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Russel Allen: "Eu não tenho que gritar para mostrar raiva!"

Por Eduardo Miranda da Glória
Fonte: Blabbermouth
Postado em 17 de junho de 2007

Metal Asylum recentemente conduziu uma entrevista com o frontman do SYMPHONY X, Russel Allen, que comentou sobre o novo trabalho da banda, "Paradise Lost", previsto para sair em 26 de junho.

Metal Asylum: Já faz algum tempo desde que o Symphony X soltou um disco ("The Odyssey" lançado em 2002). Você recentemente começou a fazer alguns shows em apoio ao novo álbum "Paradise Lost", que será lançado em 26 de junho. Como foram esses dois primeiros shows?

Russell: "Foram grandes, cara, o de Nova Iorque teve todos ingressos vendidos e tivemos muita mídia internacional presente da Itália, Alemanha, muito bacana. Foi uma oportunidade de dizer 'O Symphony X está de volta'. A platéia estava demais cantando as músicas, no que foi definitivamente uma noite de Metal. O show em Porto Rico foi legal mas estava bem quente em frente a todas aquelas pessoas no anfiteatro, o calor estava brutal".

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Metal Asylum: Quanto tempo vocês gastaram trabalhando no "Paradise Lost"?

Russell: "Provavelmente quase dois anos, mas com as oportunidades de show que surgiam durante isso, como a Gigantour, nos atrasávamos toda vez que tentávamos finalizar as gravações. Então quando Mike Romeo (guitarras) começou a escrever as músicas, ele comentou que elas estavam indo em uma direção mais obscura. Como Mike disse, a faixa título para 'Paradise Lost' estava se tornando meio como 'The Odyssey'. Então quando ele começou a trabalhar o resultado ficou matador e eu disse 'e sobre o resto do álbum?' Com isso nos dedicamos a gravar algo que realmente tivesse energia do começo ao fim".

"Mas levou certo tempo até conseguirmos a vibração certa, precisávamos das letras certas e queríamos que cada música tivesse sua própria alma. Não buscamos por essa coisa de conceito nesse álbum - há mais de um tema em comum permeando o disco. O bem e o mal, isso de céu e inferno que existe em todos nós, saca. Não é uma história de Adão e Eva; nós queríamos mostrar que toda saga humana passa por uma rotina. É por isso que as letras são tão potentes, mas muito gerais, de modo que podem dizer a respeito de qualquer um".

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"Tentamos inserir um toque de 'Star Wars' e eu penso que é por isso que o anjo da capa tem esse visual futurista, nós não queríamos os tradicionais demônios e coisas do tipo. A arte gráfica tem um visual moderno, e queríamos que as letras refletissem isso. O álbum fala sobre traição, vingança, jogo de poderes - é um trabalho muito obscuro e passional".

Metal Asylum: Seus vocais na gravação estão mais agressivos que o habitual. Em que música você acha que usou uma pegada mais agressiva?

Russel: "Apenas naquelas que pediam por isso. Como 'Domination' que é a mais pesada, 'Set The World on Fire' que é sobre um cara que está lidando com coisas pessoais e é como se ele estivesse se olhando no espelho. Também estive imaginando algo talvez como um demônio possesso no molde de ditadores como Hitler ou Stalin, algo como Darth Vader exclamando 'você não conhece o poder do lado negro da força'. Sabe, coisas que realmente me colocariam no clima para dar as músicas o sentimento que precisavam. Elas precisavam ficar pesadas".

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"'Walls of Babylon' tem um pouco a ver com esse peso, o tom de 'Seven' é obviamente sobre os Sete Pecados Capitais, o que precisou de um tempero também. O que acontece é que eu não sou como esses caras novos que gritam e berram, penso que não tem a ver comigo, podem me chamar de antiquado ou o que quiser. Eu cresci com IRON MAIDEN e essas bandas, e pra mim cantar é como eles fazem. Enquanto tem uma melodia eu posso ser quão pesado eu puder, chegando ao ponto, sem precisar ser algo que não sou ou mudar nosso som".

"Quero dizer, não fiz os vocais mais pesados pra chatear os fãs, era só o que era preciso para a música soar matadora. Eu gosto da música dessas bandas tipo KILLSWITCH ENGAGE porque eles misturam essa coisa com os vocais, mas toda essa onda de gritar é só moda, que vai acabar, como sabemos. As pessoas dizem 'Oh, essas novas bandas estão levando suas raízes de volta ao Pantera', mas você sabe que Phil (Anselmo, vocalista do Pantera) tinha uma voz, e as pessoas não estão nem ai. Sempre será legal cantar, não importa o que os outros digam".

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"Olhe, não estou tentando tirar os caras - eles fazem o que fazem, e se é o que sentem, que seja assim. Mas eu não tenho que gritar para te mostrar raiva e que estou puto na música. Eu apenas tento me manter no reino da estrutura melódica, porque se você não o faz, então a coisa começa a ir pro lado do Rap, coisas como o Rap gritado do LIMP BIZKIT - sabe, Metalcore. Você sabe, é uma forma de arte, onde você é mais abstrato ou mais eloqüente - é sua escolha".

Metal Asylum: Há novos instrumentos ou sons a serem ouvidos em "Paradise Lost"?

Russell: "Na realidade não. Eu sei que Mike Romeo fez algumas coisas a mais com as afinações da guitarra e efeitos, se comparado com o 'Odyssey'. Como na última música ele surge com uma Stratocaster, ele usou outras afinações que ainda não tinha usado. Talvez menos efeitos no microfone, não importa o que você faz na mixagem, os vocais realmente vão direto ao ponto. O aparato sinfônico foi uma grande jogada, devido a tecnologia ter chego a um ponto, como você poder ouvir nesses vocais góticos em 'Domination' e também na introdução de 'Set The World on Fire'. São de vozes humanas mas foram modulados no computador e Romeo é realmente um mestre dessas coisas. Algumas vezes eu canto junto com eles pra dar um sentimento mais humano à coisa, mas eu penso que o material sinfônico é o que sobressai nesse CD e ganha vida mais que em qualquer outro de nossos álbuns".

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Leia a entrevista completa no metalasylum.net.

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Sobre Eduardo Miranda da Glória

Eduardo Miranda da Glória, 22, é goianiense, músico de bar e apreciador do velho rock'n'roll, além - claro - de tradutor do Whiplash nos momentos de ócio.
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