Mutantes: mais uma virada radical na carreira
Por Rodrigo Werneck
Postado em 01 de junho de 2008
Em mais uma virada radical em sua carreira, a consagrada banda Os Mutantes, que surgiu em 1966, foi ícone tanto do tropicalismo quanto do incipiente rock brasileiro dos anos 60 e 70, e chegou a ser um dos destaques do rock progressivo brasileiro na segunda metade da década de 70, encerrou suas atividades em 1978 e retornou somente em 2006. Uma consagrada turnê trouxe de volta a dupla Arnaldo Baptista e Sergio Dias, além do baterista Dinho Leme e da vocalista Zélia Duncan, substituindo Rita Lee. O registro disso está no aclamado DVD "Mutantes Ao Vivo", gravado no Barbican Theatre de Londres.
Colaborou: Rodrigo Araujo; Fotos: divulgação.
Agora em nova formação (sem Arnaldo e Zélia), reaparecem com músicas novas e altos planos. Para nos dar uma boa idéia do que está rolando, tivemos uma esclarecedora conversa com o guitarrista, vocalista e líder do grupo, Sergio Dias, que pode ser conferida abaixo (completam a formação atual: Dinho Leme (bateria), Bia Mendes (vocais), Fabio Recco (vocais), Vinicius Junqueira (baixo), Henrique Peters (teclado, flauta e vocais), Vitor Trida (teclado, guitarra, violão, flauta, cello e vocais) e Simone Soul (percussão)).
Sergio, vamos começar falando sobre a sua nova guitarra, totalmente customizada, a Kier, chamada de "nova guitarra de ouro dos Mutantes". Por que você resolveu aposentar a velha Regulus?
Não foi por necessidade, a Regulus dá conta do recado, foi mais para preservá-la. Ela é uma relíquia, é algo que não existe outro, é insubstituível. Imagina se alguma coisa acontece com ela. Na verdade aconteceu, no palco do Fillmore por exemplo. Eu entrei, ela caiu do meu colo no chão, e rachou a lateral dela. Lógico que foi uma coisa boba, eu consertei e tudo bem. Mas isso me alertou. E se um dia isso aqui desaparecer? Vou tocar com uma Strato? Não funciona. Então eu pensei em fazer um upgrade. Pensei em pedir ao Cláudio (César Dias Baptista), meu irmão, mas ele não pôde, pois está fazendo outras coisas. Então eu resolvi que ia fazer eu mesmo. Tinha um amigo nosso, o Lee Gardia, que é um luthier que estava sempre aqui, conversando a respeito. Eu desenhei a guitarra, disse tudo que eu queria, como que achava que devia ser, juntos fizemos todas a arquitetura, ângulo de braço, etc. Lógico que a Regulus influenciou em um monte de coisa nela.
E teve alguma coisa que tenha sido incluída nela que seja algo bem exclusivo, uma inovação, algo que você bolou bem específico para o seu jeito de tocar?
Sim, a alavanca por exemplo. É uma alavanca que não existia, eu desenhei ela de cabo a rabo. Os captadores... a parte elétrica é toda mexida, um lance totalmente diferente.
Em termos de sonoridade, ela ficou parecida com a Regulus?
Tem uma característica própria, ela é mais brilhante do que a Regulus, eu acho, e ela tem um timbre muito bonito.
Você mencionou os captadores. Que tipo de captação foi usada?
Foi algo feito pela Malagoli, seguindo os desenhos e a configuração que eu pedi. A parte elétrica foi desenvolvida por mim e pelo Ernesto Dias. A diferença básica é que hoje em dia você tem 30 anos de desenvolvimento eletrônico na frente. Antigamente, o Cláudio tinha que fazer as chaves na mão, não tinha chaves de 7 pólos disponíveis para você usar. Hoje em dia a gente está utilizando relés automotivos. E nós vamos alterar isso depois para chaveamento, ainda analógico, mas com flash por BIOS, etc.
A idéia é que seja uma "guitarra mutante" então?
Com certeza. Ela ainda está em projeto, em constante desenvolvimento. Essa é na realidade a segunda versão... O protótipo inicial, eu toquei com ela na Irlanda.
E hoje em dia você tem usado somente essa, ao vivo?
Não somente ao vivo, como em estúdio. Na "Mutantes Depois" só aparece ela, assim como em todas as músicas novas, do novo disco.
Pegando o gancho então da música nova... "Mutantes Depois" foi oferecida aos fãs para download gratuito, e é nitidamente uma homenagem aos próprios fãs, mas também ao legado dos Mutantes, analisando-se a letra, certo?
É muito grande a abrangência dessa letra. Se você for pensar na terceira parte dela: "como é possível que o Universo caiba dentro de um grão de elétrons, nêutrons, positrons, você e eu, você é quem somos nós". Mostra como a gente pensa...
Certo, é algo lúdico mas dá uns toques no público também, para que esse pare para pensar...
Também, também... O que é que você vai fazer, quando o Mutantes morrer? A peteca está com você.
E a idéia é que essa música esteja no disco novo?
Com certeza, mas não necessariamente esta versão.
Ela acabou funcionando como o antigo "single", apresentado antes do álbum completo, né?
É, foi um lance mesmo de agradecimento. Não tem nem aquele lance de "pague quanto você quiser". Essa é de graça mesmo.
E como tem sido a recepção do público em geral?
Maravilhosa. Você entra no Orkut e vê que tem sido fantástico. Por exemplo, pega o público que foi na Virada Cultural, agora em abril em São Paulo. Às 3 horas da manhã a gente entrou no palco e deviam ter umas 50.000-60.000 pessoas lá. E a Bia (Mendes, nova vocalista) foi também muito bem aceita, foi tudo muito bem.
Sim, ela agora está assumindo as partes vocais femininas principais, correto?
Isso. O Mutantes não tem um líder vocal. Mutantes sempre foi na maior parte do tempo 3 vozes.
Ou seja, ela, você e o Fábio Recco são agora essas 3 vozes principais dos Mutantes.
Tem o Vitor (Trida - teclados, flautas, violão, cello e vocais) também.
Mas quem vai fazer vocais solos nas músicas novas? Já existe essa definição?
Quem conseguir fazer o que for necessário, em cada música. Tem músicas novas que o Vitor está cantando. A gente ainda está vendo o que vai acontecer, estamos pegando partes, definindo as coisas conforme as qualidades de cada um.
Ou seja, a coisa vai se desenvolvendo no próprio estúdio mesmo...
Lógico. A pessoa tem que fazer a música ser dela. A parceria com o Tom Zé, por exemplo... A pessoa vai ter que "tomar posse" da música. Por exemplo, "Balada do Louco" quem escreveu foi o Arnaldo, mas sou eu que canto, é minha.
Em relação ao material novo, quem está compondo ele? Já sabemos das parcerias com "gente de fora"...
O maior colaborador no momento é o Tom Zé. Um puta barato, um sonho mesmo. Tudo o que eu pedi a Deus, e ele me mandou. No passado, naquela época eu era muito criança, eu não conseguia nem conversar com o Tom Zé. Hoje nós dois temos uma vivência, uma experiência enorme, e é genial poder trabalhar com um cara que tem uma visão, como a que ele tem do mundo, que eu nunca vi. No disco vai ter diversas parcerias minhas e dele. E tem outras parcerias que eu estou querendo ver, até o próprio pessoal da banda. O Vinícius (Junqueira, baixo) mesmo está lá agora no estúdio, trabalhando.
Numa música que pode entrar ou não, se eu bem entendi?
Depende do caminho que o disco leva, do que é o Mutantes novo, tem tudo isso. Por exemplo, tem um monte de músicas minhas que não têm nada a ver, eu não vou poder usar.
Sim, claro, usando o espírito crítico para fazer algo coerente... Em termos de estilo, você acha que ele vai na linha dos Mutantes anos 60, meio psicodélico, e é claro, incorporando alguma coisa de modernidade, ou vai ser algo bem diferente? A "Mutantes Depois" é bem numa linha característica da banda, acrescentando alguma coisa nova, mas bem no espírito do que o pessoal queria ouvir...
É, no momento eu não vou falar mais sobre o disco novo... Porque senão eu estou gastando bala à toa.
É, eu estou no meu papel de perguntar, e você está no seu de esconder os segredos...
Sobre o disco novo eu não vou falar nada. O negócio que eu vi mais legal sobre essa música, foi a antecipação que ela gerou. Eu não vou roubar isso das pessoas. Pra mim, foi a coisa mais gratificante de tudo. Ninguém sabia o que ia acontecer no dia 24 (de março), aí teve o show no Teatro Municipal de São Paulo, que era fechado, estreando a música, e só a partir de meia-noite é que ia ser possível baixar a música. Foi um negócio muito legal, que abriu muito os olhos da gente sobre qual será o próximo caminho.
Pegando um pouco a história do pessoal que saiu. O seu irmão, por exemplo... Como foi o lance com o Arnaldo? Vocês chegaram a começar a trabalhar juntos em material novo, já havia isso rolando antes da saída dele?
Havia muita dificuldade mesmo, não dá. Não ia rolar, infelizmente não.
Foi uma etapa necessária, os shows e a volta, mas não tinha mesmo como avançar além disso...
Foi um sonho, né... Eu adoraria. Mas não aconteceu... Da mesma forma com a Zélia (Duncan), eu adoraria ter trabalhado com ela (em estúdio), mas não consegui também.
Mas, de qualquer forma, a turnê foi muito legal, todo mundo adorou...
Tem sido, tem sido uma coisa maravilhosa, mesmo agora com a nova formação. No início eu fiquei com medo, quando a gente ia voltar sem a Zélia e o Arnaldo, essa coisa toda, lógico. "Como é que eu faço agora?" Você tem um monte de inseguranças. Mas foi tão legal na Virada, tão legal no Municipal, tão legal tudo que, bicho, eu tenho certeza de que nós estamos certos, entende?
E pra frente? É lógico que, quando sair o novo disco, vocês vão mesclar o material novo com o clássico, claro. Mas vocês já andaram recentemente incluindo algumas músicas antigas que vocês anteriormente não vinham tocando, como "Dune Buggy" e "Uma Pessoa Só". Tem o plano de alternar as músicas antigas?
Tem, lógico, tem que tocar tudo o que a turma quer. É um puta barato, pra gente também, senão cansa, né? Dia 7 (de junho), por exemplo, vamos tocar em Belo Horizonte, o Tom Zé vai estar lá. A gente já vai tirar "Qualquer Bobagem", pra tocar com ele. E "2001", lógico.
Falando um pouco agora do Liminha. Como é que foi essa "volta que não aconteceu"?
Ele se aproximou da gente, e eu abri as portas, lógico. Mas são vidas completamente diferentes, entende, e pontos de vista e maneiras de trabalhar que são impossíveis de serem conciliadas, depois de 30 e tantos anos.
A vida fez cada um seguir o seu caminho e as coisas não rolaram do jeito que rolavam antes...
Não, infelizmente não. O Liminha é um cara muito mais controlado, eu já sou um cara muito mais aventureiro, então não ia dar certo, infelizmente. O produtor que ele é, com o nome que ele tem, ele acredita piamente nas coisas que ele acredita e ele tem mais é que acreditar. Não necessariamente as formas de agir são as mesmas. Eu tentei, mas não deu certo.
E em relação à repercussão da banda lá fora hoje em dia? Como Os Mutantes são vistos no exterior, na sua visão? Como algo mais exótico, meio assim "tupiniquim", ou como um ícone mesmo da música dos anos 60/70, "contracultura" e tal?
Olha, a gente está, como se diz... Nós estamos formando a opinião dos formadores de opinião. Quem começou a ouvir Mutantes, e a desenvolver isso lá fora, foram os formadores de opinião da música americana e inglesa. É uma coisa maravilhosa, nós estamos sendo colocados como, por exemplo, na primeira edição desse ano da Billboard Magazine, numa seção de apostas para este ano, o que eles chamam de "long shot", coisas que eles esperam que "aconteçam", ou não. Por exemplo, tem o disco novo do Led Zeppelin, o disco do Devo, o do Stevie Wonder com o Tony Bennett, e o dos Mutantes. O nosso público lá é tudo garoto, bicho, como está sendo aqui também. Num show às 3 horas da manhã você quase não encontra nego de 50 anos na platéia.
É, aqui no Brasil eu presenciei essa renovação do público de vocês. Então isso está rolando direto lá fora também?
Por exemplo, a gente foi tocar em Pitchfork, em Chicago. Tinha 18 mil a 20 mil pessoas, e lá não tem quase brasileiro. E a gente cantando em português... É algo meio louco, bicho.
Se tem uma língua ocidental que acabou sendo meio desprezada internacionalmente, foi o português, e a música acaba ajudando a corrigir um pouco isso...
É uma coisa meio restrita, claro, mas você vê um público americano fazendo o que a gente fez em relação aos Beatles, sem entender e fingindo que está cantando em inglês. Agora tem as coisas que eles estavam cantando lá e que era "português", bicho... (risos)
Ou algo parecido...
Ou algo parecido, o que é genial, é mais legal ainda (risos).
E esse lance dos Mutantes terem influenciado ou estarem influenciando gente como Kurt Cobain, Sean Lennon, Beck, etc.? Isso é uma coisa que vai e volta, que acaba abrindo portas para vocês também...
Mas é lógico. E em termos mundiais. Veja só, outro dia eu dou de cara com uma declaração da Natalie Portman (NR: atriz israelense que estrelou "Guerra nas Estrelas" Episódios 1, 2 e 3). Perguntaram a ela o que ela andava ouvindo, e ela respondeu: "Mutantes". Está muito forte, está extremamente forte lá fora... Bem, tem tido muito mais show nosso lá fora do que aqui.
Agora falando um pouco mais especificamente sobre você, Sergio. Onde você se sente mais confortável, como músico: em show, compondo, ou gravando?
O que me importa é a interação humana, é o que eu mais gosto. Por exemplo, teve uma época em que eu fui fazer parte de uns shows da Second Life. Eu estava lá, tava tocando, tinha umas coisas sendo projetadas numa parede, parecia que eu estava lá sozinho e, bicho, daqui a pouco você se sente como se estivesse exatamente num palco, uma coisa muito louca.
É uma nova forma de interação entre músico e público... desde que você consiga "tocar" as pessoas, é válido.
É genial. Desde que haja realmente interação, aí você está "vivendo". Você está a princípio "sonhando", né? Por exemplo, composição. Você pode fazer uma coisa sozinho ou você pode fazer uma coisa junto das pessoas.
E você prefere compor sozinho ou em parcerias?
Junto com outras pessoas, eu gosto mais. É mais legal mesmo quando você faz alguma coisa, e deixa inacabado, e passa para outra pessoa acabar para você. Por exemplo, o Tom Zé, eu fiz uma letra e dei para ele. Imagina, eu dando uma letra pro Tom Zé (risos). Quando voltou a música pronta, eu quase caí de costas. Porque a surpresa do que vem, é uma coisa que você jamais sonhou, que aquilo que você conseguiu captar "lá de cima", viesse aquele outro resto, entende? Eu só pensei na letra, uma coisa escrita, um jogo de palavras, e o que veio foi um escândalo, meus Deus do céu, uma das melhores músicas que ele já fez.
E está rolando direto o contrário também, de você colocar música em letras dele...
Lógico. O pau está comendo aqui...
Você tem uma previsão de quando aproximadamente vai sair o disco novo?
Não tenho ainda, a gente não está muito preocupado com isso e não vamos nos apressar. Eu penso em terminar até o final de julho, mas não tenho certeza se vai ser possível. Depende... A música é quem dita, né? Como nós somos auto-suficientes em termos de estúdio, temos um em excelentes condições, nós não temos problemas com o tempo gasto lá, não temos pressa. Nós podemos experimentar até ficar bom.
E vai ser tudo mesmo gravado aí no seu próprio estúdio?
Sim, claro, tudo.
Certo. Em respeito ao futuro dos Mutantes, você tem alguma idéia mais sólida na sua cabeça, ou está simplesmente deixando as coisas acontecerem? Por exemplo, há algum tempo atrás se cogitou a volta dos Mutantes em sua versão mais progressiva. Será que haveria espaço para algo assim novamente no futuro, ou você acha que não?
Não sei, eu acho que não. Aquilo lá foi algo resultante de algo concreto. Apesar de ter tido os frutos maravilhosos que teve, aquilo foi uma época só. Eu acho que, a gente se reunir para tocar, aquela formação, algo do gênero, é pouco provável. Se bem que, há 2 anos atrás, se você me perguntasse se o Arnaldo iria estar comigo aqui tocando, essa coisa toda, eu teria te dito "jamais". Eu jamais sonharia que isso pudesse acontecer... A última pessoa que vai tentar conduzir a vida dos Mutantes sou eu. A vida dos Mutantes sempre foi conduzida...
A própria filosofia da banda não passa por isso...
Foi uma das coisas que não deu certo em relação ao Liminha. Não dá para planejar tanto. O negócio agora é a gente viver. A gente está tendo a sorte de estar podendo viver tudo o que a gente viveu, só que hoje em dia, em vez de ter 15 ou 16 anos, tem 57. Então é um puta barato, porque você pode apreciar a cena, entende? E isso te dá uma visão muito mais profunda, é muito legal a gente estar podendo fazer isso.
Uma coisa que o pessoal sempre comenta... o pessoal da sua geração... tanto daqui quanto lá de fora, é sobre até que ponto as drogas teriam influenciado em toda a parte de composição, de criação.
Eu diria que foi mais importante para mim do ponto de vista pessoal do que artístico. Quando a gente começou a tomar ácido, a gente ficou muito fechado num mundo só. Muito fechado numa estrutura filosófica. Foi muito bom para nós pessoalmente, eu acredito. Péssimo pro Arnaldo. Eu não vejo nenhuma glória em tomar ácido, alguma coisa do gênero.
Mas a influência na criatividade, sob o seu ponto de vista, foi mais positiva ou negativa?
Eu acho que era mais natural sem, do que com. Eu acho que a gente foi mais criativo sem o ácido, do que com o ácido. Eu não tomo ácido há uns 28 anos, sei lá. Aquilo foi o movimento de uma época, o mundo inteiro estava vivendo aquilo. Foi uma descoberta, que foi extremamente positiva do ponto de vista de filosofia, de conhecimento, disso aí tudo, mas isso não significa que vá ser uma ferramenta de arte. Quando a gente fez, sei lá, "Caminhante Noturno", "Dom Quixote", "Trem Fantasma", e muitas outras, a gente estava completamente careta. De onde veio toda aquela criatividade? Desde quando a gente ter que dar a nossa glória a uma pílula? (risos). Eu vou querer ter o prazer de poder dizer: "não, fui eu que fiz isso aqui".
Falando ainda do passado, e sobre "pílulas", eu não sei se você vai lembrar, mas eu queria te perguntar sobre algumas curiosidades sobre coisas antigas, vamos ver se você consegue se lembrar sobre quem fez o que, OK?
OK, vamos lá...
Por exemplo, você lembra quem tocou a flauta em "Lady, Lady" (disco "Jardim Elétrico, 1971)?
Não me lembro bem, mas provavelmente algum músico de estúdio contratado. Outro exemplo, o violino em "Não Vai". O solo foi escrito pelo (Rogério) Duprat, e não tinha músico aqui no Brasil que tocasse naquele lance meio country americano. Então é o spalla da Orquestra Sinfônica, na época, tocando aquela "tralha". Mesmo hoje em dia, tem a Juliana Taíne, que está tocando a harpa em "Fuga" com a gente, está sendo o maior barato.
E você lembra quem cantou em "Tiroleite" (disco "Hoje É O Primeiro Dia Do Resto Da Sua Vida", 1972)?
Fui eu mesmo.
E aquela parte meio barítono ou baixo de "O A e o Z" (1973)... "Meu bem, ouça o meu rock’n’roll"?
Aquela foi o Liminha.
Você já afirmou no passado que você teria gravado uma parte de bateria em alguma música, em que o Dinho não pôde tocar por algum motivo...
O Dinho estava com a clavícula quebrada, então eu toquei em "Fuga no. 2" (disco "Mutantes", 1969). O Arnaldo nessa época estava começando a tocar os teclados, passando a ser tecladista, então eu comecei a gravar os baixos também.
Bom Sergio, ficamos por aqui. Muito obrigado pelo seu tempo e paciência em responder a todas as perguntas, e boa sorte com o novo disco.
Valeu, eu é que agradeço!
Sites:
http://www.mutantes.com
http://www.myspace.com/mutantesoficial
http://www.myspace.com/sergiodiasoficial
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