de Thrash Metal virou livro, com o nome O Reino Sangrento do Slayer.
Para essa empreitada, o jornalista Joel McIver resolveu aprofundar na história da banda mais maldita do mundo. Conhecido por suas biografias do Black Sabbath, Metallica (To Live Is To Die: The Life And Death Of Metallica’s Cliff Burton é uma homenagem ao eterno baixista) e por ter colaborado em diversas revistas de música, como a Rolling Stone, Metal Hammer e Classic Rock, Joel contou toda a trajetória de Tom Araya, Kerry King, Jeff Hanneman e Dave Lombardo. Embora ele não tenha ido a fundo sobre como eles eram em suas infâncias, a história, pelo menos, conta como eles se encontraram.
Tom Araya se mudou do Chile, muito antes de sofrer um golpe que derrubou o então presidente Salvador Allende. Dave Lombardo e sua família saíram de Cuba, para que ele seguisse sua carreira como músico. Já Jeff Hanneman era um apaixonado por guerra, pois seu pai era combatente na 2ª Guerra. Kerry King ganhou do seu pai uma guitarra, e aprendeu a tocar Children Of The Sea, do Black Sabbath.
Desde já, juntaram suas forças e formaram a banda dos sonhos. Lombardo virou um furacão na bateria, enquanto King e Hanneman duelavam nos solos. Já Araya, que fazia curso de terapia respiratória, dominava nos vocais gritados e doentios. Estava formada o Slayer.
Durante sua trajetória, ocorreram os primeiros shows, a gravação para a coletânea Metal Massacre, o contrato da Metal Blade, a efetivação do seu nome na cena do Metal. Aliás, segundo o escritor, o lançamento de Show no Mercy foi por "culpa" do Metallica, que lançava Kill’Em All. Numa época em que a NWOBHM estava a todo vapor, a banda mais rápida na época era o Venom. E a competição sobre qual era a banda mais rápida era enorme, pois Metallica e Slayer "competiam" de verdade.
Enquanto a banda de James Hetfield e Lars Ulrich saíram de Los Angeles para San Francisco, rumo aos palcos gigantescos, os assassinos ficaram em LA para tocar o terror infernal. De lá para cá, a ascensão da banda cresceu muito, ao ponto do produtor Rick Rubin contratá-los para gravar, mais tarde, O Disco que definiria os rumos do Metal: Reign In Blood. Taí o nome do livro que estamos falando.
Durante o livro, Joel comentava todos os discos da banda, dando a sua opinião de cada música. Quem estiver lendo o livro, pode tirar as suas conclusões sobre os comentários do escritor. Outros fatos colocados são as polêmicas envolvendo Jeff Hanneman, acusado de nazismo, ao escrever Angel Of Death, que retrata as atrocidades de Josef Menguele. E já que falamos de polêmicas, não faltam brigas, desavenças e desentendimentos, confusões envolvendo o Slayer. Dave Mustaine (Megadeth), Robb Flynn (Machine Head), Sepultura, estão entre os desafetos de Kerry King.
Apesar dos últimos discos não terem a pegada brutal e mágica, o Slayer fez o que poucas bandas sabem fazer: manter a sua identidade e o respeito dos fãs. Há uma seção de fotos antigas dos integrantes, incluindo flyers de shows, discografia completa, prefácios de Tor Tauil (Zumbis do Espaço) e da banda Municipal Waste, no qual o vocalista Tony Foresta escreveu: "Slayer? Fuck Yeah!".
O Reino Sangrento do Slayer foi lançado em 2008, mas só veio ao Brasil no final de 2012. Desde que foi publicado, sofreu críticas por conta da tradução e por não explorar os primórdios. Segundo Joel, o motivo foi que a banda não respondeu às ligações do escritor, para conceder uma entrevista com todos os integrantes. Por isso que não focaram a turnê do Big 4, que reuniu Slayer, Metallica, Anthrax e Megadeth, além do anúncio da terceira saída de Dave Lombardo, por divergências financeiras.
Então, a Edições Ideal resolver lançar uma segunda edição (ele relata que essa edição foi publicada no Reino Unido, em 2010), com uma nova tradução e uma homenagem ao Jeff Hanneman, que faleceu no dia 2 de maio deste ano. Nele, vários nomes do Metal brasileiro deram seus depoimentos, como o jornalista Ricardo Batalha (Roadie Crew), o baterista do Voodoopriest Edu Nicolini, vocalista do Ação direta Gepeto e o artista plástico Fábio A.
Com tudo isso, o legado da banda continua firme e forte. Não basta apenas dizer o nome, só grite SSSSSLAAAAAAAAYEEEEEEEEERRRRRR!!!!!
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
A performance vocal de Freddie Mercury que Brian May diz que pouca gente valoriza
A banda de rock favorita do Regis Tadeu; "não tem nenhuma música ruim"
A canção emocionante do Alice in Chains que Jerry Cantrell ainda tem dificuldade de ouvir
O álbum clássico do Iron Maiden inspirado em morte de médium britânica
A música que surgiu da frustração e se tornou um dos maiores clássicos do power metal
O melhor álbum do Led Zeppelin segundo Dave Grohl (e talvez só ele pense assim)
O rockstar que Brian May sempre quis conhecer, mas não deu tempo: "alma parecida com a minha"
Andi Deris garante que a formação atual é a definitiva do Helloween
O álbum do Led que realizou um sonho de Jimmy Page; "som pesado, mas ao mesmo tempo contido"
A canção que Sandy & Junior recusaram e acabou virando hino do rock nacional nos anos 2000
A banda fenômeno do rock americano que fez história e depois todos passaram a se odiar
Loudwire elege os 11 melhores álbuns de thrash metal de 2025
A banda que superou Led Zeppelin e mostrou que eles não eram tão grandes assim
O baterista que Neil Peart dizia ter influenciado o rock inteiro; "Ele subiu o nível"
O clássico álbum de hard rock que mudou a vida de João Gordo, do Ratos de Porão
Pink Floyd "não é uma banda de rock", segundo um de seus músicos
Eric Clapton admite que não tem coragem de ser como Roger Waters

Max Cavalera aponta o que ele e Tom Araya tem que IA alguma jamais terá
Turnês não rendem dinheiro, diz Gary Holt: "A gente toca para você vir visitar a nossa loja"
O megahit do Slayer que foi influenciado por lendário compositor de música latina
O disco do Slayer que deixou Andreas Kisser impressionado
A diferença entre "Divine Intervention" e "Diabolus in Musica", segundo Jeff Hanneman
Jeff Hanneman achava que "Diabolus in Musica" lembrava os primeiros discos do Slayer
John Lennon: A Vida - Philip Norman



