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The Force: o grito do Metal paraguaio

Por Vitor Franceschini
Fonte: Blog Arte Metal
Postado em 25 de fevereiro de 2012

A banda paraguaia The Force consegue aliar como poucos o poder do Thrash Metal à técnica sutil da NWOBHM (New Wave Of British Heavy Metal, movimento de bandas de Metal não só da Inglaterra como da Europa toda, surgido no final da década de 70) e vem ganhando espaço no cenário brasileiro justamente por lançar seus álbuns pelo selo nacional Kill Again Records. São dois álbuns lançados por aqui. O primeiro, "Possessed By Metal" de 2008, apresentou a banda por aqui. Já o segundo, "Nations Under Attack" de 2011, veio pra consolidar de vez o nome da banda, não só por aqui, mas em toda América do Sul. Com Mike Martinez (vocal/guitarra), Eduardo Valenzuela (guitarra), Juan Barrios (baixo) e Bruno Romero (bateria), nossos vizinhos almejam voos mais altos e através de Mike nos falam sobre sua carreira, trabalhos, a curiosa cena do Paraguai e muito mais!

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Conte-nos um pouco da história do The Force. Afinal, vocês surgiram com o desmantelamento da banda Overlord, por que isso ocorreu e como se tornaram o The Force?

Mike Martínez: Salve Vitor! Obrigado pela entrevista. Sim, a história do The Force esta diretamente ligada ao fim da nossa banda anterior o Overlord. O Overlord começou por volta de 1995 e acabou em 2007 por que muitos integrantes já tinham saído e eu era o único da formação original, então decidi fazer uma nova banda, mas mantendo sempre o estilo que é puro Thrash Metal com influências fortes do Metal Tradicional dos anos 80. Oficialmente o The Force nasceu em março de 2007 e em dezembro do mesmo ano a gente lançou a primeiro demo "Old School Metal Onslaught" depois pintou a Kill Again Records que nos ofereceu para lançar os álbuns da banda. Em dezembro de 2008 saiu o primeiro CD "Possessed By Metal" e em março de 2011 o segundo "Nations Under Attack".

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Como foi o processo de composição de "Nation Under Attack"?

Mike: Para nós o mais importante sempre é um bom riff de guitarra, toda banda de Heavy Metal que se preze tem que ter bons riffs. A partir disso a gente faz os arranjos e por último as letras e as linhas vocais. Depois de ter apresentado o "Possessed By Metal" com shows no Paraguai, Brasil e Bolivia, a gente se trancou na sala de ensaio para preparar os tracks para o próximo disco. O objetivo era fazer um disco mantendo sempre a essência Thrash clássica da banda, com muita velocidade e PESO, mas com as influências N.W.O.B.H.M mais em evidencia, acho que essa é a característica de nosso som.

Quais as principais diferenças entre "Possessed By Metal" (primeiro álbum lançado em 2008) e "Nation Under Attack"?

Mike: Primeiramente a formação da banda mudou, e do primeiro álbum para o segundo ficamos Mike na guitarra e voz, Carlos Carvallo na guitarra. Para o "Nations.." ingressaram Juan Barrios no baixo e Luis Almada na bateria. Depois nós mudamos de estúdio, do Covenant para Las Palmeras que foi onde nós gravamos "Nations..", e a pesar de estarmos muito orgulhosos dos resultados de "Possessed By Metal" acho que "Nations Under Attack" representa mais fielmente o som da banda. Mas o estilo em si eu acho que continua o mesmo, a velocidade, agressividade, peso, violência sônica, com muitos riffs e melodias de Metal tradicional.

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O que mais me chamou atenção no novo álbum foram os timbres das guitarras característicos da NWOBHM, porém com a pegada Thrash Metal. Como vocês podem explicar essa junção e quais são as principais influências da banda?

Mike: Desde o começo da banda Overlord minha ideia era fazer essa junção. É esse o som que sempre procurei fazer, minhas bandas favoritas são Exodus, Overkill, Artillery, Slayer dos 3 primeiros discos, Metallica antigo, Sacrifice, e ao mesmo tempo Black Sabbath, Judas Priest, Thin Lizzy,Iron Maiden, Saxon, Angel Witch, Riot, Savage Grace, Agent Steel etc. E essas influências continuam até hoje em dia, e nunca vai mudar, e isso exatamente o som de The Force, nada de metal moderno nem afinações em drop D e coisas assim só o mais puro fuckin Heavy Metal madness!.

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Quais faixas vocês destacariam em "Nations Under Attack" e quais vem tendo melhor repercussão perante o público?

Mike: Uma de nossas favoritas é Doomsday, ela é realmente fodida, rápida e pesada, logo tem a Neckbreaking Metal com a letra fazendo uma homenagem as bandas de Metal do Paraguai, antigas e novas e tem um solo bem Judas/Lizzy, The Longest Day muitos bangers dos Estados Unidos qualificaram Maiden On Crack, a instrumental Stampede Of A Thousand Stallions que nos adoramos tocar ao vivo, apesar de ser bem longa, mas o publico também adora e sempre pede, a faixa título é ótima para abrir o show.

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Como tem sido a repercussão do álbum na crítica e no público?

Mike: A repercussão foi ótima, a maioria achou esse nosso melhor álbum até agora, teve muita resenha do álbum no Brasil e Estados Unidos, e já podemos apresentar esse disco na Argentina, Brasil tocando no Kill Again Metal Fest junto com Violator, Corpse Grinder, Farscape e Blackskull. Na Bolívia e aqui no Paraguai tivemos a oportunidade de abrir o show do Megadeth.

A cena paraguaia é um tanto quanto desconhecida aqui no Brasil, mesmo com a enorme proximidade entre os dois países. Conte-nos um pouco sobre a cena por aí.

Mike: O Heavy Metal no Paraguai começou por volta de 1983 com bandas como Rawhide, Nash, Scythe, Metal Urbano e Batallón. Logo nos anos 90 as maiores bandas eram Corrosión, que lançou disco pela Dynamo Records do Brasil, Steel Rose, Sabaoth, Funeral. De 2000 até agora a cena cresceu muito, têm muitos shows e bandas lançando discos, as bandas que posso citar como as mais importantes da atualidade são Sacro, Slayground, De Frente, Patriarca, 220 Voltios, The Axe, Kuazar, Khyron, Powerdrive, Wisdom, To Arkham, The Profane,Mithyca, Steinkrug, Sucios Y Desprolijos, Ariman, Arcano, Cacería, Evil Force, Massive Execution, etc... todas elas nos mais diversos estilos.

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Falando nisso o que vocês podem dizer sobre o Metal brasileiro?

Mike: Temos muito respeito pelo Metal brasileiro, por toda a tradição que já tem desde o começo dos anos 80 e também porque através do Metal conhecemos muitas excelentes pessoas que ate agora são grande amigos nossos. Gente de bandas e headbangers de todo Brasil. Nós admiramos muito bandas como Taurus, Dorsal Atlantica, Stress, Anthares, MX, Sepultura antigo, Virus, Korzus, Denim and Leather, Violator, Bywar, Blasthrash, etc.

Muitas bandas sul-americanas de Metal (exceto o Brasil, por motivos óbvios), preferem cantar em castelhano, principalmente a Argentina. A que vocês acham que deve este fato e porque optaram em cantar suas músicas em inglês?

Mike: Acho que o idioma não tem que ser barreira para o Heavy Metal, nós ouvimos bandas como Riff, V8, da Argentina, Arkangel, Resistencia, da Venezuela, Extermínio, Centurias, do Brasil, Trust, Ocean, Sortilege, Blaspheme, da França, Pokolgep, Aria, Turbo, do leste Europeu, Loudness, do Japao etc. Todas elas cantam em seu idioma natal e todas fazem GRANDE METAL! Muitas bandas fazem isso por uma questão de nacionalismo, o que acho que não tá errado, toda vez que isso não mude para um âmbito de política radical. Preferimos cantar em inglês porque eu sou professor de Inglês e pra mim é mais fácil compor em inglês pelas influências que eu tenho.

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Como está a agenda de shows para 2012?

Mike: Agora só tem show a partir de abril, já que estamos compondo novas músicas. Mas queremos voltar a tocar no Brasil e em mais países da America do Sul esse ano.

Quais os planos do The Force?

Mike: Na metade desse ano queremos entrar em estúdio para gravar nosso terceiro disco, logo depois o de sempre, que é tocar muito ao vivo!!!

Pode deixar uma mensagem.

Mike: Muito obrigado pela entrevista, a todos os headbangers do Brasil que conhecem a banda, um abraço metálico. A gente se vê pronto, os que ainda não ouviram The Force, de nos a chance e ouçam nosso novo disco ok!? Heavy Mertal Maniacs rule forever!!!!!!

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Sobre Vitor Franceschini

Jornalista graduado tem como principal base escrever sobre Rock e Metal, sua grande paixão. Ex-editor do finado Goredeath Zine, atual comandante do blog Arte Metal, além de colaborador de diversos veículos do underground.
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