Velvet Revolver: "subimos no palco para detonar"
Por Guilherme Carvalho
Fonte: BraveWords
Postado em 11 de agosto de 2007
A revista de metal canadense BW&BK entrevistou o baixista e o baterista do Velvet Revolver, Duff McKagan (ex-GUNS N' ROSES) e Matt Sorum (ex-Guns N' Roses, THE CULT), que falaram sobre vários assuntos, dentre eles o recém lançado "Libertad", segundo álbum da banda.
"O que mantém a atitude Punk do Velvet Revolver? Essa é uma ótima pergunta", diz McKagan com um sorriso. "Eu acho que a nossa atitude talvez venha de quando a gente cresceu, aprendendo a tocar, ouvindo os primeiros discos que a gente comprou quando era adolescente. Havia uma fonte de coisas boas pra buscar. A energia que mantém essa banda vem de algum lugar. A gente não questiona. E a gente não tenta ser raivoso ou feroz ou fazer qualquer coisa. A gente nem fala sobre música. Simplesmente fazemos. Somos muito ruins em falar sobre música e é aí que a gente entra em problemas, brigas e tal. Não sabemos como fazer isso. Sabemos como nos comunicar musicalmente. E isso tem a ver com as duas horas no palco. Matt e eu nos conhecemos há muito tempo. Talvez 20 anos. Somos bons amigos. Mas nos comunicamos em outro nível musicalmente".
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"Há muitas nuances nesse disco", completa Sorum. "Têm muitas abordagens que não são Punk Rock direto, na cara. A gente sabe que pode fazer isso o dia inteiro. Músicas mais fortes como ‘The Last Fight’ vão para um outro caminho. Mas isso é parte de ser criativo e ser um músico que busca mais de si mesmo. Nosso produtor Brendan (O'Brien) – temos muito respeito por ele. Esse álbum leva você em uma jornada – sonicamente, musicalmente e além. Nós até fomos atrás de uma música da ELECTRIC LIGHT ORCHESTRA chamada 'Can't Get You Out Of My Head' e no começo o Slash disse ‘Não conheço, cara.’ Mas agora, quando você ouve, foi uma grande canção pra começar. Então dê o tratamento certo, toque do seu jeito sem a parte de cordas – ouvindo a música agora eu acho que a gente fez bem".
McKagan interrompe: "Mesmo em canções com mais nuances existe esse extremo". E Sorum diz sobre a vibe da banda hoje em dia: "Eu acho que somos os mesmos caras. Duff tem uma família. Ele não está cheirando cocaína ou bebendo garrafas de vodca todo dia, ele está na academia malhando. Não é mais como antes, quando a gente fazia festa toda noite e tocava rock n’ roll. Nas nossas cabeças isso era o rock n’ roll, o que a gente cresceu pensando. E sempre haverá parte disso na gente, não vai embora. Sempre vai existir esse sentimento de quando você é garoto e essa é a primeira razão oficial para querer tocar rock n’ roll. Não estaríamos fazendo isso se a gente não sentisse dessa maneira. Quando a gente sobe no palco é pra detonar. A gente se joga e é isso aí. Não é uma coisa fabricada ou qualquer uma dessas merdas."
Então esse é um disco "livre de substâncias"? "A gente não fala muito sobre drogas, nem a favor nem contra", afirma McKagan, cautelosamente. "Somos indivíduos e fazemos o que é melhor para nossa sobrevivência. Aprendemos a sobreviver, seja livre das drogas ou não. Mesmo quando eu bebia oito litros de vodca por dia, cheirava cocaína e tomava pílulas, ainda estávamos concentrados na música. A gente focava quando ia gravar. Focava quando ia escrever. Focava quando tinha um show. Meus excessos pessoais atrapalharam no final. Era um empecilho. Eu descobri que não precisava dos meus excessos para libertar minha alma, para deixar a música sair. O que a gente faz é o que a gente faz. Alguns de nós são bons e não usam [drogas], alguns de nós usam e isso não é um problema. Desde que não interfira na música. Temos um ao outro para nos ajudar, e isso é bom".
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